Caterpillar renova linha de pás-carregadeiras de rodas

Compartilhe esse conteúdo

Série K substitui Série H com mudançasque prometem melhor desempenho

Guilherme Azevedo — Campo Largo (PR)

Mais potência, menor consumo de combustível, menos manutenção. É o que diz garantir a Caterpillar para o mercado de pás-carregadeiras de rodas, com o lançamento da Série K. A nova linha substitui os seis modelos da Série H (agora descontinuados) com três opções: pá-carregadeira de rodas 924K, 930K e 938K. A apresentação oficial das máquinas aconteceu em dezembro, na unidade fabril da Caterpillar em Campo Largo (PR), município da região metropolitana de Curitiba.

Inaugurada em outubro de 2011 após a compra e reforma das instalações pertencentes à montadora Chrysler, a fábrica concentra a produção das novas pás-carregadeiras de rodas no País, num terreno de 1 milhão de m2 e área construída de 50 mil m2. São 857 funcionários envolvidos na operação de Campo Largo, que também inclui a fabricação da retroescavadeira 416E.

O processo de desenvolvimento da nova linha de pás-carregadeiras de rodas consumiu, segundo Luiz Carlos Calil, presidente da Caterpillar Brasil, um total global de US$ 100 milhões. A nova máquina tem preço unitário de mercado estimado entre R$ 300 mil e R$ 500 mil, dependendo do local de compra e dos acessórios escolhidos. As vendas se realizam por meio das duas revendedoras oficiais da marca, a Pesa (para o Sul do País) e a Sotreq (para as demais regiões).

Melhorias

A principal novidade da Série K, segundo os engenheiros e técnicos de produto da Caterpillar, é o sistema de transmissão hidrostática incorporado, com controles independentes de velocidade e rpm do motor. “São quatro velocidades disponíveis, não são marchas, e todas com a mesma potência”, frisou Rodrigo Cera, especialista de produto da empresa. O sistema hidrostático de transmissão, que é uma espécie de haste prolongada do motor em que pontuam bombas e outros instrumentos, resulta num melhor controle de velocidade e tração nas rodas, com reflexo sobre o ganho de potência adicional no solo em relação à Série H.

A nova linha é equipada com motor Cat C7.1 ACERT (para o padrão de emissões Tier III), com rotação máxima de 1.800 rpm, contra 2.415 rpm da Série H. A rotação máxima menor favorece economia de combustível, estimada em 25% na comparação com os modelos da Série H, e diminui o ruído produzido pelo equipamento, que caiu de pouco mais de 70 dB para 69 dB.

Houve também redesenho da caçamba das máquinas, que torna mais eficientes a aproximação e o ataque do material a ser carregado, na avaliação da Caterpillar. A caçamba agora está posicionada um pouco mais acima, a 50 mm do chão, para evitar a abrasão com o solo. A cabine, no comparativo com a da Série H, está 14% maior. E uma câmera de vídeo foi instalada na traseira da máquina, para dar mais visibilidade na hora de manobrar. São características que tornam a máquina mais estável, segura e ergonômica, do ponto de vista do operador.

Controle

Um processo sobressai durante o giro pelo chão da fábrica, pelas etapas de montagem das máquinas em Campo Largo: o laboratório metalúrgico. Para esta sala refrigerada, onde propositalmente entram pouca luz e ar, são trazidas as peças que vão compor as futuras máquinas, para o correto dimensionamento de cada uma delas. Um equipamento em forma de haste vai percorrendo a área do componente e tomando as medidas dele, automaticamente, a fim de verificar sua conformidade com o modelo da máquina. As medidas numéricas são depois transformadas em imagens e o olhar atento de um técnico faz o exame final. “A avaliação é para ver se as peças estão dentro das tolerâncias”, resume Letícia da Fonseca, uma moça de cabelos negros compridos, óculos de grau e muito jovem, especialista em mecânica, metrologia e hoje cursando engenharia de produção na universidade.

Outro cuidado observado pelo pessoal da Caterpillar é quanto à soldagem. Os novos funcionários da área são submetidos a treinamentos que duram três ou quatro semanas, primeiro em ambientes que simulam a tarefa efetiva. O treinamento virtual, com sistema Lincoln Electric, parece um jogo para videogame. “Esse treinamento trouxe uma economia muito grande para a Caterpillar”, pontua Flavio Degani, da área de qualidade, uma vez que minimiza riscos e erros. O novo operador de montagem também recebe treinamento teórico de ponte rolante, um dos instrumentos mais utilizados no processo todo. São dezenas e dezenas de metros de pontes rolantes amarelas percorrendo o céu da fábrica, por toda parte. Para o movimento das peças com precisão e segurança. Para que o processo fabril evolua com velocidade e qualidade.

Contexto

Luiz Carlos Calil, presidente da Caterpillar no País, reconhece que 2013 foi um ano de desempenho médio para a empresa e para o setor de máquinas em geral, mas mantém otimismo com o futuro próximo. A Caterpillar e outros grandes competidores foram beneficiados, este ano, com as licitações para compras de máquinas pelo governo federal, sobretudo as do Ministério do Desenvolvimento Agrário, dentro do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento 2). Essas compras (de alguns milhares de unidades de retroescavadeiras, motoniveladoras, pás-carregadeiras e caminhões) serviram como proteção para um ano de relativa restrição. A Abimaq (associação do setor) fala em 5% de faturamento menor em relação a 2012, embora com mais de 5% de aumento da produção física.

Calil avalia que o PIB específico do setor de infraestrutura deverá crescer o dobro do PIB brasileiro até 2015 e ir de 6% a 8% de expansão a partir de 2016. O País, de fato, depende desse impulso para confirmar as bases de seu crescimento com competitividade. Sem infraestrutura não verás país nenhum.

A Série K, em números

Modelos

924K

930K

938K

Potência Líquida (hp)

135

154

182

Peso de Operação (kg)

11.550

13.135

15.146

Caçamba (m³)

2,1

2,3

2,7

Carga de tombamento (kg)

7.488

8.477

9.689

Fonte: Revista O Empreiteiro


Compartilhe esse conteúdo

Deixe um comentário