Aplausos a um editorial

O editorial da edição 486 da revista O Empreiteiro, sob o título O valor da informação na engenharia e na sociedade, tem suscitado mensagens de aprovação de perto e de longe. Elas vêm daqui mesmo e de leitores de outros estados. O texto foi redigido para reafirmar o valor da informação que se quer dar ao público, contrariamente à política de algumas empresas que só querem divulgar aquilo que lhes interessa.

No fundo, são coisas óbvias. Informação é informação. Mas há os que ainda imaginam que informar deve ser desinformar, na expectativa de que isso mascare a intenção de deixar ocultos interesses que teoricamente não deveriam vir à luz. Como se, no domínio das empresas – e me refiro àquelas que estão de um modo ou outro conectadas com as atividades da engenharia – ainda pudessem, na evolução dessa altura do mundo, manter intactas as suas eventuais caixas-pretas.

O editorial insiste: A evolução se faz com informação, troca de experiências, debate de ideias, divulgação das inovações em todos os campos. E, mais adiante, bate na tecla: A arrogância é um extremo desserviço à sociedade e leva à constatação de que a cada dia é necessário que se intensifique a luta – que julgávamos vencida há muito tempo – contra a caixa-preta das informações.

Saramago

Registrei, nesses dias: Morreu José Saramago. Comecei a conhecer-lhe a obra em meados dos anos 1980. Foi em uma livraria do Chiado, onde adquiri o romance Levantado do Chão. Gostei do estilo, gostei da maneira peculiar que ele encontrou para contar aquelas histórias de camponeses do Ribatejo, no regime salazarista e imaginei, à época, que ele não demoraria muito para "estourar" no Brasil. Estourou, sim, mas não com Levantado do Chão, mas com Memorial do Convento. O escritor tinha a dimensão de sua personalidade política e social. Da mesma linha de Aquilino Ribeiro, Ferreira de Castro, Miguel Torga. Sua perda, um golpe irreparável contra o nosso tempo.

Fonte: Estadão

Deixe um comentário