Mesmo sendo o mais moderno do País,estádio do Atlético-PR sofre várias intervençõespara atender ao Mundial
Augusto Diniz – Curitiba (PR)
OAtlético-PR se orgulhava de ter o estádio mais moderno do País. Com isso, se imaginava que a arena do clube teria poucas obras a fazer para receber a Copa do Mundo. Mas quando o local foi escolhido para receber os jogos do Mundial, esse cenário foi se modificando. Várias intervenções tiveram de ser incluídas no projeto de reforma de modo a atender ao caderno de encargos da Fifa para a competição. Agora, o clube corre contra o tempo para entregar a Arena da Baixada no prazo. Cerca de 50% dos trabalhos já foram feitos.
As obras de reforma do estádio privado do Atlético-PR começaram no final do ano passado e deverão se estender até o meio do ano que vem – o clube pretende usar a arena no segundo semestre de 2013 para seus jogos no Campeonato Brasileiro. O custo total da obra é de R$ 184,6 milhões, sendo 75% (R$ 131 milhões) financiados pelo BNDES e o restante (R$ 53,6 milhões) com recursos do estado do Paraná, prefeitura e do clube.
Entre as principais intervenções na Arena da Baixada está a demolição de seis torres no perímetro da edificação, o aumento das arquibancadas superiores existentes – o que tem exigido a ampliação das estruturas e a construção de uma nova arquibancada superior em um trecho em que não existia tal módulo – fazendo, assim, a complementação do anel superior do estádio.
O Atlético-PR criou uma empresa para cuidar do projeto de reforma do estádio, a CAP S/A. A Engevix foi contratada para gerir a obra e auxiliar nas contratações dos serviços diversos a serem executados.
Extensão da arquibancada
A construção original da Arena da Baixada era composta de seis torres, sendo quatro posicionadas nos extremos do estádio e duas em um módulo da antiga arquibancada principal da arena. Elas funcionavam como acesso ao estádio e eram parte da estrutura da cobertura. Porém, tais torres ocupavam os últimos lances da arquibancada superior, provocando pontos cegos ao torcedor que sentava ao lado delas. Agora, elas estão sendo demolidas, depois que a antiga cobertura do estádio foi removida.
Já as arquibancadas superiores estão sofrendo extensas intervenções. Camarotes localizados nos extremos da parte alta dela foram removidos, criando-se novos lances de arquibancada – serão mantidos camarotes apenas entre as arquibancadas inferior e superior. Ainda nas arquibancadas superiores, trechos delas estão sendo ampliados para cima, necessitando-se, portanto, de alterações estruturais.
É que as arquibancadas superiores atrás dos gols são maiores em largura do que os extremos da arquibancada central existente. Agora, estas duas partes estão sendo ampliadaspara cima de forma que fiquem com a mesma largura das arquibancadas superiores atrás dos gols.
Essa intervenção exige que a estrutura seja prolongada para suportar a extensão da arquibancada. De acordo com o diretor de Engenharia da CAP S/A, José Antonio Pires do Prado, essa etapa apresenta dificuldades peculiares. “Trata-se de um trabalho delicado. O espaço é muito pequeno. Serão 18 estacas para cada pilar”, explica. Serão erguidos dois pilares para suportar a extensão da arquibancada e os trabalhos, no momento, estão na fase de fundação.
Nova arquibancada superior
Uma arquibancada superior será erguida no lado oposto da arquibancada central existente – havia nesse trecho apenas a arquibancada inferior. Com a obra, fecha-se o anel superior do estádio. As obras nesse trecho são as que mobilizam maior número de operários.
Intensos trabalhos de fundação para se erguer a nova estrutura da Arena da Baixada estão em progresso. Uma grua e dois guindastes auxiliarão a montagem da arquibancada superior, que será de elementos pré-moldados. É nessa nova arquibancada que serão construídos a área para a imprensa e também os lounges para atender aos convidados dos jogos da Copa do Mundo.
Atrás dessa arquibancada superior nova serão erguidos ainda ginásio e novas salas administrativas do Atlético-PR. Vestiários serão construídos debaixo dessa nova estrutura, com saída no meio de campo da arena – antes, os vestiários se localizavam atrás de um dos gols do estádio.
Com a nova arquibancada e a ampliação das outras, o estádio passará de 24 mil para 43 mil lugares.
Cobertura retrátil
Apesar do campo muito próximo das arquibancadas, a Arena da Baixada possuía um fosso entre esses dois itens, que já foi coberto. O campo será levemente rebaixado em 15 cm. Atualmente, se realizam no campo escavações para implementação do sistema de irrigação, drenagem e aquecimento. São 6 mil m³ de terra movimentados.
A cobertura antiga da Arena da Baixada foi toda demolida. Será montada uma nova cobertura de estrutura metálica e de vidro que cobrirá todos os assentos. Na área do campo, a cobertura será retrátil, a ser suportada por quatro pilares de metal e concreto.
Placas fotovoltaicas serão posicionadas na cobertura para gerar 2,19 MW de energia, em uma parceria com a Companhia Paranaense de Energia (Copel) – a empresa distribuirá a energia excedente para a rede pública.
No entorno do estádio, que fica em bairro nobre de Curitiba, desapropriações estão em fase final, envolvendo 13 casas e dois prédios. A prefeitura da cidade é quem está realizando esta tarefa. A área desapropriada servirá para ampliar o estacionamento e aumentar as vias de acesso.
Hoje, 400 operários trabalham na reforma da Arena da Baixada, mas no pico serão 1.200 (a partir de dezembro). Também deve ser implementado em breve o terceiro turno de trabalho na obra.
Ficha técnica
Obra: Arena da Baixada
Proprietário: Atlético-PR
Local: Curitiba (PR)
Capacidade: 43 mil lugares
Término previsto: Maio/2013
Custo da reforma: R$ 184,6 milhões
Projeto: Carlos Arcos Arquitetura
Gestão da obra: Engevix
Cobertura – estrutura metálica: Brafer
Ob
ras civis: Doria Construções Civis
Pré-moldados: DM
Demolição: Santos
Fonte: Padrão