Usiminas pode disputar mercado de construção com Gerdau em breve

Com a estratégia de ampliar participação no mercado, a Usiminas anunciou que pretende entrar no mercado da construção civil , atualmente dominado pela Gerdau. "Estamos estudando novos produtos para casas populares e isso pode despertar um grande potencial ainda não explorado", destacou o presidente da Usiminas, Marco Antônio Castello Branco. Mesmo de olho no setor que continua em expansão, a projeção para 2009 continua sendo pessimista e a empresa aguarda recuperação do mercado apenas para o final do ano. Diante desse quadro, a estimativa de produção de aço bruto da empresa para o ano é de 7 milhões de toneladas, um milhão a menos do atingido em 2008. Hoje, a Usiminas está operando com 50% da capacidade, contra o nível de 90% que trabalhava antes da crise.

Segundo Castello Branco, as vendas no primeiro trimestre serão piores na comparação com o último trimestre do ano passado. "Temos que lembrar que outubro foi um mês muito bom", afirmou. A expectativa inicial era de melhora no próximo trimestre, mas, após revisão, a projeção ficou para os últimos três meses do ano. "Mas talvez no segundo trimestre ocorra uma melhora de cerca de 20%", afirmou o executivo, que apresentou, ontem, em São Paulo, a nova logomarca da empresa. O fato do preço do aço estar em queda foi lembrado por Castello Branco como um motivo que deve reduzir as margens.

"O custo da siderurgia brasileira ainda não caiu nessa velocidade", afirmou. O executivo salientou que o consumo aparente de aço no mercado doméstico caiu no primeiro bimestre, enquanto as importações registraram aumento. "Com isso a produção cai mais do que o próprio consumo", concluiu. A Usiminas já demitiu cerca de 700 pessoas entre dezembro e o final do mês passado. O executivo não descartou novos cortes.

Castello Branco falou também sobre a necessidade de "defesa" da produção nacional, já que o produto de fora, principalmente o chinês, trabalha "com preços artificiais". "Um imposto sobre a importação vai corrigir esses desvios de competitividade", afirmou, lembrando que o panorama mundial aumentou o excedente de ofertas de aço no mercado.

Sobre a recente aprovação do Conselho da Vale para a venda de 5,9% de participação que mantém da siderúrgica, Castello Branco afirmou que a japonesa Nippon Steel, a Votorantim e Camargo Corrêa estão exercendo o direito preferencial de compra e lembrou que a Vale continua sendo uma "importante parceira comercial".

Fonte: Estadão

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