As duas usinas no rio Madeira SEGUEM o cronograma

A extensão total aproximada é de 8 km, partindo da barragem de terra da margem direita, passando pela casa de força 1 (com 28 unidades) e vertedouro (com 18 vãos), barragem principal de enrocamento com núcleo de asfalto, casa de força 2 (com 22 unidades) e barragem de terra, estas últimas na margem esquerda.

A barragem principal da usina, que originalmente era de enrocamento com núcleo de argila, foi otimizada e hoje está sendo executada com núcleo de asfalto, aplicando a experiência de sucesso na hidrelétrica Foz do Chapecó. A maior vantagem desta técnica é a possibilidade de execução mesmo em períodos chuvosos, muito extensos na região Norte, garantindo assim um menor prazo de construção desta estrutura.A subestação utilizará transformadores do tipo blindada a gás SF6.

A UHE Jirau está sendo implantada no rio Madeira, estado de Rondônia, a 120 km da capital Porto Velho.O rio Madeira, que está dentro da bacia amazônica, tem vazão variável, passando de 5.000m³/s a 48.000 m³/s durante o ano. Com isso, na época de cheia é possível observar uma grande quantidade de troncos e detritos flutuantes, que podem chegar a 15m de comprimento e 1m de diâmetro, que são carreados das margens.

Visando a evitar que a usina seja impactada pelos troncos, foi projetado um log boom, com módulos individuais com 5,8 m de comprimento. Uma vez montada, suas unidades mantêm a integridade estrutural e a flutuabilidade. Ainda serão instaladas telas com profundidades de 3 m, 1,5 m e 1 m, levando-se em conta as variações do nível d’água do rio. A função deste log boom é desviar os troncos das estruturas principais da usina, direcionando-os para o descarregador de troncos, projetado especificamente para este fim.

Durante o mês de julho foi alcançado em Jirau o volume de um milhão m³ de concreto lançado, o que representa 34% do volume total previsto. No canteiro industrial, localizado na margem direita, estão em funcionamento cinco centrais de concreto, com capacidade total média de 540 m³/h.

O transporte de todos os equipamentos, materiais e insumos, bem como a travessia dos trabalhadores de uma margem para outra é realizado por meio de três balsas com capacidade 350, 450 e 1200 toneladas e quatro lanchas com capacidade média de 100 pessoas. As balsas são acionadas por empurradores e todas as embarcações possuem motores de 250 HP, com dupla motorização.

A central industrial conta também com sete centrais de gelo (quatro na margem direita e três na margem esquerda), que juntas fabricam 31 t de gelo/h e são utilizadas para baixar a temperatura do concreto para o lançamento.No que se refere ao volume de aço, serão utilizados até o final da obra 178 mil t, sendo que 31% desse total já foram empregados”.

Atualmente é usado Sistema de Monitoramento Observação Centralizada Georeferenciada – Sistema OCG, que é constituído de plataforma Web-SQL, alimentada por imagens aerofotogramétricas, para reunião de informações sobre as atividades de supressão vegetal na área do reservatório da usina.

A captação das imagens é feita por aeronave de tecnologia inovadora, não tripulada, de 2,3 m de comprimento, velocidade máxima de 45m/s, com raio de alcance de link de dados de 30 Km.A principal vantagem do sistema é que a operação não está sujeita à dificuldade de acesso às áreas de desmatamento e o controle e monitoramento da supressão pode ser feito em menor tempo. Ainda, o monitoramento pode ser acompanhado on line.

A Jirau está sendo construída de acordo com as práticas de sustentabilidade, visando à preservação do meio ambiente e da qualidade de vida da população local. Ao todo, são 33 programas socioambientais, executados em parceria com universidades e instituições de pesquisa, nos quais são desenvolvidas atividades em diversas áreas do conhecimento como, monitoramento e resgate da fauna silvestre; monitoramento dos peixes; monitoramento de mercúrio; monitoramento e resgate da flora; monitoramento e apoio da atividade pesqueira; remanejamento da população atingida; monitoramento e controle de vetorial; prospecção e resgate arqueológico, entre outros.

A construção da UHE Jirau está a cargo do Consórcio Energia Sustentável do Brasil, formado por Suez Energy, Eletrosul, Chesf e Camargo Corrêa. A previsão de início da geração é a partir de janeiro de 2013.

44 unidades hidrogeradoras

A Usina Hidrelétrica Santo Antônio vai utilizar também turbinas de modelo bulbo, uma das mais modernas tecnologias em utilização no mundo e no Brasil. Cada uma das 44 unidades, com 8 m de diâmetro, o equivalente a um prédio de três andares, tem em média 73,3 megawatts de potência. Este tipo de turbina não exige a formação de grandes lagos para acumular água, mas depende do volume e a velocidade das águas, justamente as principais características do rio Madeira. Outras características são que reduzem a perda de energia, permitem o escoamento de sedimentos e não necessitam de grandes quedas. A queda da usina Santo Antônio será de apenas 13,5 m.

As 44 unidades hidrogeradoras estão distribuídas em quatro grupos de geração. O primeiro, formado pelas unidades 1 a 8, situa-se na margem direita do rio, junto ao vertedouro de três vãos. O segundo e o terceiro grupos, cada um com 12 unidades, ficam na margem esquerda. O quarto e último grupo situa-se no leito do rio, também com 12 unidades hidrogeradoras.

Um diferencial importante do projeto no rio Madeira é a proporção do reservatório em relação à capacidade de geração de energia da usina. Aqui a área a ser alagada é relativamente pequena em comparação com a de outras hidrelétricas. Apenas como comparação, com potência instalada de 3.150,4 megawatts, a Usina Hidrelétrica Santo Antônio terá um lago artificial de 271 km², sendo que, desse total, 164 km² correspondem à calha natural do rio em períodos de cheia. Isso dá uma relação de área do reservatório por potência da usina de 0,09 km²/megawatts. Enquanto a Usina Hidrelétrica Tucuruí, hoje com capacidade de geração

de 8 mil megawatts, tem um lago de 2.414 km², ou uma relação de 0,30 km²/megawatts.

Os métodos construtivos do Grupo de Geração 2, que fica na margem esquerda do rio Madeira, foram aperfeiçoados. A metodologia utilizada para concretagem dos tubos de sucção sofreu mudanças em relação ao processo realizado no Grupo de Geração 1. As lajes do tubo de sucção, por exemplo, passaram a ser executadas em concreto pré-moldado, evitando desperdício de material e tempo. Além da economia de mão de obra, há ganhos em qualidade do acabamento, limpeza do local de trabalho e na velocidade de construção.

Vale salientar que na margem direita do rio Madeira, onde está localizada a Casa de Força do Grupo Gerador I, que receberá oito unidades geradoras, todos os tubos de sucção já foram montados e concretados. Os trabalhos estão ocorrendo conforme previsto no cronograma de antecipação de geração da Usina Hidrelétrica Santo Antônio. Este cronograma prevê o início da geração em dezembro de 2011, um ano antes do previsto.

Na hidrelétrica Santo Antônio, o extravasamento das cheias afluentes ao aproveitamento será efetuado por dois vertedouros distintos denominados Principal e Complementar. A capacidade de descarga conjunta estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica será de 84000 m³/s.

Serão instaladas 15 Comportas Segmento no Vertedouro Principal e 3 no Vertedouro Auxiliar. Este tipo de comporta possui acionamento hidráulico e tem a característica de permitir o controle do fluxo de água, e, consequentemente, do nível do reservatório.

Para os Vertedouros Principal e Auxiliar, serão utilizadas um total de três comportas ensecadeiras e mais três a jusante. Para a casa de força, serão utilizadas 16 comportas da tomada d´água que permitirão o fechamento de oito unidades geradoras, e mais duas comportas da sucção.

A construção da UHE Santo Antônio está a cargo das construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez.

Fonte: Estadão