Marco no desenvolvimento econômico em Caraguatatuba (SP). Assim está sendo considerada a construção da Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba (UTGCA), que integra o Pólo Mexilhão, do projeto da bacia de Santos, da Petrobras. A expectativa é que o município, atualmente com um orçamento anual de R$ 100 milhões e considerado até então um balneário de economia frágil por causa da sazonalidade do turismo, encorpe os cofres do município, com os royalties e impostos como ICMS e ISS, em mais R$ 150 milhões. O impacto, afirma o prefeito da cidade, José Pereira de Aguilar (PSDB), será notado pelos cerca de 95 mil moradores que terão mais empregos e ações concretas nas áreas de educação, saúde e infra-estrutura. A perspectiva é que em três anos a UTGCA esteja em funcionamento. Aguilar destaca que serão 1.800 empregos gerados durante o período da construção e, por causa da alta especialidade da mão-de-obra, menos de cem empregos diretos com a operação da unidade. Porém, antes mesmo de serem iniciadas, as obras já movimentam a cidade e a prefeitura, que está promovendo cursos de capacitação por meio do Centro Profissionalizante do Litoral Norte (Ceprolin). “O que desejamos é o máximo de aproveitamento da mão-de-obra local. Acreditamos que apenas a mão-de-obra de alta qualificação na área petrolífera deverá vir de outras localidades”, afirma o prefeito de Caraguatatuba.
Futuro melhor
Apesar de as conjecturas ainda serem fortes quando se fala no projeto, a prefeitura tem buscado experiências concretas para saber quais serão as mudanças que os moradores poderão esperar com a implantação da UTGCA. Aguilar destaca que a cidade de Macaé, transformada em pólo petrolífero a partir dos anos 1970, tem repassado informações preciosas sobre as possíveis melhorias. “E as informações só nos dão a certeza de um futuro melhor. A vinda da Petrobras representa uma nova realidade econômica para Caraguá. As potencialidades apresentadas pela bacia de Santos, agregadas à infra-estrutura que devemos implementar, como novas estradas e a construção de um aeroporto, poderão representar a geração de empregos e uma melhoria substancial na qualidade de vida da população”, diz o prefeito. Para Aguilar, saber administrar a parceria entre a prefeitura e a Petrobras é um dos maiores desafios para a cidade. “A instalação da Base de Gás dará a infra-estrutura necessária para que uma cidade como a nossa, que vive do turismo, tenha qualidade durante os 12 meses do ano e não apenas na temporada”, destaca. Caraguatatuba, que estava na briga para sediar a UTGCA junto com São Sebastião e cidades da Baixada Santista, foi escolhida por oferecer vantagens logísticas e ambientais e pela proximidade com o município de Taubaté (SP), ponto de coleta no gasoduto. Estimativas apontam que os recursos financeiros, destinados aos municípios do Pólo Mexilhão, serão da ordem de R$ 1,8 bilhão (o projeto total da bacia de Santos prevê investimentos de US$ 18 bilhões). Segundo o prefeito, a base da UTGCA utilizará uma área de 700 mil a 1 milhão m². A unidade de tratamento será instalada em módulos. Cada módulo terá capacidade para processar 7,5 milhões de m³ de gás por dia. Essa unidade também está dimensionada para tratar, no futuro, o gás proveniente de outras áreas da bacia de Santos. O Pólo Mexilhão, no qual está inserida a UTGCA, terá capacidade para produzir até 15 milhões de m³/dia de gás e 20 mil bpd de condensado de gás natural.
Fonte: Estadão