Cura para as nossas doenças sociais

Crescimento, expansão da cadeia produtiva, cidades de 1º Mundo. O Brasil estaria mesmo prestes a entrar no clube dos países desenvolvidos? Longe disso. Ele tem uma lenta e difícil caminhada a fazer, antes de bater à porta daquele clubinho. E, no meio do caminho, não haverá apenas a pedra do poeta. Certamente haverá abismos e montanhas quase intransponíveis.

É suficiente observar recente publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que traz o trabalho intitulado Aglomerados subnormais, para avaliarmos a distância que nos separa dos países apontados como desenvolvidos.

O trabalho, amparados em dados de 2010, aponta que o Brasil possuía, àquela época, 11,42 milhões de pessoas morando em palafitas, favelas ou em outras quaisquer habitações subnormais. E nem é necessário descrever as precariedades dessas moradias para termos uma noção, aproximada, do que é criar família nesses atoleiros.
São aglomerações abandonadas, acaso lembradas pelo político de plantão na oportunidade das eleições. Ele chega lá, distribui as velhas moedas de troca pelo voto, que pode ser qualquer coisa, sobretudo promessa, e, depois se afasta para nunca mais voltar, ou voltar nas próximas eleições.

Daquele volume extraordinário de pessoas que moram em condições infra-humanas no País todo (correspondente a 6% da população brasileira), 2,16 milhões  vivem na Região Metropolitana de São Paulo. É muita gente amontoada, unida pela miséria, vivendo sem amanhã. E, no entanto, ainda insistimos na continuidade de práticas políticas que não resolvem esse desajuste.  Cultivamos a pirâmide ampliando a sua base, enterrada na miséria até a raiz. Até aqui, não encontramos cura para as nossas doenças sociais.

Fonte: Nildo Carlos Oliveira

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