A Matriz de Responsabilidades Olímpicas, documento que lista, especifica custos e identifica responsáveis por todas as obras esportivas ou não esportivas essenciais para a realização da Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, relaciona 52 projetos no total. Porém, apenas 24 deles já têm orçamento conhecido e somam, juntos, R$ 5,64 bilhões.
É a primeira versão do documento, elaborado pela Autoridade Pública Olímpica (APO). Somente figuram prazos e valores dos projetos com nível de maturidade igual ou superior a 3 (num máximo de 5), isto é, com no mínimo edital de licitação ou pedido de proposta publicado.
Na Barra da Tijuca, são 25 projetos listados no total, com variados níveis; em Deodoro, 15; em Copacabana, quatro; e no Maracanã, oito. Na Barra, são apenas quatro projetos com maturidade inferior a 3, ou seja, relacionados sem valores e cronogramas. Em Deodoro, a situação é a mais preocupante, pois todas as intervenções previstas estão sem prazos e sem custos definidos, o mesmo ocorrendo com Copacabana. No Maracanã, são cinco projetos com maturidade abaixo de 3.
Segundo a APO, do total de R$ 5,64 bilhões previstos em janeiro, R$ 4,18 bilhões são financiados por parcerias com o setor privado e R$ 1,46 bilhão, por recursos públicos.
A dois anos e meio do início dos jogos, dos 52 projetos listados, apenas três já estão prontos: o Parque dos Atletas, na região da Barra, concluído em 2011, no valor de R$ 40,3 milhões, com recursos e execução municipais; e duas obras de melhorias do Sambódromo. Uma de construção de novas arquibancadas, concluída em dezembro de 2012, por R$ 60 milhões, com recursos municipais e privados e execução privada; e outra de reforma e reparo das fundações locais, finalizada em fevereiro de 2012 por R$ 5 milhões, com dinheiro e execução da prefeitura do Rio. O Sambódromo será o local da largada e da chegada da corrida de maratona da Olimpíada e da disputa das provas de tiro com arco olímpica e paralímpica.
O projeto de maior valor da Matriz é o de construção da Vila Olímpica e Paralímpica, na região da Barra, orçada em R$ 2,909 bilhões, com recursos e execução privados. Na mesma região fica o que deverá ser o maior legado dos Jogos para o esporte do Brasil: o Centro Olímpico de Treinamento, cujo conjunto de obras está orçado em R$ 1,652 bilhão. (Guilherme Azevedo)
Fonte: Revista O Empreiteiro