BR-163, uma estrada sempre em obras e jamais CONCLUÍDA

Rodovia longitudinal com 1.780 km de extensão vive permanentemente em obras, mas jamais está concluída. O recente escândalo com licitações no ministério dos Transportes interrompeu o recapeamento previsto para alguns trechos críticos

Estrada estratégica, sobretudo para o Centro-Oeste, liga os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Pará. Sua história é uma saga dos anos 1970 envolvendo contingentes de desbravadores que conseguiram abri-la selva adentro, entre Cuiabá (MT) e Santarém (PA), trecho caracterizado pela presença da floresta amazônica, o cerrado e pelas áreas de transição entre esses biomas, onde se encontram as bacias hidrográficas do Amazonas, Xingu e Teles Pires-Tapajós.

Apesar da importância para o transporte de grãos da região, a estrada tem apenas cerca de 700 km asfaltados. Precária em sua maior extensão, ela torna-se impraticável no período de chuvas, motivo pelo qual está constantemente em obras, sem, entretanto, ser objeto de projeto de ampliação e manutenção definitivo.

Projeto do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) previa o recapeamento de 390 km da estrada entre Campo Grande e Sonora. As obras deveriam ter sido iniciadas, tendo em vista o próximo período de chuvas. Suspensas, em razão dos problemas com licitações no Ministério dos Transportes, as obras deverão atrasar. Foi o que informou a superintendência regional do DNIT, ao salientar que o atraso no lançamento da concorrência pública para os serviços, poderá comprometer o cronograma. Segundo a informação, “se a licitação for lançada em agosto próximo, os serviços talvez só possam ser iniciados em setembro e isso atrasa o cronograma. Sobrevindo as chuvas, os trabalhos estarão comprometidos”.

Usuários da rodovia e moradores de cidades situadas ao longo do traçado defendem a necessidade de um projeto de ampliação e manutenção permanente. A saga da construção do trecho Cuiabá-Santarém, é contada por um dos pioneiros da abertura da rodovia na selva, o engenheiro civil Sálvio Santos, que relata, a seguir, essa história para a edição deste mês da revista O Empreiteiro.

Fonte: Estadão

Deixe um comentário