A Petrobras possui 183 projetos de seu Plano Estratégico incluídos no Plano de Aceleração do Crescimento do Brasil (PAC). Até 2010, essa carteira representará investimentos de R$ 171,7 bilhões da companhia e de parceiros em programas de petróleo, gás e combustíveis renováveis.
No segmento Refinaria, os empreendimentos para ampliação e modernização das unidades têm o objetivo de aumentar a carga processada em 100 mil barris/dia e elevar o volume de petróleo nacional processado em 250 mil barris/dia (de 80% para 90% da carga processada).
O investimento de R$ 22,6 bilhões, até 2010, envolvendo obras em todas as refinarias da Petrobras, também pretende elevar a qualidade dos combustíveis, tornando-os mais “limpos”. A melhoria da qualidade do óleo diesel evitará emissões estimadas em mais de 86 mil t de SOx (óxidos de enxofre) por ano, contribuindo para a qualidade de vida nas cidades, segundo dados da companhia.
Maior obra
O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), tem previsão de um total de investimentos de R$ 21 bilhões (R$ 8,2 bilhões até 2010). Terá capacidade para processar 150 mil barris/dia de petróleo pesado brasileiro, sendo formado por uma unidade de produção de petroquímicos básicos (UPB) e por seis unidades petroquímicas de segunda geração.
O projeto prevê, ainda, a instalação do Centro de Integração de São Gonçalo (município da área metropolitana do Rio), que servirá de base logística, além da construção de um duto de fornecimento de petróleo. O início de implantação está previsto para o quarto trimestre de 2008, com prazo para começar a operar em 2012.
A produção do Comperj modificará estruturalmente a petroquímica brasileira. Os principais produtos do complexo são, na primeira geração, óleo diesel, eteno, propeno, benzeno, paraxileno e butadieno. Na segunda geração: polietileno, polipropileno, PET, PTA, etilenoglicol e estireno.
Landulpho Alves, Bahia
Duas novas unidades de produção na Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em São Francisco do Conde (BA), vão entrar em operação até 2010 para realizar o processamento de diesel e gasolina com menor teor de enxofre. As obras começaram este ano, e incluem unidades de hidrodessulfurização de nafta craqueada, unidade de geração de hidrogênio, além do Gasoduto Conde-RLAM, que permitirá o suprimento de gás natural à RLAM.
O processamento de gasolina com menor teor de enxofre vai adequar o combustível produzido na Bahia às especificações que prevêem um teor máximo de enxofre de 50 ppm (partículas por milhão). Além disso, o projeto viabilizará maior retorno na exportação da produção excedente, permitindo à refinaria o processamento de petróleo nacional com maior rentabilidade. O total de investimento aprovado para os projetos em Landulpho Alves é de US$ 1,5 bilhão. Com isso, serão gerados cerca de cinco mil empregos.
Capuava, São Paulo
A Petrobras vai investir aproximadamente US$ 300 milhões no projeto de modernização da Refinaria de Capuava. Até 2010, serão construídas duas unidades de hidrotratamento principais – de gasolina e diesel – e outras quatro de apoio, além da adequação das instalações atuais.
O empreendimento resultará ganho ambiental com a redução dos teores de enxofre da gasolina – 500 para 30 partes por milhão (ppms) – e do diesel – 2.500 para 50 ppms. Haverá ainda a diminuição de 98% de poluentes de enxofre e nitrogênios e, conseqüentemente, a melhoria da qualidade do meio ambiente.
A obra vai gerar cerca de 3.500 empregos diretos no período de pico, em 2009. Os trabalhadores serão qualificados por instituições parceiras dentro do Programa de Mobilização da Indústria Nacional do Petróleo (Prominp). O objetivo é contemplar prioritariamente mão-de-obra do ABC e, consequentemente, gerar renda e aquecer a economia na região.
A Refinaria de Capuava abastece 30% da Região Metropolitana de São Paulo e o Pólo Petroquímico do ABC. O Projeto da Carteira de Hidrotratamentos da unidade integra o Plano de Negócios da Petrobras 2008-2012.
Também estão previstos, dentro do PAC, os seguintes projetos de refinarias: Complexo Acrílico da Regap-MG, destinado à produção de ácido acrílico a partir do propeno fornecido pela refinaria da Petrobras localizada em Betim, na Grande Belo Horizonte, num investimento total de R$ 1,3 bilhão e conclusão prevista para 2011.
Em Pernambuco, com previsão de entrar em operação em 2009, a Petroquímica Suape- PE será uma base para produzir 550 mil toneladas/ano de PTA (ácido tereftálico purificado). Essa produção se destinará às indústrias têxteis e de embalagens plásticas, terá investimentos de R$ 1,2 bilhão e operação prevista para 2009.
De olho na auto-suficiência
Para manter sustentável a auto-suficiência do Brasil em petróleo, a Petrobras investirá R$ 15,5 bilhões em exploração até 2010. Incluindo os investimentos de outras companhias (parceiros e terceiros), os recursos a serem aplicados no PAC, em exploração de petróleo, estão estimados em R$ 23,5 bilhões até 2010 nos próximos anos. Entre os principais projetos deste conjunto de investimentos estão os seguintes:
Plataforma P-57
A Petrobras assinou, no início do ano, com a empresa Single Buoy Mooring (SBM) contrato para construção da P-57, que será instalada no Campo de Jubarte (ES), em profundidade de 1.246 metros. Com capacidade para produzir 180 mil barris de petróleo e comprimir 2 milhões de m3 de gás por dia, será uma plataforma do tipo FPSO, que além de produzir, também armazenará petróleo. O prazo de construção é de três anos, e o valor do contrato é de US$ 1,195 bilhão.
O conteúdo nacional mínimo previsto na construção é de 65%, excluindo conversão do casco, que será realizada em Cingapura, e a compra de equipamentos de grande porte. A construção do maior número de módulos e a integração da plataforma (casco e módulos) será executada no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ).
A empresa contratada fornecerá, para a conversão, o navio petroleiro Island Accord e usará um modelo básico próprio, adaptado de projetos utilizados em embarcações afretadas. Ao final da construção, a SBM executará, por três anos, a operação da P-57, como contratada, pelo valor de US$ 63,55 milhões.
Primeira plataforma marítima para petróleo extrapesado
No dia 12 de fevereiro deste ano, a Petrobras batizou o navio plataforma FPSO Petrojarl Cidade de Rio das Ostras, que vai operar no Campo de Badejo, na Bacia de Campos (RJ), em profundidade de 95m, a 80 Km da costa. Esta é a primeira plataforma marítima projetada para produzir petróleo extrapesado no país.
Com capacidade para processar petróleo de 12,8 graus API (medida de densidade do American Petroleum Institute) e 300 cP (medida de viscosidade) em condições de reservatório – o que caracteriza esse óleo como o mais pesado e mais viscoso a ser produzido em campos marítimos no Brasil – a unidade será utilizada como projeto-piloto de produção do reservatório de Siri, localizado naquele campo. Do tipo FPSO (sistema flutuante de produção, armazenamento e transferência de óleo), essa plataforma produzirá até 15 mil barris de óleo por dia (bpd).
O FPSO Cidade de Rio das Ostras servirá como um verdadeiro laboratório para o desenvolvimento de outros campos marítimos de óleo extrapesado, como Marlim Leste, Albacora Leste, Papa-Terra e Maromba, todos na Bacia de Campos. Entre os desafios tecnológicos do projeto, a construção de um poço com dois Km de trecho horizontal e a instalação de uma bomba centrífuga submarina submersa (BCSS) de alta potência, que garantirá vazão elevada do óleo produzido. Além disso, será necessário realizar, também, a separação da água e do gás produzidos, bem como o processamento desse tipo de óleo, que exigirá uma temperatura elevadíssima de operação (140º C).
A nova plataforma, afretada à empresa canadense-norueguesa Teekay-Petrojarl, é fruto da conversão de um navio petroleiro em FPSO. Possui capacidade para produzir, em dois poços, até 15 mil bpd e de estocar até 200 mil barris. A previsão é que a unidade entre em operação até o final do primeiro trimestre deste ano.
P-54 produzirá 180 mil barris/dia no pico
Em dezembro de 2007, a P-54 começou a operar no campo de Roncador, na Bacia de Campos. Ela produzirá 180 mil barris por dia quando atingir o pico de produção, elevando a capacidade instalada daquele campo para 460 mil barris por dia e contribuindo para a sustentabilidade da auto-suficiência brasileira em petróleo.
Construída a partir da conversão do navio Barão de Mauá, pertencente à frota da Petrobras, a P-54 tem capacidade para comprimir 6 milhões de metros cúbicos por dia de gás e estocar até 2 milhões de barris de óleo. A nova plataforma vai operar ao lado da P-52, lançada em novembro e com capacidade para produzir 180 mil bpd; e também ao lado do FPSO Brasil, que produz 100 mil bpd.
Com a entrada da P-54, a Petrobras completa a inauguração de três novas unidades de produção na região Sudeste, nos últimos três meses do ano. Além dela e da P-52, em novembro a empresa já havia colocado em operação, também, o FPSO Cidade de Vitória, com capacidade para produzir 100 mil bpd, no campo de Golfinho, na Bacia do Espírito Santo.
A P-54 ficará ancorada numa área de profundidade (lâmina d’água) de 1.400 metros, e será interligada a 17 poços, sendo 11 produtores de óleo e gás e seis injetores de água. A nova plataforma deverá alcançar o pico de produção no segundo semestre de 2008, quando também deverá atingir o pico de escoamento de gás, de 1,8 milhão de m3/dia. O escoamento da produção de petróleo será feito por navios aliviadores e o do gás por dutos submarinos até o continente.
Da mesma forma que a P-52, a nova plataforma foi construída pela Petrobras dentro dos novos parâmetros de nacionalização. Com um conteúdo nacional de 63%, a obra da P-54 gerou 2.600 empregos diretos e 10 mil indiretos.
O FPSO foi construído de forma modular, em 41 meses, a partir de três contratos assinados em junho de 2004. Os módulos de compressão de gás foram construídos pelo consórcio Dresser Rand/Mauá Jurong e os de geração elétrica pela Nuovo Pignone. O estaleiro Jurong Shipyard realizou a conversão do casco, fabricação dos demais módulos de processos e utilidades e a integração da unidade.
Os módulos de processos, utilidades e compressão foram construídos no canteiro do Mauá-Jurong, em Niterói (RJ), e os de geração elétrica no canteiro Porto Novo Rio, da Nuovo Pignone, no Caju (RJ).
P-55 será construída em Pernambuco
Para a construção do casco da plataforma P-55, a Petrobras assinou contrato com o Estaleiro Atlântico Sul – consórcio formado pelas empresas Camargo Corrêa (30%), Andrade Gutierrez(30%), Queiroz Galvão (30%) e Aker Promar (10%).
A plataforma vai operar no campo de Roncador. No estaleiro, localizado em Suape (PE), serão fabricados os blocos do casco da P-55. No dique seco de Rio Grande (RS), será feita a montagem do casco e construção de tubulações e estruturas auxiliares.
A P-55 produzirá até 180 mil barris/dia de petróleo e o custo para sua implantação é de US$ 392,6 milhões. A montagem do casco e de tubulação e estruturas auxiliares serão feitas no dique seco de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, que será arrendado pela Petrobras da WTorre Engenharia.
P-52 – alcança recorde nacional de profundidade
A plataforma P-52, projetada para produzir 180 mil barris de petróleo por dia quando atingir a capacidade máxima, entrou em operação no dia 28 de novembro de 2007, no campo de Roncador, na Bacia de Campos (RJ).
A nova plataforma começou produzindo cerca de 20 mil barris de petróleo por dia. O pico de produção deverá ser atingido no segundo semestre de 2008. Essa unidade estará interligada, quanto em plena operação, a 18 poços produtores e 11 injetores de água. O campo de Roncador está localizado a 125 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, em linha com o Cabo de São Tomé.
A plataforma é uma unidade do tipo semi-submersível e está instalada em lâmina d’água de 1.800 metros, um recorde nacional de profundidade. Além de óleo leve de excelente qualidade, de 28 graus API, a P-52 terá capacidade para processar e tratar até 7,5 milhões de m3 por dia de gás natural, contribuindo decisivamente para a manutenção da auto-suficiência em petróleo no Brasil.
O casco da plataforma foi construído em Cingapura e o topside (parte superior da plataforma, que inclui planta de processo, utilidades e alojamento), no Brasil. Com alto conteúdo nacional – que chegou a 75% para o topside, 85% nos módulos de geração e 89% nos de compressão – a fase final da construção da P-52 ocorreu no est
aleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ). Durante a construção foram gerados 3.500 empregos diretos e 7.500 indiretos.
O óleo produzido por ela será enviado a uma plataforma de rebombeamento autônomo (PRA-1) e depois transferido para uma unidade flutuante de armazenamento, que concentrará, também, a produção de outras quatro plataformas que entrarão em operação na área nos próximos anos. O óleo destinado a consumo interno será transferido por navio aliviador para o Terminal de São Sebastião, no litoral de São Paulo. O óleo voltado para a exportação será diretamente despachado por navio aliviador. Já o gás, será escoado por um gasoduto até a plataforma de Garoupa e então transferido para terra. O pico de escoamento de gás pela plataforma será de 3,2 milhões de m3 por dia, e deverá ser atingido no final de 2008.