As floreiras na Praça da Paz em Pequim

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Floreira de mais de 2 m de altura montada na Praça da Paz, na capital chinesa

Joseph Young

A maior festividade do trabalhador chinês é a das colheitas em setembro, quando há uma folga de uma semana e a maioria dos trabalhadores regressa à cidade natal para ver seus familiares. Nessa época, em 2012, o governo chinês chegou a abrir as catracas das rodovias pedagiadas, para facilitar a passagem livre dos carros, evitando assim os congestionamentos. A festividade é marcada ainda pelos pequenos bolos de lua, que podem ter recheio salgado ou doce, e são presenteados nesta ocasião.

Quem visita os sítios históricos da China nesta época encontrará multidões e filas de espera, como no museu que exibe os guerreiros de terracota, em Xian. E o mais espantoso é que a maioria absoluta dos visitantes e turistas é formada pelos próprios chineses.

Em Pequim, a Praça da Paz é uma das atrações mais procuradas, com o gigantesco retrato do Mao Tsé-tung olhando para a multidão acima do portal onde leu a declaração que anunciava a República Popular do China, em 1949. Embora o comportamento ordeiro da multidão de visitantes chineses nos surpreenda, assim como a rotina das bicicletas dos varredores de rua uniformizados que catam os detritos deixados pelos turistas, dos vendedores ambulantes e policiais – que sempre parecem pequenos dentro de uniformes enormes –, o que mais chamou minha atenção foram as floreiras cilíndricas de mais de 2 m de altura e cerca de 1 m de diâmetro, repletas de flores coloridas, num contraste radical com o concreto da praça.

Trata-se de uma estrutura de metal com furos do tamanho de pequenos vasos plásticos de flores, que são inseridos na horizontal. Usa-se quase uma centena de vasos para preencher uma floreira cilíndrica. Uma rede de tubos finos supre a água indispensável para os vasos floridos, conectada a uma tubulação maior no solo. Depois que você acompanha a montagem de uma floreira cilíndrica dessas, a ideia parece banal. Mas é uma criação singela – que lembra, de alguma forma, os símbolos da cultura chinesa, como o pincel que se usa para escrever a nanquim, o par de pauzinhos de madeira que substitui os talheres, e osoroban, a calculadora manual de contas anelares.

Fonte: Revista O Empreiteiro


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