Desde que foi constituída, em 1973, a Método Engenharia jamais deixou de romper paradigmas. Inovou nas relações capital-trabalho, na busca e emprego de modernas tecnologias, na gestão de projetos, obras e, hoje, inova na questão da sustentabilidade
Ser pioneiro é implodir o status quo. Romper paradigmas, lutar por mudanças e promover inovações que alterem a mesmice em qualquer segmento de atividades. Se analisado o conceito de pioneirismo segundo esse raciocínio, a Método Engenharia pode ser considerada uma das empresas, em suas áreas de atuação, que mais se colocou à frente de iniciativas com esse fim.
*Hugo Marques da Rosa – presidente da Método Engenharia
Hugo Marques da Rosa, presidente da empresa, lembra que, quando ela foi fundada por ele e por Victor Foroni, proporcionou, de saída, duas contribuições para a construção civil: ajudou a mudar as relações predatórias com que até então eram tratados os trabalhadores da construção civil, e buscou a modernização dos serviços mediante a inserção de conceitos e práticas da engenharia de produção.
Ele diz que, na época, as relações capital-trabalho na construção civil, lembravam, com raras exceções, uma mistura de casa grande e senzala com o modo de produção das antigas corporações de ofício. A Método se dispôs a alterar essa realidade e passou a considerar também, que “canteiro de obra é uma extensão da imagem da empresa”. Estimulou a utilização, mais ampla, de equipamentos modernos, eliminou a prática artesanal, e tornou-se pioneira no emprego de novas técnicas de fôrmas e cimbramento, fachadas pré-moldadas e sistema Drywall.
Passada aquela fase, e depois de modernizar a construção de edifícios residenciais, hotéis (Unique e o primeiro Grand Hyatt da América Latina), edifícios corporativos, como a Torre Norte do Centro Empresarial Nações Unidas, e para fins culturais, dentre outros, ela se preparou para encarar uma questão imposta pela realidade global: a sustentabilidade. A esse respeito, afirma o presidente da Método: “Acho que fomos a primeira empresa que saiu do Brasil para ver o que estava acontecendo, lá fora, nessa área.”
Hugo da Rosa informa que no ano 2000 esteve nos Estados Unidos, num evento da U. S. Green Building Council, assimilando conhecimentos e experiências nesse campo. Depois disso, já em 2002, “estávamos incorporados ao conselho. Além disso, fomos uma das primeiras empresas de construção a divulgar, no Brasil, o sistema de certificação LEED® (Leadership in Energy and Environmental Design®).” Ele afirma também que a primeira palestra feita na Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (Asbea), sobre o tema sustentabilidade, foi ele quem fez. Isso ocorreu em 2003, durante um evento da entidade, no Hotel Casa Grande, no Guarujá.
Naquele tempo, segundo recorda, não havia nenhum edifício construído no Brasil segundo os postulados daquele conselho. A Método tornou-se sócio-fundadora do Green Building Council Brasil e passou a aplicar nas obras de sua responsabilidade o conceito da Hauté Qualité Environnementale, a certificação francesa (Aqua) representada no Brasil pela Fundação Vanzolini.
Mais recentemente ela passou a utilizar no Brasil as ferramentas do Building Information Modeling (BIM), que a partir de uma base única de dados, permite que arquitetos e engenheiros calculistas trabalhem simultaneamente em cima do mesmo projeto em 3D. Um exemplo de uso dessa ferramenta vem ocorrendo na Bahia. Parceria com a empresa espanhola Copasa e com a Consplan, baiana, possibilitou a formação da MCC Engenharia, que vem construindo dois empreendimentos para a incorporadora Syene: o Salvador Prime e o clube Villa Privilege.
Uma questão de estratégia
Dentro de uma estratégia de crescimento em outros nichos de mercado, a Método decidiu atuar também em infraestrutura e indústria pesada. Para desenvolver essas atividades, ela estabeleceu participação acionária com a Potencial Engenharia S. A., ao mesmo tempo em que realizava gestões para avançar no segmento de mineração e siderurgia.
Enquanto se movimentava naquelas duas direções, a empresa lançou mão de um novo braço estratégico: criou a Método Estruturas, especializada em obras civis, com foco em soluções completas no segmento. Hugo da Rosa explica que, com a terceirização da empresa nessa área, nos anos 90, a Método Engenharia acabou se distanciando muito de suas raízes – a produção. A Método Estruturas foi o caminho que a empresa encontrou a fim de resgatar o conhecimento e valores de origem além de melhorar e aperfeiçoar a tecnologia utilizada nessa área. Internamente e nos serviços de campo ela tem procurado ser pioneira também no uso das ferramentas da TI.
Sobre a questão da sustentabilidade, Hugo da Rosa avança mais um pouco no conceito. Diz que é chegada a hora de se superar a fase dos edifícios sustentáveis e se partir para a fase dos bairros e até das cidades sustentáveis. “Esse é o caminho do futuro”, afirma.
*Hotel Grand Hyatt São Paulo (SP)