A cerimônia de entrega dos títulos de Empresas de Engenharia do Ano à Carioca Cristiani-Nielsen (segmento da Construção) e à Concremat Engenharia (Projeto e Gerenciamento) – ambas com sede no Rio de Janeiro – e à Teckma Engenharia (montagem industrial), de São Paulo, na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, uniu empresários da Construção e da Engenharia, em uma mesma linha de pensamento: toda crise tem de ser combatida e governo e sociedade não podem deixar que ela ganhe força e espaço em um país que não tem outra opção para garantir o futuro desta e das próximas gerações, senão o crescimento.
O prêmio é um tributo que todos os anos a Revista O Empreiteiro presta à Engenharia brasileira ao selecionar empresas de segmentos diferentes, com perfis diferenciados e modelos de gestão empresarial e desenvolvimento próprios. Através dos exemplos das empresas escolhidas, estimula o aperfeiçoamento profissional, a busca por inovações técnicas e o desenvolvimento da cadeia produtiva.
No evento em homenagem àquelas empresas, coube ao presidente da Firjan, Eduardo Gouvêa Vieira, dar o tom dos pronunciamentos que se seguiram, ao informar ao conjunto das lideranças setoriais ali presentes, que a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) garantiu a manutenção dos investimentos previstos para as obras do terminal portuário de Santa Cruz (RJ); que os programas de ampliação e melhoria geral dos portos brasileiros estão assegurados e que estão garantidos os investimentos para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e para outros empreendimentos importantes à ativação da economia do País.
Joseph Young, diretor editorial da Revista O Empreiteiro, continuou essa linha de raciocínio, salientando que o Brasil “nunca deixou de viver momentos extraordinariamente desafiadores”. Referiu-se à tragédia de Santa Catarina, que poderia ter sido evitada ou, ao menos minimizada, caso a Engenharia brasileira tivesse sido convocada, no tempo certo, pelas diversas administrações que vieram se sucedendo nos municípios catarinenses, no Estado e até no governo federal, para executar as obras de prevenção que as condições locais têm exigido ao longo de décadas.
Ele disse, chamando a atenção para o trabalho da Carioca Christiani-Nielsen, Concremat Engenharia e Teckma Engenharia, que elas são exemplos a serem seguidos. E manifestou a expectativa de que as empresas de Engenharia do País sejam mobilizadas para dar “um choque de gestão nas obras do PAC”, concluindo: “É hora de deixar a retórica de lado. Palavras precisam ceder espaço para o concreto, o aço, e as máquinas. O Brasil precisa continuar crescendo”.
Roberto Moscou, diretor geral da Carioca Engenharia, agradeceu a homenagem e mostrou, citando obras que a empresa tem executando no País desde os anos 1940, “por que chegamos até aqui”. Disse ele: “Chegamos até aqui, porque sempre soubemos trabalhar com equipe motivada; porque adotamos uma cultura empresarial consistente; porque temos responsabilidade com a cadeia produtiva; porque temos uma engenharia com absoluto domínio de todos os segmentos em que atuamos e porque mantemos a preocupação com a perpetuação da empresa”.
Mauro Viegas Filho, presidente da Concremat Engenharia, homenageou o pai, Mauro Ribeiro Viegas, fundador da empresa e que recebeu a saudação do presidente da Firjan e de outras lideranças empresariais. Ele lembrou o cenário difícil em que a Concremat recebeu homenagem semelhante da revista em 2003, e ressaltou que a situação mudou. “De 2006 para cá passamos a viver um dos melhores ciclos do desenvolvimento brasileiro. Estamos recuperando décadas de infra-estrutura, até então entregue ao abandono”. E relacionou as obras que a empresa está realizando no Brasil, na África e na República Dominicana.
Fábio Barione, presidente da Teckma Engenharia, disse que a empresa é muito jovem. Fundada há apenas 16 anos, tornou-se, nesse período, um modelo no campo da montagem industrial, atendendo a clientes como a Petrobras, a CSN e a Gerdau, dentre outros. E destacou: “Vamos continuar crescendo. E queremos continuar crescendo mantendo a mesma agilidade de uma empresa pequena.”
Luiz Fernando dos Santos Reis, diretor da Carioca Engenharia e presidente do Sindicato Nacional da Construção Pesadas (Sinicon), destacou, encerrando a cerimônia, que o coroamento das atividades das empresas e, por extensão, do conjunto da Engenharia, deve ser entendida como resultante da capacidade e da inteligência das pessoas. “O enfoque, hoje, aqui, são exatamente as pessoas”, disse ele, citando, mais uma vez, o exemplo de Mauro Ribeiro Viegas. Ele afirmou que alguns órgãos públicos, tais como o Ibama, o TCU e a CGU etc., devem dar sua contribuição para destravar o crescimento brasileiro.
Fonte: Estadão