BR-163/MT

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A BR-163 é conhecida pelo intenso tráfego de graneleiros

A BR-163/MT foi a primeira a ser licitada dentro do último pacote de concessão com quatro rodovias federais. A vencedora do leilão foi a Odebrecht Transport.

Cortando o rico cinturão do agronegócio do norte do Mato Grosso, a estrada é conhecida por ser quase um “trem de rodas”, tamanha a fila de caminhões que se forma ao longo da rodovia, principalmente no período da safra de grãos, indo ou voltando dos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP).

O segmento licitado de 850,9 km se inicia na divisa dos estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso e termina no km 855, no entroncamento com a rodovia MT-220, na cidade de Sinop (MT), atravessando 19 municípios mato-grossenses.

A rodovia é uma das mais críticas do País devido à má conservação e ao excesso de veículos graneleiros pesados circulando, alguns com mais de 20 m de comprimento, o que proporciona perigosas ultrapassagens em vias de mão única – o trecho já foi percorrido pela revista O Empreiteiro e foi objeto de matéria na edição 521.

A BR-163 receba muito tráfego de caminhão, mas deve ter isso amenizado a partir de 2015, data prevista para o fim da pavimentação do prolongamento da rodovia no Pará de cerca de 1 mil km. A previsão é que parte dos veículos que sai do cinturão do agronegócio rumo aos portos do Sul passe a utilizar a rodovia no trecho paraense, depois de pavimentada, para fazer o escoamento da produção pelo porto fluvial de Santarém (PA), às margens do rio Amazonas.

Outra obra de infraestrutura que deve afetar o tráfego de veículos pesados na região é a construção de uma ferrovia ligando Lucas do Rio Verde (MT) a Campinorte (GO) – conectando-se à Ferrovia Norte-Sul, cujo leilão de concessão, que envolve a construção da linha, deve ser feito ainda no primeiro trimestre de 2014 – o governo também estuda no início do ano lançar a concessão, com construção, do prolongamento da ferrovia Norte-Sul, de Açailândia (MA) ao porto de Barcarena (PA).

Porém, tanto o governo quanto a Odebrecht Transport disseram que essas questões foram amplamente estudadas e previstas no leilão. Ambas alegaram que o crescimento do PIB da região (maior do que a média nacional) e o incremento crescente do agronegócio no Mato Grosso são os grandes fatores para se acreditar no aumento do tráfego na rodovia.

“O Estado tem menos unidades de conservação e terras indígenas, o que permite expansão da área agrícola”, avaliou Jorge Barros, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

“Até o paralelo 16 é viável ir para Santos e Paranaguá. E acima disso também. Os caminhões continuarão usando esses portos”, explica Renato Mello, diretor de Rodovias da Odebrecht Transport, sobre o fato de a empresa acreditar na continuidade do incremento do tráfego na BR-163. O paralelo 16 (uma das linhas imaginárias que circundam o globo e que formam a latitude) passa próximo a Cuiabá.

A Odebrecht não considera as obras a serem feitas na BR-163/MT complexas. De acordo com a empresa que assumirá a estrada, os trechos a ser duplicados já têm as vias definidas em projeto há vários anos.

Fonte: Revista O Empreiteiro


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