Competitividade e conteúdo nacional na engenharia

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A Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi), que reúne as principais empresas brasileiras de engenhria de construção, montagem, fabricação e manutenção industrial, participou da Rio Oil & Gas e defendeu maior conteúdo nacional em projetos nessa área.

O presidente da entidade, empresário Carlos Maurício Lima de Paula Barros, reconhece que desde 2003, tem ocorrido uma elevação do conteúdo nacional mínimo nas contratações da Petrobras. E este, segundo ele, explica o atual ciclo de prosperidade na engenharia industrial brasileira.

“Não se pode avaliar a política de maximização de conteúdo nacional como reserva de mercado. É, na verdade, uma política de estímulo para que a indústria brasileira de bens e serviços possa se desenvolver e ganhar competitividade, inclusive internacionalmente”, assinala.

Entre 1985 e 2000, a engenharia nacional foi praticamente extinta pela total ausência de investimentos públicos em infraestrutura e o estímulo às importações. “Nesse período, perdemos tudo o que havíamos construído nos anos 1970; equipes inteiras de empresas de projeto e construção foram desmontadas e a maioria dos profissionais abandonou o mercado por falta de perspectiva”, afirma Paula Barros.

O empresário lembra que, em 1997, a construção das plataformas P-19, P-31 e P-34 foi realizada quase inteiramente com equipamentos adquiridos no exterior. “Até as estruturas metálicas vinham de fora, porque se dizia – e era verdade – que não havia competitividade no Brasil. É claro que a indústria nacional não era competitiva porque havia sido destruída no início daquela década”, argumenta.

Segundo dados da Petrobras, o conteúdo nacional mínimo passou de 57% (2003) para 77,34% (2010). Vale lembrar que para plataformas o índice exigido é de, no mínimo, 70%, e para a construção de novas refinarias, entre 70% e 80%.

Para o presidente da Abemi, um ponto positivo do Plano de Negócios da Petrobras para o período 2010-2014, é a previsão de metas para conteúdo nacional. A média anual de colocação de investimentos junto aos fornecedores nacionais que consta no documento é US$ 28,4 bilhões.

Carlos Maurício acredita que a continuidade da política de conteúdo nacional é ainda mais importante nos projetos relacionados ao pré-sal. Isso porque, por um lado, motiva a indústria nacional a trabalhar para se tornar competitiva e, por outro, que empresas estrangeiras venham a se estabelecer no país. “Todo esse movimento representa geração de emprego, qualificação profissional e desenvolvimento de tecnologia no país.”

Fonte: Estadão


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