Construção civil puxa geração de empregos no Brasil

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Cada vez mais o mercado de trabalho brasileiro mostra dependência do desempenho da construção civil. No mês passado, o setor foi o que mais gerou vagas com carteira assinada em todo o país, com 32.175 novos postos de trabalho, praticamente um quarto das 138.402 vagas abertas no período. Superou a agricultura, com geração de 29.483 oportunidades e o setor de serviços, com 27.655, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

“A construção civil está mostrando que os investimentos estão no caminho certo. Além de segurar a crise e não deixar que haja uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) do país, ainda está gerando oportunidades de trabalho. Outros países, como a China, cresceram ancoradas na construção, já que é um setor que movimenta uma cadeia muito longa e diversificada”, avalia Walter Bernardes de Castro, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon).

Para se ter uma ideia da força do setor na economia nacional, em 2008 a construção civil cresceu 8% e foi a principal responsável pela contribuição de 4,3% da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) nacional, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). E não é só a construção de edificações que está deslanchando. “Começam a aparecer os primeiros sinais de recuperação da mineração e siderurgia para expansão de minas e continuidade de projetos paralisados no início da crise”, avalia Alberto Salum, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada de Minas Gerais (Sicepot). “O setor público, com o programa Minha casa, minha vida vai gerar um novo boom de expansão”, acrescenta. No entanto, se não estivesse emperrado em Minas Gerais, poderia estar gerando ainda mais vagas.

Seja como for, a demanda por profissionais da área é grande e os sinais de falta de mão de obra já estão claros. “As construtoras necessitam de todos os funcionários que fazem parte do setor, desde engenheiros aos mais humildes serventes. E não é uma necessidade somente de Minas Gerais como de todo o Brasil”, avalia Osmir Vermuto da Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Minas Gerais.

“Estamos deixando de requisitar experiência profissional para formarmos o empregado na empresa com treinamento na própria obra. Também identificamos os potenciais funcionários para determinadas funções e investimos em sua capacitação”, afirma o gerente-geral de obras da Even Construtora e Incorporadora em Minas Gerais, Thiago Pedreira. A alternativa foi criada para diminuir a dependência do mercado. “Foi um dispositivo para suprir a carência e não ficarmos à mercê da disponibilidade.”

Exemplo da busca incessante por novos profissionais, Márcio Mota foi contratado em julho como ajudante de pedreiro da construtora Direcional, mas nunca teve experiência na área. “Antes trabalhava como embalador em um supermercado e fiquei seis meses desempregado. Agora consegui assinar minha carteira novamente e já pretendo me qualificar e fazer um curso para pedreiro ou operador de guincho”, planeja.

O setor também foi responsável pela reinserção de Thomaz Corrêa no mercado. “Saí da Fiat e fiquei dois meses desempregado. Acabei contratado este mês como auxiliar de almoxarife da Even. Tive uma experiência em marmoraria, mas não me solicitaram nenhuma qualificação a mais. Isso porque o setor está precisando muito de mão de obra em várias áreas”, avalia.

Fonte: Estadão


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