A principal informação que agitou o Construbusiness 2010 – 9o Congresso Brasileiro da Construção, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo, foi o anúncio feito pelo ministro Guido Mantega, da Fazenda, de que o governo tem a intenção de dar continuidade, em 2011, ao programa de desoneração da cadeia produtiva da construção civil.
Mantega, que já foi confirmado, pela presidente eleita Dilma Rousseff, para continuar na pasta, informou que, além da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), prevista no programa, estão sendo estudadas ainda outras medidas como mudanças no PIS e Cofins e a inclusão de outros setores da economia.
A construção, segundo o ministro, é um dos setores que mais gera empregos e que contribui expressivamente para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), estimado em 7% para este ano. Só o setor deve crescer por volta de 13%, em 2010.
Em 2009, segundo documento divulgado durante o Construbusiness, as despesas com produtos da construção somaram R$ 244 bilhões, montante que equivale a 46,4% do total investido no País ou 9,2% do PIB brasileiro.
O evento da Fiesp também destacou a necessidade de investimentos da ordem de R$ 2 trilhões, somente em infraestrutura, até 2022, quando o Brasil comemora o Bicentenário da Independência. Esse aporte serviria para atender às demandas decorrentes do crescimento que se espera para o País nos próximos 12 anos e da realização dos eventos esportivos que o País abrigará em 2014 (Copa Mundial de Futebol) e 2016 (Olimpíada).
Entre os diversos temas abordados, a questão habitacional do Brasil foi outro assunto tratado durante o Construbusiness. As duas metodologias mais utilizadas para dimensionar o déficit de moradias em todo o território nacional – do Sindicato da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon-SP) e da Fundação João Pinheiro (FJP) – apontam para uma demanda por habitação muito próxima, ou seja, de 5,8 milhões de unidades ou 5,9 milhões, respectivamente.
O atendimento dessa necessidade exigirá do País, nos próximos anos, a disponibilização de uma área equivalente a 900 milhões m2 para a construção do número necessário de moradias. Nesse sentido, o programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, ganha especial importância e deverá ser intensificado e aperfeiçoado, nos próximos anos.
As conclusões do evento, juntamente com o documento elaborado pela Fiesp ("Brasil 2022: planejar, construir, crescer"), com a assessoria da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da LCA Consultores, serão entregues aos novos governantes, federal e estadual.
Participaram do Construbusiness, entre outras autoridades e especialistas, o presidente da Câmara dos Deputados, e vice-presidente da República eleito, Michel Temer; Guido Mantega, ministro da Fazenda; Márcio Fortes, ministro das Cidades; Miriam Belchior, coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a próxima ministra do Planejamento; Henrique Meireles, presidente do Banco Central do Brasil; Alexandre Padilha, ministro de Estado Chefe da Secretaria das Relações Institucionais da Presidência da República; Inês Magalhães, secretária Nacional de Habitação; Jorge Hereda, vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Paulo Skaf, presidente da Fiesp/Ciesp.
Fonte: Estadão