Barragem terá APENAS 35 m de altura

Oprojeto da Usina Hidrelétrica Belo Monte prevê dois sítios distintos: o Sítio Belo Monte e o Sítio Pimental, com distância entre eles de 40 km, em linha reta. O barramento do Rio Xingu será feito apenas no Sítio Pimental, com distância também de 40 km em relação à cidade de Altamira (PA). O projeto está sendo desenvolvido e implantado pela Norte Energia.

Um dos destaques da obra é que a altura do barramento será de 35 metros, ou seja, bem menor que a observada em outras grandes usinas hidrelétricas, como a de Itaipu, cuja altura é de 196 metros. Isso ocorre porque o projeto Belo Monte aproveita característica natural do Rio Xingu, na região da Volta Grande do Xingu, que apresenta, entre o barramento principal, no Sítio Pimental e a casa de força principal, no Sítio Belo Monte, um declive de 90 metros, enquanto outros projetos hidrelétricos exigem a criação artificial de queda d’água para a geração de energia.

A utilização de uma barragem mais baixa para formação de reservatório para a Usina Hidrelétrica Belo Monte também permite que a área inundada se adeque, consideravelmente, ao leito do rio. Grande parte do reservatório de 502,8 km² corresponde à área ocupada, naturalmente, pelo rio nos períodos anuais (228 km²) de cheia, normalmente entre dezembro e junho.

Com a determinação de manter permanentemente o fluxo de água para o trecho de 100 km do rio entre o reservatório e a casa de força principal (Trecho de Vazão Reduzida – TVR), verificou-se a viabilidade de instalação de uma casa de força complementar no Sítio Pimental, que possibilitará a geração de energia durante o ano todo. Esta casa de força irá receber seis turbinas do tipo bulbo e terá potência instalada de 233,1 megawatts e garantia física de 152,1 megawatts. Cada turbina bulbo tem capacidade para gerar energia com vazão máxima (engolimento) de 403 m³/s.

Nos meses de cheia, portanto, entre meados de dezembro e final de junho, quando o rio atinge sua vazão máxima (a maior vazão registrada no Rio Xingu atingiu a 32 mil m³/s), a vazão excedente daquela que não estará gerando energia no Sítio Belo Monte (vazão máxima de 14.000 m³/s) será devolvida ao rio por meio de vertedouros no Sítio Pimental.

18 unidades geradoras

Nos meses de seca, quando a vazão atingir seus níveis mais baixos e a quantidade de água não for suficiente para atender a vazão mínima definida para o Trecho de Vazão Reduzida mais a quantidade mínima possível de ser turbinada nas máquinas do Sítio Belo Monte, todo este volume de água passará pelas turbinas e voltará normalmente ao leito do rio, na Volta Grande. Nesses meses não haverá geração no Sítio Belo Monte.

A alimentação da casa de força principal será feita por meio de um reservatório intermediário formado a partir de um canal de derivação construído entre o reservatório principal e o Sítio Belo Monte. Para a formação do reservatório serão implantados, aproximadamente, 30 diques que fazem o fechamento de selas e drenagens de igarapés. Já o canal terá comprimento de 20 km, sendo que 16 km de sua extensão irão receber revestimento de concreto compactado com rolo. O canal terá ainda estrutura de enrocamento nos taludes laterais para evitar que o fluxo de água, que chegará a velocidade máxima de 2,7 m/s, provoque erosões.

De acordo com o projeto de viabilidade inicial, entregue à Aneel, dois canais de derivação seriam construídos para conduzir a água entre o reservatório e a casa de força principal (Sítio Belo Monte). Entretanto, o aumento da capacidade de geração alcançado com a melhoria no rendimento da turbina Francis permitiu a supressão de um canal, com benefícios para o meio ambiente e para o cronograma da construção.

Com apenas um canal de derivação, embora a perda de carga seja maior, esta diferença será compensada pelo ganho de geração proporcionado pelas melhorias tecnológicas das turbinas. Outra vantagem é a diminuição do volume de escavação na área do canal de derivação. Inicialmente, a escavação atingiria 180 milhões de m³, sendo 135 milhões de m³ em solo e 45 milhões de m³ em rocha. Com apenas um canal, a escavação será de 106 milhões de m³, sendo 81 milhões de m³ em solo e 25 milhões de m³ em rocha. A mudança não alterou a potência instalada da casa de força principal, de 11 mil megawatts, com garantia física de 4.418 megawatts.

No Sítio Belo Monte serão instaladas 18 unidades geradoras, na casa de força principal, equipadas com turbina Francis, com potência unitária de 611,1 megawatts e que produzem energia com engolimento de 733 m³/s.

Linhão do Madeira terá 2.375 km

O escoamento da energia do complexo do rio Madeira, que inclui as Usinas Hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, demanda esforço significativo de engenharia e desafios inéditos para os empreendedores no país. LEME Engenharia atua desde o início dos trabalhos de construção da Usina de Jirau e também do Sistema de Transmissão do complexo, conhecido como Linhão do Madeira, que terá 2.375 km de extensão, suficiente, por exemplo, para interligar Lisboa, capital portuguesa, a Amsterdam, na Holanda.

A LEME Engenharia atua em dois dos sete lotes leiloados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A empresa é responsável pelo Projeto Executivo da Linha de Transmissão 1, de +/- 600 kv em corrente contínua, que vai de Goiás a São Paulo, e também do Projeto Executivo dos Bipolos, localizados em Porto Velho (RO) e Araraquara (SP).

Em um país com dimensões continentais, transportar a energia de um ponto a outro se constitui um verdadeiro desafio. Além disso, o curto prazo para a conclusão da obra e a qualidade técnica exigida pelo empreendimento aumentam a responsabilidade da projetista. “Nestas linhas de transmissão se concentram todo um bloco de geração de energia elétrica de milhares de megawatts a serem distribuídos por uma vasta extensão de transmissão. O sucesso do empreendimento depende da qualidade do projeto, do equipamento empregado e da construção. Somos, pois, parte de um todo com a responsabilidade de fazer a energia chegar ao sudeste brasileiro”, enfatiza Jacintho Alvares Neto, Diretor do Projeto Jirau pela LEME Engenharia.

A LEME Engenharia ao l

ongo de 45 anos já desenvolveu mais de 70 subestações de extra-alta tensão, cerca de 400 subestações de 138 kv e mais de 12 mil km de linhas de transmissão de 69 a 500 kv, totalizando mais de 30 mil MVA instalados. A empresa desenvolve ainda a Engenharia do Proprietário do Sistema de Transmissão de Jirau, que vai interligar a energia de Jirau à subestação de Porto Velho.

Estamos com um escritório de apoio na cidade de Porto Velho e dois escritórios de supervisão no canteiro de obras, além de um Escritório de Gerenciamento da Implantação do Empreendimento na sede, em Belo Horizonte, e uma equipe de validação de projetos e inspeções em fábrica, em Florianópolis (SC). “São, ao todo, 260 profissionais com dedicação integral a Jirau, o que representa cerca de 30% do orgânico da nossa empresa”, afirma Neto.

Fonte: Estadão

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