Aracruz adia plano de expansão da Veracel

A Aracruz anunciou hoje o adiamento dos planos de expansão da Veracel, unidade produtora de celulose branqueada de eucalipto, no sul da Bahia, por pelo menos um ano. Por meio de comunicado, a Aracruz informa que a decisão foi tomada em conjunto com a sócia sueco-finlandesa Stora Enso e que a sua parte do investimento seria de R$ 75 milhões. O projeto previa a segunda linha de produção (Veracel II), com produção anual de 1,4 milhão de toneladas.

"Os sócios acreditam que essa é uma ação prudente, à luz do atual cenário de mercado", informou a Aracruz. Os recursos seriam utilizados para a aquisição de terras, formação de florestas e estudos de viabilidade, conforme o comunicado. A estrategista da Ativa Corretora, Mônica Araújo, especializada no setor de papel e celulose, disse que é possível que haja novos adiamentos da Aracruz diante do atual cenário de desconfiança mundial.

Mônica afirma que o mercado já esperava o adiamento da Veracel II. De acordo com ela, a queda de mais de 85% dos papéis da Aracruz, no período de 12 meses, e a desvalorização de quase 36% no acumulado do ano é resultado do elevado endividamento da empresa, que teve uma perda financeira de pouco mais de US$ 2 bilhões com derivativos em outubro do ano passado.

"A Aracruz não está com perspectiva de crescimento de geração de caixa porque o setor passa por um ajuste negativo em termos de preço", disse Mônica. Hoje, a ação preferencial da Aracruz (PNB) fechou com alta de 6,6% na Bolsa de Valores de São Paulo.

A decisão de adiar a expansão da Veracel (BA) é mais um capítulo do recente processo de postergações de projetos do setor de celulose no País. Pressionadas pela queda da demanda mundial, as fabricantes brasileiras decidiram rever o ritmo do crescimento e, desde o agravamento da crise mundial, em setembro passado, já postergaram quatro projetos.

Os outros três projetos adiados são da própria Aracruz e da Votorantim Celulose e Papel (VCP), que formarão uma única empresa após a conclusão do processo de reestruturação societária da primeira. Estão nessa lista a unidade projetada pela Aracruz em Minas Gerais, o projeto de uma das empresas no Rio Grande do Sul – ambas as companhias pretendiam construir fábricas em território gaúcho – e uma expansão no mesmo Estado.

Somados, os três projetos da VCP e da Aracruz representariam investimentos de cerca de US$ 6 bilhões, entre compra de equipamentos, construção das unidades, formação da base florestal e desenvolvimento de estruturas logísticas. A primeira postergação de cronogramas foi feita pela Aracruz, que informou em outubro passado que adiaria em um ano a expansão da unidade de Guaiba (RS), prevista inicialmente para operar a partir do segundo semestre de 2010.

Fonte: Estadão

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