Temos autoridade olímpica: Henrique Meirelles, ex-Banco Central. Ele está sendo nomeado para a direção da Autoridade Olímpica, a APO, consórcio formado por três instâncias de governo – prefeitura carioca, Estado do Rio e governo federal.
De antemão, o que se pode dizer é que a nomeação vem com atraso. E que a criação do consórcio nasce também com atraso. O que não quer dizer que suas atribuições devam necessariamente ficar atrasadas. Mas, caso os atrasos continuem, e se somem sucessivamente ao longo do tempo, pode haver comprometimento nos trabalhos para a realização da Olimpíada de 2016.
O importante, a essa altura, é que a Autoridade Olímpica não se transforme em cabide de emprego. Pela proposta que formaliza o consórcio, a APO pode acolher 493 cargos de livre nomeação, incluindo 37 diretorias, com salários absolutamente confortáveis, que vão de R$ 5 mil a R$ 22 mil.
Henrique Meirelles, nomeado, terá pela frente um amplo programa de trabalho, que a essa altura corre o risco de ficar limitado pelo tempo. Ele terá de cuidar dos projetos e implementações inevitáveis do calendário de obras, além de responder pela administração delas. No conjunto, as obras previstas vão movimentar mais de R$ 30 bilhões.
Até aqui, alguns políticos estavam na expectativa de que a Autoridade Olímpica seria assumida por alguém capaz, sim, de intermediar os diversos interesses, mas dentro de uma linha de maleabilidade que não contrariasse nomes poderosos do Comitê Olímpico Internacional (COI). Mas vem Henrique Meirelles. Ele deverá ser a própria Autoridade Olímpica, embora com mandato prorrogável.
Fonte: Estadão