Coube à Telebras contratar uma empresa para o desenvolvimento dos projetos de engenharia e arquitetura destinada a criar um complexo que abrigaria o Centro de Operações Espaciais (Cope). O projeto deveria ser elaborado em BIM e ter certificação TIER IV pelo Uptime Institute situações inéditas até o momento no serviço público para projeto desta magnitude.
O Cope é parte integrante do Sistema de Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação Estratégica (SGDC). Trata-se de um programa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações em conjunto com o Ministério da Defesa, para o lançamento e operação dos satélites que irão cobrir todo o território nacional.
Possibilitará a utilização de satélite próprio para as comunicações civis e militares operado inteiramente no país, garantindo a soberania nacional. O primeiro satélite do SGDC foi lançado em 4 de maio de 2017.
Através de processo licitatório capitaneado pela Telebras, a Fox Engenharia foi qualificada para a elaboração dos projetos de engenharia e arquitetura para a construção do Centro de Operações Espaciais.
O primeiro grande desafio foi a concepção de uma infraestrutura com alta disponibilidade e confiabilidade capaz de obter certificação TIER IV do Uptime Institute, a mais alta classificação para medir o desempenho de edificações de missão crítica.
Este nível de certificação garante que não haverá quedas ou links fracos em qualquer lugar na infraestrutura das edificações, com uma grande vantagem em relação aos demais níveis. No TIER IV as falhas são contidas e tratadas de forma autônoma, sem necessidade de intervenção humana.
Para se ter a dimensão deste desafio, basta dizer que, até então, não havia nenhum site de empresa ou órgão públicos com esta certificação em toda a América Latina.
Somente dois datacenters possuíam o título de TIER IV, ambos da iniciativa privada.
O outro grande desafio enfrentado foi a elaboração do projeto utilizando a tecnologia BIM. Apesar da Fox já possuir vasta experiência com a ferramenta Revit, o porte, a quantidade de intervenientes e a complexidade das instalações criaram barreiras até então inéditas para a equipe de projetos.
Inclusive todo o processo de desenvolvimento do projeto em BIM passou por uma auditoria independente e foi acompanhado pelo Tribunal de Contas da União.
Originalmente, a concepção do Ministério da Defesa previa uma ocupação de 8.950 m² para todo o complexo. Por seu ineditismo e complexidade, após o desenvolvimento dos estudos, sua área saltou para mais de 13.000 m².
As instalações foram concebidas com capacidade de operação para uma frota de três satélites. Após isto, já existe planejamento para a expansão de toda infraestrutura, inclusive com áreas destinadas para novas construções.
Suas instalações entraram em funcionamento em 2017 e em junho de 2020 todo o complexo foi oficialmente inaugurado.
Autores: Paulo Cesar de R. Pereira, presidente; Maurício A. C. Moura, diretor técnico; Mairton Holanda, gerente de contas; Eduardo Stahlhoefer, gerente de contas e Marcio Gonçalves Roriz, coordenador técnico – todos da Fox Engenharia.