Fato auspicioso, a merecer registro, é o início da produção industrial da Usina de Biodiesel em Quixadá. Integrada ao complexo inicial de três usinas instaladas pelo País, a unidade do Sertão Central do Ceará faz parte do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, que abre as duas alternativas de absorção de produção: a advinda da agricultura familiar e a originada no agronegócio.
O programa do biodiesel garante ao pequeno lavrador a compra de toda sua produção de oleaginosas. Paralelamente, por meio de um convênio celebrado com o Estado do Ceará, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce) se encarrega das tarefas de sensibilização dos produtores, prestação de assistência técnica e distribuição de sementes selecionadas aos interessados.
A entrega do primeiro carregamento de 73 mil litros de biodiesel, extraídos em Quixadá, é meramente simbólica, pois a unidade foi planejada para alcançar, quando em plena carga, produção de 57 milhões de litros de biodiesel por ano. O ritmo de produção está atrelado à estratégia comercial da Petrobras Biocombustíveis. A distribuição far-se-á nos mercados em que a demanda se apresentar mais aquecida.
O emprego de oleaginosas na produção de biocombustíveis tende a promover transformações significativas no padrão tradicional da agricultura de subsistência predominante no Nordeste.
Essa revolução silenciosa levará algum tempo para ocorrer, vencida a descrença do próprio lavrador, desconfiado de tantas promessas não cumpridas em épocas passadas.
Desta vez, tudo se comporta diferente. Primeiro, porque a Petrobras, em meio às justas incertezas das populações rurais, implantou no Ceará, na Bahia e no Triângulo Mineiro, as unidades de produção de biodiesel, estimulando a instalação de plantas industriais menores destinadas ao primeiro estágio de extração do óleo.
Evidentemente, os maciços investimentos reclamam a necessidade de matérias-primas para fechar o ciclo de produção.
Nesse convencimento com as próprias instalações industriais, o segundo ponto está na garantia de compra da produção de oleaginosas, fixando-se preço justo. Em conseqüência, a empresa já adquire a mamona produzida em 160 municípios cearenses. Esse fato serve como demonstração de uma realidade palpável.
Por suas metas voltadas para o futuro, a Usina de Quixadá está processando oleaginosas procedentes de vários Estados nordestinos. Em face das necessidades de atendimento da sua elevada capacidade industrial, estão sendo aproveitados, como matéria-prima para a produção de biodiesel, o algodão, soja, mamona e girassol.
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Todos esses vegetais se prestam para a obtenção do combustível verde, uns mais rentáveis, outros menos.
Como existe apoio suficiente para a agricultura familiar, é dado estímulo, também, ao agronegócio, cuja a produção em larga escala, com alta produtividade e utilização de vegetais economicamente mais lucrativos, poderá inaugurar um mercado promissor no futuro próximo.