Os planos dos principais estados no País, começando por São Paulo, mostram que 2012 traz volume apreciável de recursos para diversos setores, o que vai se refletir, de modo positivo, em projetos e obras de engenharia
Joás Ferreira
Para 2012, o governo de São Paulo destaca o prosseguimento do Rodoanel, extensão e modernização do metrô paulistano, investimentos para a ampliação dos serviços de saneamento básico e construção de casas populares. A lei orçamentária para este ano de 2012 prevê receita de R$ 156,69 bilhões. O volume total de investimentos é de R$ 21 bilhões, sendo R$ 15,9 bilhões do orçamento fiscal e R$ 5,3 bilhões referentes à conta de recursos próprios das empresas estatais.
A continuidade do Rodoanel, em seu trecho norte, na região metropolitana de São Paulo, receberá recursos da ordem de R$ 1,5 bilhão. No que se refere ao transporte público, o estado prevê a ampliação das linhas e a modernização dos trens do Metrô, com a dotação de R$ 4,9 bilhões, distribuída para a compra de equipamentos e a sequência das obras das Linhas 2-Verde (R$ 1,7 bilhão), 4-Amarela (R$ 471 milhões), 5-Lilás (R$ 1,5 bilhão), e 17-Ouro (R$ 507 milhões), além de R$ 473 milhões direcionados para a modernização e recapacitação das linhas já em funcionamento.
Estão previstos também o investimento de R$ 1 bilhão na modernização operacional da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a dotação superior a R$ 520 milhões para a complementação da compra de novos trens e sistemas a serem utilizados nas linhas operadas pelo Metrô e pela empresa
Os investimentos nas rodovias, administradas pelo DER-SP, alcançam R$ 2 bilhões, sendo R$ 1,1 bilhão para a duplicação, implantação e obras conveniadas na malha rodoviária e R$ 873 milhões para a recuperação das estradas estaduais (inclusive as vicinais).
As aplicações em saneamento básico, por sua vez, contam com R$ 2,7 bilhões, para ações voltadas ao tratamento e abastecimento de água (R$ 746 milhões), aos sistemas de tratamento e coleta de esgotos (R$ 1,3 bilhão) e à recuperação de mananciais do Alto Tietê (R$ 561 milhões).
Na Habitação, o total previsto de R$ 2,3 bilhões em investimentos contempla: R$ 611 milhões para o Programa de Fomento à Habitação de Caráter Social; R$ 513 milhões para o Programa de Urbanização de Favelas e Assentamentos Precários; R$ 354 milhões para o Programa de Recuperação Socioambiental da Serra do Mar; e R$ 556 milhões para a construção de moradias e obras de infraestrutura em empreendimentos habitacionais.
SÃO PAULO
Fonte: Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo
RIO DE JANEIRO
EXPECTATIVA DE INVESTIMENTOS
PRIVADOS NO SETOR INDUSTRIAL
Uma pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), que é realizada desde 1995, sobre as intenções de investimentos no estado, projeta para o período de 2011 a 2013 investimentos públicos e privados (nacionais e estrangeiros) da ordem de R$ 181 bilhões. O volume do investimento, comparado com a dimensão territorial do estado – de apenas 43,7 mil km2 – dá ao Rio o título de maior concentrador mundial de investimentos (mais de R$ 4 milhões por km2) — a ser naturalmente conferido quanto à efetiva aplicação.
Do total previsto por esse estudo – Decisão Rio 2011-2013 –, 75% (R$ 137,4 bilhões) correspondem a investimentos industriais – soma dos investimentos da indústria de transformação (R$ 29,5 bilhões) e os da Petrobras (R$ 107,9 bilhões). Dentre os quais, destacam-se o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj); a construção da Siderúrgica da Ternium, dentro do Complexo Industrial do Porto do Açu; a ampliação da planta da Gerdau, já existente no estado; e a construção de dois estaleiros, um da Marinha Brasileira (que futuramente será responsável pela construção do primeiro submarino nuclear brasileiro) e outro da OSX (voltado para a construção de plataformas de petróleo e embarcações de apoio).
Do montante previsto para infraestrutura (R$ 36,3 bilhões), no período analisado (2011 – 2013), R$ 16,7 bilhões serão aplicados em energia, incluindo a construção da terceira usina nuclear brasileira, já em andamento, e de uma usina termoelétrica a carvão, no Complexo Industrial do Porto do Açu, de 2,1 mil MW, bem como investimentos em energia renovável.
Em Transporte, Logística e de Desenvolvimento Urbano, estão os projetos da construção do Complexo Industrial do Porto do Açu, que demandará quase R$ 1,8 bilhão, a implantação de sistemas de Bus Rapid Transit (BRT) na cidade do Rio de Janeiro (R$ 2,1 bilhões) e o projeto Porto Maravilha de revitalização da região portuária da capital (R$ 1,8 bilhão).
Entre os R$ 181 bilhões previstos para o período, cerca de R$ 11,5 bilhões serão relacionados aos Jogos Olímpicos, dos quais R$ 5,8 bilhões já foram detalhados pelos setores públicos e privados, incluindo hotéis, investimentos em infraestrutura e reforma/construção de instalações dos esportes olímpicos.
Além disso, ainda existem dezenas de projetos de investimento de extrema importância por enquanto classificados como “potenciais”, que estão fora do total de R$ 181 bilhões previstos para o período. Entre eles: o trem-bala Rio de Janeiro-São Paulo (quase R$ 36 bilhões); a siderúrgica chinesa Wisco (cerca de R$ 9 bilhões), que deverá se instalar no Complexo Industrial do Porto do Açu, junto da Ternium; os demais investimentos previstos para o Complexo Industrial do Porto do Açu, como a construção de uma usina termoelétrica movida a gás natural, de 3.300 MW, além da construção de cimenteiras e de uma cidade para 50 mil pessoas; a construção da nova base de exploração de petróleo da Petrobras, com foco no pré-sal; a construção de dezenas de hotéis, por diversas redes internacionais de turismo, atualmente em fase de projeto; e a construção de diversas torres e empreendimentos comerciais no centro da cidade do Rio de Janeiro e no bairro da Barra da Tijuca.
TELEFÉRICO NA ROCINHA
A Empresa de Ob
ras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop) divulgou, no final do ano passado, que a Rocinha – maior comunidade da América Latina, na Zona Sul do Rio de Janeiro – receberá investimentos de R$ 328 milhões até o fim de 2012. Os recursos serão destinados à retomada das obras de urbanização do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1) e estão previstas a construção de um plano inclinado, creches modelo, biblioteca e ações de urbanização.
O projeto também inclui a construção de um teleférico semelhante ao que já está funcionando no Complexo do Alemão. A obra está prevista para começar em janeiro de 2013 e deve interligar o teleférico à estação do metrô. A estimativa é que o projeto gere um volume de obras de mais de R$ 500 milhões.
MINAS GERAIS
ENERGIA E SANEAMENTO ESTÃO
ENTRE AS PRIORIDADES DO ESTADO
Nos próximos 15 anos, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) tem previsão para investir cerca de R$ 1,8 bilhão no Programa de Reforma e Modernização de 10 usinas hidrelétricas. A iniciativa prevê a substituição e upgrade de equipamentos de geração e transmissão de energia elétrica, o que vai estender o tempo de vida útil das usinas por mais 30 anos, em média.
Em janeiro último, a empresa assinou o primeiro contrato para a reforma e modernização da Usina Hidrelétrica São Simão. A parceria foi firmada com representantes do consórcio formado pelas empresas Alstom, Orteng e Construtora Camargo Correa.
No total, as dez hidrelétricas da Cemig que participam do Programa de Reforma e Modernização possuem 40 unidades geradoras e 5.221 MW de potência instalada.
As usinas de Volta Grande (Rio Grande) e de Salto Grande (rios Santo Antônio e Guanhães) serão as próximas a participar do Programa de Reforma e Modernização da Cemig, com concorrência pública prevista para o primeiro semestre de 2012. Outras concorrências de menor porte para o projeto de São Simão serão realizadas em 2012 e 2013.
A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) tem previsto o investimento de cerca de R$ 950 milhões em 2012. A companhia aprovou emissão de até R$ 400 milhões em debêntures para financiar os investimentos até o ano de 2014 e alongar sua dívida. Do valor total dos investimentos de 2012, R$ 850 milhões irão para a Copasa MG e 100 milhões serão destinados à Copanor (ambas subsidiárias da Copasa).
As obras de infraestrutura nas rodovias e nos municípios de Minas Gerais, por causa das chuvas, vão custar cerca de R$ 400 milhões, segundo o governo. Desse montante, serão destinados R$ 150 milhões para as rodovias estaduais. A título de ajuda aos municípios, o previsto é de cerca de R$ 250 milhões. A proposta do governo é que um terço do valor seja repassado por Minas Gerais e os outros dois terços, pelo governo federal.
O estado recebeu do ministério da Integração Nacional os cartões da Defesa Civil para quatro municípios. Eles vão poder usar o dinheiro, por exemplo, em ações emergenciais, incluindo compra de gasolina e comida, limpeza de áreas de deslizamento, e fornecimento de abrigo às pessoas. Os valores destinados são R$ 150 mil para Cipotanea e Vespasiano, R$ 300 mil para Ouro Preto e R$ 450 mil para Muriaé.
O município de Belo Horizonte reivindicou ao ministério R$ 42 milhões para execução de obras, dos quais já foram disponibilizados R$ 25 milhões. Com esses recursos, estão sendo executadas 18 obras em vários pontos da capital mineira.
BAHIA
INVESTIMENTOS PREVISTOS
CHEGAM A R$ 70 BILHÕES
Com a previsão de um significativo aporte financeiro, perto de R$ 70 bilhões, em grande parte privado e em diversos segmentos econômicos, nos próximos cinco anos a Bahia quer gerar 80 mil empregos, de acordo com a secretaria estadual da Indústria, Comércio e Mineração.
Entre os investimentos previstos, o Estado da Bahia anuncia a implantação de um complexo industrial de acrílico, que tem como principal investidor a multinacional alemã Basf. O grupo investirá R$ 1,2 bilhão na implantação do polo industrial, projetado para a produção em escala mundial de ácido acrílico, acrilato de butila e polímeros superabsorventes (SAP).
A implantação é o resultado de um acordo entre a Basf e a petroquímica Braskem, que é a única fabricante do propeno – principal matéria prima utilizada no processo. A nova planta deverá entrar em operação em 2014 e será o primeiro parque de indústrias do setor em toda a América do Sul.
No segmento de comércio e serviços, estão em implantação 31 novos empreendimentos que deverão somar investimentos da ordem de R$ 387 milhões e gerar mais de quatro mil novos empregos em nove municípios baianos. A Natura deverá investir R$ 3,3 milhões em centro de distribuição, empregando 110 trabalhadores, e a Casas Bahia, entrará com R$ 24 milhões, também em centro de distribuição, prevendo 150 empregos.
A indústria automotiva também faz parte importante do boom de investimentos na Bahia. A Ford deve aplicar R$ 3 bilhões na ampliação da fábrica de Camaçari, respondendo pela geração de mil empregos. A JAC Motors entra com R$ 900 milhões na construção de fábrica que resultará em cerca de 3.500 empregos diretos.
Além das montadoras, também vêm a Magna Cosma que vai investir R$ 70 milhões em fábrica de autopeças em Camaçari; a Olyver Motor, com R$ 9,5 milhões, e a JNW do Brasil, R$ 20 milhões, em plantas para produção de motocicletas.
A indústria de papel e celulose também se faz presente. A Veracel, fruto da parceria de duas líderes internacionais no setor de celulose e papel (a brasileira Aracruz Celulose e a sueco-finlandesa StoraEnso) espera investir R$ 4 bilhões em uma unidade para produção de celulose, gerando mais de 800 empregos diretos.
A Petrobras planeja aportar R$ 3 bilhões em recursos para a modernização da Refinaria Landulpho Alves, na Bahia. A estatal também pretende construir um terminal de regaseificação de gás natural liquefeito, com o investimento de R$ 1,3 bilhão, o que deverá gerar 850 novos empregos. Além disso, serão investidos outros R$ 66 milhões na duplicação da usina de biodiesel (Candeias), gerando mais 185 empregos.
Nesse segmento industrial, tem ainda a Ibiralcool que vai investir R$ 90 milhões em etanol, na cidade de Ibirapuã, gerando 1,2 mil empregos; a União Açucareira da Bahia (Unial), com investimento de R$150 milhões em etanol, em Lajedão (dois mil empregos); e a DaxOil que vai investir R$ 20 milh&otil
de;es em planta de refinação de petróleo (100 postos de trabalho).
No setor de mineração, estão previstos investimento de R$ 4,5 bilhões, pela Rio Tinto/Alcan, na exploração de bauxita e em refinaria de alumina, no município de Jaguaquara (600 empregos), e de R$ 2 bilhões, pela Bahia Mineração, na extração e usina de minério de ferro, em Caetité (1,3 mil empregos).
INDÚSTRIA NAVAL
Dos projetos previstos para a indústria naval, na Bahia, destacam-se: o da UTC Engenharia, com aporte de R$ 4 bilhões no terminal portuário de uso privativo (TUP), na baía de Aratu, e geração de mil empregos; o do consórcio, que reúne Construtora Norberto Odebrecht, OAS e UTC; e o do Estaleiro São Roque do Paraguaçu, com R$ 70 milhões, no município de Maragogipe, e que deve gerar 1,5 mil empregos.
ENERGIA
No segmento de geração de energia, destacam-se os parques eólicos baianos, que deverão atrair investimentos de R$ 6 bilhões, com a implantação de 52 usinas e geração de 600 empregos.
Já as termoelétricas prometem investir R$ 1,07 bilhão, em seis usinas: Arembepe, Ellobras, Murici I e II, Candeias Energia, UTE Bahia I e Solvi Valorização Energética.
Outras empresas também preveem investimentos em energia: a ERB deve entrar com R$ 200 milhões em vapor industrial/energia elétrica (150 empregos); a Gamesa, com R$ 100 milhões na fabricação de aerogeradores (100 empregos); a Alstom, R$ 50 milhões em aerogeradores (150 empregos); a Termoverde Salvador, com R$ 50 milhões, em termelétrica movida a biogás (300 empregos); a Torrebras, com R$ 21 milhões em torres eólicas (235 empregos); e a Acciona Wind Power, com R$ 3 milhões em cubos e naceles para torres eólicas (36 empregos).
COPA EM TERRITÓRIO BAIANO
Para se preparar para receber a Copa do Mundo, no que diz respeito à mobilidade urbana, o governo da Bahia prevê investimentos para o metrôestimados em cerca de R$ 2,6 bilhões: R$ 1 bilhão de recursos federais, R$ 600 milhões estaduais e R$ 1 bilhão que se espera captar na iniciativa privada.
Outra preocupação é com a criação de um terminal marítimo de cruzeiros turísticos de Salvador. A licitação está sendo concluída, para uma obra orçada em cerca de R$ 36 milhões, com recursos do PAC da Copa. A inauguração está marcada para o dia 13 de maio de 2013, data em que se comemora 100 anos da construção do porto de Salvador.
Em relação à rede hoteleira, de acordo com números da secretaria estadual do Turismo (agosto de 2011), a cidade de Salvador tem disponível hoje 50 mil leitos. Os planos são de implantar, em toda Bahia, 49 empreendimentos hoteleiros, acrescentando 20 mil novos leitos e gerando 26,9 mil empregos. O investimento total previsto é de US$ 5,8 bilhões.
INFRAESTRUTURA
Três aeroportos constam dos planos do estado, no que diz respeito à reforma e construção. O de Salvador deverá receber cerca de R$ 45 milhões para reforma e adequação do terminal de passageiros e a construção de uma nova torre de controle de voos.
Os dois que serão construídos serão o novo aeroporto de Ilhéus, previsto para ser instalado dentro do Complexo Porto Sul, que tem investimento total de mais de R$ 8 bilhões (todo o complexo), e o novo aeroporto de Vitória da Conquista, com recursos estimados em R$ 86 milhões.
Outro enfoque em infraestrutura do governo baiano é o Sistema Viário Oeste (SVO), projeto de maior integração de Salvador com o Sul do Estado cuja iniciativa principal é a construção de uma extensa ponte, atravessando a Baía de Todos os Santos, ligando a capital baiana ao município de Itaparica.
O SVO pode dar origem um novo polo industrial e logístico. O eixo Sul (BA 001) também tem potencial ainda para incrementar o turismo de veraneio (vetor alternativo ao Litoral Norte). Na medida em que a dinâmica do polo Ilhéus – Itabuna seja retomada (Porto Sul, Ferrovia de Integração Oeste-Leste etc.), um eixo entre as duas regiões metropolitanas deverá ser criado.
O Sistema Viário Oeste tem prazo até 2014 para elaboração do projeto e a partir daí, até 2018 para ser construído. As intervenções têm investimentos estimados em até R$ 7 bilhões. O valor engloba a construção da ponte, duplicação das rodovias, desapropriações e investimentos em infraestrutura. Os recursos serão oriundos dos governos federal e estadual e do setor privado.
Para o Complexo Porto Sul, a previsão de investimentos, somente em infraestrutura logística, é de: R$ 4,25 bilhões na ferrovia, mais cerca de R$ 800 milhões em equipamento rodante; R$ 2,5 bilhões na construção da primeira fase do Porto Sul; R$ 250 milhões na construção do novo aeroporto internacional de Ilhéus; cerca de R$ 300 milhões em acessos rodoviários ao complexo e contornos rodoviários de Ilhéus e Itabuna.
A soma total de investimentos no complexo chega a R$ 8,1 bilhões, com previsão de gerar mais de 10 mil empregos diretos e indiretos. A movimentação inicial de carga, de acordo com estudos, deve ser de 40 milhões t/ano, o que é compatível com as exigências das grandes rotas internacionais. Com a implantação do terminal portuário, estima-se que serão gerados R$ 50 milhões em ICMS – cinco vezes mais do que os R$ 10 milhões arrecadados anualmente, hoje, em Ilhéus.
O plano plurianual da Bahia tem programado como valor global, no período entre 2012 e 2015, o investimento de R$ 143 bilhões. Desse total, o poder executivo responderá por R$ 55,18 bilhões, para serem investidos em três eixos estruturantes: inclusão social (R$ 45,46 bilhões), fortalecimento da educação básica (R$ 12,4 bilhões), Bahia Saudável (R$ 12,2 bilhões), Pacto pela Vida (R$ 11,3 bilhões) e Desenvolvimento Sustentável e Infraestrutura para o Desenvolvimento (R$ 6,95 bilhões).
RIO GRANDE DO SUL
REVITALIZAÇÃO, SANEAMENTO
E AMPLIAÇÃO DE AEROPORTO
A Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e a Eletrosul fecharam parceria para novos projetos no setor de energia, no Estado do Rio Grande do Sul. O Grupo CEEE projeta investimentos na ordem de R$ 645 milhões em 2012, que serão aplicados na realização de programas nas três áreas de atuação da companhia: R$ 91,4 milhões para o segmento de geração, R$ 210,1 milhões para a transmissão e outros R$ 343,5 milhões na distribuição de energia elétrica.
Segundo a companhia, a estimativa é que nos próximos três anos sejam aplicados R$ 1,7 bilhão para repor investimentos que deixar
am de ser feitos no passado.
As ações devem ampliar a capacidade de atendimento ao mercado gaúcho. Entre elas, uma parceria com a Eletrosul, subsidiária da Eletrobras e que possui negócios nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Protocolo de intenções, já assinado, tem o objetivo de estreitar essa cooperação técnica entre as duas empresas e consolidar a troca de expertise para formação de parcerias em novos negócios do setor de energia para o Rio Grande do Sul.
Um dos projetos que integram essa parceria, no valor de R$ 511 milhões, envolve o último leilão de linhas de transmissão, realizado no final do ano passado. O lote engloba a construção de dois trechos de linha de 525 kV numa extensão de 495 km, ligando as subestações de Salto Santiago a Itá e de Itá a Nova Santa Rita, e dois trechos de 230 kV, entre as subestações Nova Santa Rita e Camaquã 3, Camaquã 3 e Quinta e mais a implantação de dois transformadores de 83 MVA na Subestação Camaquã 3.
Esse tipo de acordo conjunto, está previsto também para um novo projeto a ser leiloado em 2012, e que inclui a construção de uma inha de 525 kV de Nova Santa Rita até o extremo sul do Rio Grande do Sul, auxiliando na conexão da energia dos futuros parques eólicos da região ao sistema interligado.
Hoje, levando-se em consideração o que é produzido nas usinas hidrelétricas da CEEE, gerado por outras fontes no Rio Grande do Sul e mais o que chega ao estado através do Sistema Interligado Nacional, a disponibilidade da malha energética gaúcha é de 6.100 MW (demanda máxima, que sobe nos meses de verão, pode alcançar 5.800 MW).
OBRAS NA CAPITAL
Intervenções previstas para o centro de Porto Alegre integram estratégia de revitalização da área visando a Copa do Mundo de 2014. A prefeitura da capital e a empresa Porto Cais Mauá do Brasil anunciaram que, entre as obras, estão projetos de urbanização e revitalização dos 12 armazéns. A empresa pretende investir R$ 500 milhões. O empreendimento deve responder pela geração de nove mil empregos diretos e indiretos na operação.
Os projetos estarão concluídos em 2014, oferecendo áreas de lazer e entretenimento à população. Os empreendedores devem apresentar à prefeitura, nos próximos meses, os estudos de impacto de tráfego e as avaliações de impacto ambiental, para avaliação e aprovação do município. Simultaneamente, são desenvolvidos pela empresa os projetos básicos de urbanização e construção dos edifícios.
O projeto compreende trecho de aproximadamente 2,5 km, da rodoviária à Usina do Gasômetro. O plano prevê a construção de prédios comerciais e misto e a recuperação dos armazéns para o funcionamento de bares, restaurantes, lojas e estabelecimentos culturais. O conjunto de inovações proposto para revitalização do Cais Mauá soma-se às iniciativas de renovação do centro histórico, conduzidas pela prefeitura, elevando o patamar de desenvolvimento econômico e do turismo da região e da capital.
SANEAMENTO
A Companhia Rio-grandense de Saneamento (Corsan) anunciou investimentos de mais de R$ 10 milhões em saneamento para Vacaria. Os recursos são fruto de um convênio entre o município, o governo do estado e o governo federal. Vacaria tem mais de R$ 60 milhões de investimentos em andamento, entre escolas técnicas, infraestrutura e obras de saneamento.
A Corsan, por sua vez, prevê investir no estado, até 2014, R$ 3 bilhões em saneamento. Ela já lançou novos editais de licitação totalizando mais de R$ 10 milhões para obras de saneamento, assim divididos: R$ 2,9 milhões para o sistema de esgotamento sanitário do bairro Monte Claro; R$ 473 mil para execução de rede coletora, estações elevatórias elinha de recalque de esgoto ETE do parque de exposições; R$ 4,2 milhões com recursos do Orçamento Geral da União, para a ampliação sistema de abastecimento de água; R$ 1 milhão para a elaboração de projeto executivo para todo o sistema de abastecimento de água; R$ 400 mil para a aquisição do caminhão limpa fossa; e R$ 1,5 milhão para o Contrato Serviços de Apoio Operacional e Comercial, com a empresa Bonfante & Cia Ltda.
AEROPORTOS
As obras de ampliação da pista do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, devem ter início em maio próximo, com conclusão estimada em 18 meses.
Revista para o primeiro semestre de 2011, a obra não começou devido a atrasos nos projetos. A Infraero optou por elevar uma das cabeceiras da pista para evitar a retirada dos obstáculos em torno do terreno do aeroporto. Os gastos com desapropriações devem chegar a R$ 40 milhões.
Após a obra, a pista do Salgado Filho passará de 2.280 m para 3.200 m. De acordo com a Infraero, serão necessários mil m² para realizar a ampliação. Orçada em R$ 223,2 milhões, a intervenção está incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A Infraero inaugurou, recentemente, o módulo operacional provisório do Salgado Filho, com capacidade para 1,5 milhão de passageiros por ano. O local tem três canais de inspeção, 280 assentos e 20 guichês. O investimento total foi de R$ 4,17 milhões.
A Secretaria de Infraestrutura e Logística do Estado de Porto Alegre obteve a confirmação da destinação de R$ 8,6 milhões para investimento em três aeroportos do interior do Rio Grande do Sul. De acordo com informação da pasta, serão destinados R$ 5,4 milhões para o Aeroporto de Santo Ângelo, R$ 2,3 milhões para o Aeroporto de Passo Fundo e R$ 781 mil para o Aeroporto de Rio Grande.
Do valor obtido, R$ 6 milhões são recursos federais e R$ 2,6 milhões do governo estadual. No caso de Santo Ângelo a pista do aeroporto será totalmente refeita. Em Passo Fundo, a pista será ampliada, com adequações de segurança. No Aeroporto de Rio Grande, que tem uma realidade diferente dos demais, os recursos serão destinados à construção de estação de combate a incêndios, inclusive com a aquisição de um caminhão de bombeiros.
PERNAMBUCO
SUAPE PROJETA CONSTRUÇÃO
DE TRÊS NOVOS TERMINAIS
O Complexo Industrial e Portuário de Suape, concebido há 33 anos, está se consolidando como porto-indústria.
O Plano diretor 2030 de Suape estabelece metas de construção e ampliação para os próximos 20 anos. O complexo, instalado em área de 13,5 mil ha, reúne 40 mil trabalhadores (só
; a Refinaria Abreu e Lima tem 23 mil). No total, incluindo os habitantes, a população da área é da ordem de 90 mil pessoas.
O plano prevê a construção de três novos terminais: o segundo terminal de contêineres (cais 6 e 7), que terá investimentos de US$ 181,68 milhões; o terminal para granéis sólidos na ilha de Cocais, cujas obras deverão custar US$ 262,45 milhões, e o terminal de grãos (8 e 9), com investimentos de US$ 166,67 milhões.
O complexo deve consolidar Pernambuco como polo provedor de bens e serviços para as indústrias de petróleo, gás, offshore e naval. Ao longo desse período atraiu mais de 100 empresas nos segmentos da siderurgia, refinaria e petroquímica.
MOBILIDADE URBANA
A Região Metropolitana do Recife tem 14 municípios e quase 3,7 milhões de habitantes. É a quinta maior do País e a mais populosa do Nordeste. Por dia circulam quase 800 mil veículos pelas ruas e avenidas. Por isso, o governo vem desenvolvendo o Programa Estadual de Mobilidade Urbana (Promob), que vai construir mais de 100 km de corredores exclusivos para o transporte coletivo.
O Corredor Norte-Sul, por exemplo, que teve início em janeiro último, será a maior via exclusiva de Transporte Rápido de Ônibus (TRO) da Região Metropolitana do Recife – sistema que já existe em cidades como Bogotá, Johanesburgo e Curitiba. A obra começa com a restauração, reforço e substituição das placas de concreto do canteiro central de um trecho de 5 km da rodovia.
O estado irá investir R$ 151 milhões em todo o corredor que vai contar com 33 estações, indo do Terminal Integrado de Igarassu até o Terminal Integrado do Recife, no centro da capital. O percurso será de 33,2 km e a obra deverá beneficiar mais de 146 mil passageiros de ônibus. Entre as obras de arte, o projeto inclui a construção de um viaduto e de um elevado no bairro dos Bultrins, em Recife, além de outro elevado em Ouro Preto. A obra terá duração de 18 meses. Também será necessária a construção de outros quatro viadutos que vão cruzar a Avenida Agamenon Magalhães, entre a Ilha do Leite e o Parque Amorim.
A construção do Corredor Norte-Sul está sendo executada pelas empresas consorciadas EMSA–Aterpa. Para esse primeiro trecho, serão necessários cerca de R$ 6 milhões e 90 dias para conclusão. O Corredor Norte-Sul faz parte do pacote de obras para a Copa do Mundo 2014, na capital pernambucana.
Já o Corredor Leste-Oeste – da Praça do Derby atravessando a Avenida Caxangá, onde as paradas serão substituídas por estações até o Terminal Integrado de Camaragibe – inclui a construção de um túnel e um viaduto. Serão 22 estações e três terminais de integração no percurso. O ramal Cidade da Copa vai da Estação de Metrô Camaragibe até a Cidade da Copa e a BR-408, que está sendo duplicada. O número de terminais integrados vai passar de 13 para 23.
Os veículos serão modernizados, equipados com ar-condicionado, câmeras de segurança, contagem eletrônica de passageiros, GPS e vão funcionar como sistema Bus Rapid Transit (BRT). A capacidade de usuários transportados vai aumentar de 800 mil para 1,3 milhões, até 2013. Também serão construídos quatro viadutos transversais ao eixo da Avenida Agamenon Magalhães.As obras do Promob somam R$ 1,5 bilhão em investimentos.
METRÔ
As obras do metrô do Recife, atualmente em curso, estão relacionadas com a Copa de 2014, embora as expectativas de ampliação da malha metroviária tenham em conta um horizonte mais amplo.
A configuração atual da malha da linha Centro define uma linha tronco que, partindo da Estação Coqueiral, onde se divide em dois ramais, atende Jaboatão e o ramal de Camaragibe. Com 20 estações e 29,3 km de extensão, o metrô transporta atualmente cerca de 190 mil passageiros/dia.
A linha Centro foi inaugurada na década de 1980 e atendia originalmente o trecho Recife-Jaboatão, com um ramal que a conectava com a Rodoviária. Em 2002 houve a ampliação do trecho Rodoviária-Timbi (Camaragibe). Durante a construção desse trecho, e por conta da pressão popular, cogitou-se do projeto de uma futura estação – exatamente onde hoje está em construção a estação Cosme e Damião, que se localiza a 1,5 km da arena da Copa. A mesma deverá ser concluída em dezembro próximo.
O metrô dispõe também da linha diesel, chamada de linha Verde, que funciona com oito estações entre Cajueiro Seco e Cabo, no município do mesmo nome. É operada com trens não eletrificados, que deverão ser substituídos, até a Copa, por trens modernos.
Para receber a Copa do Mundo, Pernambuco criou o projeto Cidade da Copa, em uma área de 270 há no município de São Lourenço da Mata, que prevê a construção de um estádio, um conjunto habitacional com nove mil residências, um centro comercial, hotéis, o Hospital Metropolitano Oeste Pelópidas Silveira, dentre outras iniciativas, somando investimentos que chegam a R$ 1,6 bilhão. O governo deverá entrar apenas com o terreno, uma vez que para esse projeto foi criada uma parceria público-privada (PPP).
CEARÁ
INVESTIMENTOS EM RODOVIAS,
TRANSPORTES E MOBILIDADE
Em 2012, a previsão de investimentos do Departamento Estadual de Rodovias (DER), do governo do Ceará, é de R$ 260 milhões, destinados a obras de restauração e implantação de novas vias; duplicação e construção de aeroportos (o departamento também cuida dessa área); e manutenção rotineira das estradas.
Alguns projetos que já vêm sendo desenvolvidos há algum tempo (como a duplicação da CE-025, conhecida como Maestro Lisboa), estão em fase de conclusão. Outras obras que estão sendo iniciadas não devem ser terminadas em 2012, de acordo com o Programa Plurianual. Os recursos são advindos do tesouro, do BNDES, de royalties e de operação conhecida como swap, além de contrapartidas de alguns governos municipais e federal.
Entre as obras previstas ou em andamento, estão: restauração do trecho entre Coluna e Cascavel, com extensão de 25,6 km e valor de R$ 582 mil; implantação do trecho Catarina – Arneiroz, de 37 km, com investimento de R$ 15 milhões; obras do aeroporto de São Benedito, que exigirá recursos da ordem de R$ 1,02 milhões; e a recuperação de estradas vicinais (carroçável) do município de Baixio (R$ 41 mil).
O metrô de Fortaleza recebeu, em 2011, cerca de R$ 222 milhões em investimentos, em especial na linha sul (será o primeiro metrô de Fortaleza), para a compra de material rodante (trens italianos da
Ansaldo Breda), desapropriações e obras civis. Em 2012, a previsão de investimento em transporte ferroviário é de R$ 240 milhões, com previsão de remodelação da linha oeste (linha de trens normais, movidos a diesel).
AMAZONAS
PROGRAMAS DEVEM ATENDER
A DEMANDAS DO INTERIOR DO ESTADO
A secretaria de Infraestrutura (Seinfra) prioriza, para 2012, a interiorização dos investimentos, melhorando as condições logísticas, o saneamento básico e a mobilidade urbana no Amazonas.
Os planos do governo do Estado do Amazonas, para este ano, incluem obras como a duplicação da rodovia Manoel Urbano (AM-010), a inserção de dez municípios no cronograma do Programa de Saneamento Integrado (Prosai) e a ampliação da avenida das Torres e de acessos viários para desafogar o trânsito na capital, Manaus.
A duplicação de 78 km da rodovia Manoel Urbano (AM-070) é uma das principais obras, em especial no trecho da cabeceira da Ponte Rio Negro, em Iranduba, até Manacapuru (a 68 km de Manaus). Orçado em R$ 211 milhões, o projeto contempla a construção de duas pistas com 7,10 m de largura, acostamento e drenagem de 2,30 m para cada lado, em uma largura total de 18,80 m. Inclui, ainda, a iluminação de toda a extensão da rodovia e a restauração com pintura, jateamento e a duplicação das pontes sobre o rio Miriti e o rio Ariaú.
Para 2012, a rodovia AM-070 (interligação entre Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara), também será alvo de investimentos, com recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), do governo federal. Ela terá 35 km de extensão restaurados, sendo o primeiro trecho, com 15 km (do Rio Preto da Eva até a Vila Lindoia), e o segundo, de 20 km (entre a vila e a entrada de Itacoatiara). Essa é a principal rota de escoamento da produção e entrada de mercadorias nos municípios de Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Silves e Itapiranga.
A Seinfra também prevê inaugurar, em 2012, a Estrada de Autazes e iniciar da recuperação e manutenção da Estrada da Várzea, que interliga os municípios de Silves e Itapiranga, e da Estrada do Manaquiri. No total, serão investidos R$ 8 milhões do Governo do Estado.
A secretaria deve ainda finalizar, neste ano, o
Fonte: Padrão