Diversificação, parcerias e inteligência

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Olhando para nosso passado não tão distante fica claro como a estratégia que adotamos foi o principal fator de nosso atual crescimento. Poderia descrever nosso movimento à época em três pilares: diversificação de segmentos, parcerias estratégicas e inteligência de mercado.

Em meados dos anos 80, tomamos a decisão de abandonarmos as obras do setor público e na metade da primeira década dos anos 2000 as incorporações, focando totalmente em prestação de serviços de engenharia e construção. Durante um bom tempo, atuamos exclusivamente com o setor privado executando especificamente obras de construção civil de alta complexidade. Porém, isso reduzia muito o mercado total que nos interessava. Através de nossa análise dos cenários possíveis para possibilitar o crescimento da empresa, fruto de iniciativas de inteligência de mercado, no final de 2008 optamos por entrar no setor industrial, com foco no mercado de óleo e gás, atuando principalmente com montagem eletromecânica. A próxima pergunta a ser respondida era se desenvolveríamos a expertise necessária em casa ou nos uniríamos a outra empresa, através de uma aquisição.

Em 2009, nos aproximamos da Potencial Engenharia, empresa especialista em montagem eletromecânica e manutenção de parada e rotina. Em dezembro de 2009, fizemos a aquisição de 51% da companhia. Após a compra da Potencial ainda continuávamos com duas empresas distintas com crescimento sustentável em seus respectivos segmentos. Em 2014, adquirimos o restante e resolvemos unificar as marcas, as estratégias, os valores, as visões de futuro e a cultura, consolidando uma nova era. Agora éramos Método Potencial Engenharia.

Infelizmente, no primeiro semestre de 2014 iniciou a lava-jato e a Petrobras teve que rever seu programa de investimentos, que não era sustentável. O maior cliente do setor e engenharia e construção do país reduziu seus investimentos e, em paralelo, vivemos uma crise no segmento de engenharia e construção, cujo crescimento no Brasil – afetado pela recessão que se iniciou – responde mais que proporcionalmente ao PIB. Acabamos sendo atingidos nos dois principais focos de nossa atuação – foi a tempestade perfeita. Contudo, a estratégia que tínhamos adotado se provaria frutífera nos anos seguintes. Em 2016, firmarmos uma parceria com a empresa chinesa Shandong Kerui, com quem vencemos a concorrência de Diversificação, parcerias e inteligência um dos contratos que nos serviram de sustentação para a retomada do crescimento.

A Unidade de Processamento de Gás Natural do Comperj é uma obra emblemática para o país e para a história da Método, pois marcou um ponto de virada nos colocando a frente de um projeto de grande destaque nacional – afinal, é uma obra de R$ 2 bilhões. Outra importante parceria é a que estabelecemos com a Passarelli Engenharia e Construção, em 2017. A aliança já nos rendeu 4 projetos, dois Prêmios de Excelência em BIM (Building Information Modeling) e várias oportunidades no pipeline. Um exemplo é a reforma e ampliação do Fortaleza Airport, uma obra de grande envergadura (R$ 500 mi) por sua complexidade e importância para o Estado do Ceará.

A Método nunca havia executado um terminal aeroportuário e o sucesso desta obra nos abriu um mercado de possibilidades em infraestrutura logística, segmento muito carente de investimentos e que olhamos com bastante atenção e interesse.

Em 2020, mesmo com a pandemia, estamos prevendo uma receita equivalente superior à de 2019 em cerca de 15%. Neste momento, apesar das dificuldades impostas pela covid-19, estamos otimistas com os próximos anos. Temos sido procurados por clientes e parceiros para uma variedade de negócios que demonstram a competência que desenvolvemos para além da engenharia civil e industrial, especialmente nesses últimos anos. Além disso, estamos em vias de fechar grandes contratos, alguns com assinatura postergada pela pandemia e outros em fase avançada de negociações.

Nossa expansão continua e, assim como ampliamos nossa atuação em construção civil, também o fizemos em nossa área industrial.

Conquistamos clientes além da Petrobras no setor de O&G, como é o caso da Eneva. Também marcamos nossa entrada nos setores de concessões e PPPs, ganhamos projetos de descomissionamento de plataformas, de logística portuária e no segmento petroquímico, os últimos com grandes clientes do mercado privado, como a Hidrovias do Brasil e Braskem. Com certeza estamos bem posicionados para os próximos anos.

*Hugo Marques Rosa, presidente da Método Engenharia


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