Detonadores eletrônicos no desmonte

O Supervisor de Escavação do Consórcio Metrosal (Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Siemens), engenheiro Márcio Pedroso, apresentou o problema à Orica: fazer a escavação final em rocha do PVI (Poço de Ventilação Intermediária), no menor tempo possível, garantindo o arranque e fragmentação, sem desprezar a segurança no entorno do poço. A condição exigida pelo CTS, órgão da Prefeitura responsável pela fiscalização, era de que as detonações só poderiam ser feitas aos domingos, por se tratar de uma área bastante movimentada do centro da cidade de Salvador/BA. A Orica, através do engenheiro Fernando Martinez, sugeriu o uso dos detonadores eletrônicos I-kon™, sendo utilizados dois detonadores por furo, em cargas separadas por um tampão intermediário. Devido à precisão dos retardos do sistema I-kon™, seria possível garantir a detonação furo a furo das duas seções programadas num único disparo, reduzindo o tempo de ciclo das operações (perfuração, carregamento de explosivos, limpeza do material fragmentado via guincho e baldes), no caso de se utilizar o sistema convencional. O projeto de perfuração e o plano de fogo foram apresentados ao consórcio. Após a aprovação, os mesmos foram apresentados aos fiscais da Prefeitura, que deram o sinal verde para o início dos trabalhos. O poço estava com 23 m de profundidade e 6 m de diâmetro, e os furos com 6 m de profundidade em média. A detonação irá unir o PVI à galeria principal do metrô.

CARREGAMENTO DE EXPLOSIVOS

Após uma difícil perfuração, devido à pequena área para movimentação dentro do poço, foi iniciado o processo de carregamento de explosivos. Todos os detonadores foram previamente testados e nenhum apresentou problemas. O carregamento de explosivos foi iniciado em uma sexta-feira às 15:00 h, após um breve treinamento sobre o manuseio dos detonadores I-kon™ para o pessoal de campo e uma reunião de segurança. Foi definido que inicialmente seria realizado o carregamento da primeira seção e após o nivelamento dos furos, através do tampão intermediário, seriam carregados os furos da Segunda seção. Desta maneira, o carregamento se deu até às 20:00 h e foi retomado às 8:00 h do sábado, sendo finalizado às 11:00 h. A carga dos furos de produção foi feita com 3 cartuchos de Powergel® 815 2” x 24”, e os furos de contorno com churrasquinho (3 cartuchos de Powergel® 815 1” x 8” espaçados de 8” e ligadas por cordel detonante NP10). Imediatamente após o carregamento foi iniciada a etapa de conexão dos detonadores com seus respectivos tempos de retardo, baseados num plano de fogo previamente elaborado pela Orica. O engenheiro André Zecchini foi o responsável pela aplicação do I-kon™. Após a conexão foram feitos os testes do circuito (tensão e corrente) e de todos os detonadores. Não houve nenhum problema e o poço foi liberado para a próxima etapa: a cobertura.

COBERTURA:

Às 17:00 h do sábado foi iniciada a cobertura de areia de aproximadamente 4 m. A mesma foi saturada com água, para prevenir o ultralançamento de fragmentos de rocha nas residências e no comércio próximos ao local da detonação. Além disso, foi feita uma cobertura com telas metálicas, placas de borracha e sacos de areia na abertura do poço, com a mesma finalidade.

TESTES FINAIS E DETONAÇÃO:

Durante toda a manhã do domingo foram refeitas as conexões danificadas durante o processo de cobertura do poço, e às 12:00 foi realizada a detonação. Após a dispersão da poeira foi feita uma avaliação visual do resultado, tanto pela Orica quanto pelos responsáveis do consórcio. A avaliação foi positiva, o material estava bem fragmentado e a parede no contorno do poço estava bem definida. Notou-se um pequeno “underbreak”, que se confirmou após a escavação do material desmontado, mas que foi removido sem dificuldades segundo o cliente.

RESULTADOS:

egundo o consórcio o resultado foi muito bom, uma vez que o trabalho foi realizado rapidamente, com segurança e bom desempenho, e sem danos à comunidade vizinha. Foi realizada sismografia há aproximadamente 10 m da abertura do poço. Analisando o sismograma verifica-se que o tempo referente ao pico de velocidade de partícula resultante coincide com um furo que deveria ser carregado com “churrasquinho” e foi carregado normalmente. Portanto, a carga por espera neste instante ficou mais alta do que a projetada. *Engenheiro André Zecchini Assistência Técnica / BBS Orica Brasil; Engenheiro Fernando Martinez Assistência Técnica Orica Brasil; Engenheiro Márcio Pedroso Supervisor de Escavação Consórcio Metrosal 

Fonte: Estadão

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