Duplicação na Serra do Cafezal ainda depende de licença ambiental

Joás Ferreira

A empresa Autopista Régis Bittencourt – que pertence ao grupo OHL Brasil – entregou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no início de maio último, os estudos e o pedido de licenciamento ambiental (licença de instalação) para o trecho central da Serra do Cafezal (km 363 ao km 344). 

 

A perspectiva, segundo a concessionária, é que o órgão ambiental se manifeste favoravelmente no prazo de, no máximo, 60 dias, para então iniciar os trabalhos no local. Se a aprovação da duplicação no trecho central sair no prazo previsto, a empresa prevê que as obras poderão ser concluídas entre 2015 e 2016.

A conclusão da duplicação e da recuperação dos cerca de 30 km de extensão da Serra do Cafezal é esperada, desde 2010, quando as obras tiveram início. O trecho fica na Régis Bittencourt (BR-116, entre o km 337 e o km 367), no Estado de São Paulo, na região dos municípios de Juquitiba e Miracatu.

 

Concessionária da estrada, a Autopista Régis Bittencourt informa que, além dos 4 km inaugurados em março último, está prevista a entrega de outros 7 km, até julho e agosto próximos. Entretanto, na maior parte da duplicação (perto de 19 km), as obras só serão liberadas depois que a empresa obtenha a licença de instalação, que é emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
 

 

Situação da BR-116 – Serra do Cafezal

O que já foi duplicado

São 4 km entre o km 363 e o km 367

O que está prometido

Até julho, a concessionária deverá completar a duplicação de 7 km, entre o km 337 e o km 344 – licenciados desde 2010

O que fica faltando

Os 19 km restantes são o trecho central da serra, entre o km 344 e o km 363 – ainda não licenciados

Tráfego de veículo

Passam pela região, em média, 22 mil veículos por dia

Previsão de investimento

A obra da duplicação da Serra do Cafezal deverá receber investimentos da ordem de R$ 560 milhões

 

 

Detalhes da obra

A realização desse tipo de obra, segundo a concessionária, deve ser desenvolvida com o objetivo de reduzir, ao máximo, interferências no tráfego da rodovia e impacto ambiental. Além disso, a Autopista lembra que enfrenta, como entrave para o trabalho, as condições adversas de clima da região, com constantes precipitações.
O projeto prevê o mínimo de cortes e aterros. Os limites de avanço dos aterros, de acordo com a empresa, ficarão restringidos por contenções, para evitar a aproximação com fundo de vales e cursos de água. A pavimentação da rodovia será feita em concreto asfáltico, inclusive nas pontes e viadutos.
A duplicação, sempre que possível, será realizada ao lado da própria pista, não contando com previsão de ampliação de cortes existentes. As intervenções que poderão resultar em cortes e aterros, normalmente irão ocorrer nas ancoragens de apoio dos viadutos.

 

 

Meio ambiente

Os possíveis impactos ambientais, previstos pelas licenças ambientais concedidas pelos órgãos competentes, serão compensados de diversas maneiras, entre as quais, o plantio compensatório. 
As medidas mitigatórias, em geral, são dispositivos que evitam erosão, assoreamento de cursos de água, controle de resíduos, controle de deposição de material inservível, controle sanitário de instalações, entre outras.
A principal exigência ambiental é a obtenção da Licença de Instalação do Ibama, que inclui estudos de flora e fauna, entre outros, e 17 Programas Básicos Ambientais.

 

Empresa de concessão administra 3,2 mil km de estradas no Brasil

A Autopista Régis Bittencourt é responsável, desde 2008, pelos 402 km da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116/SP/PR) que liga as cidades de São Paulo (SP) e Curitiba (PR). No período de concessão, cujo contrato tem 25 anos de duração, a Autopista Régis Bittencourt, sob a gestão da empresa OHL Brasil, deverá investir R$ 3,8 bilhões em melhorias na rodovia.
A OHL é a companhia do setor de concessões rodoviárias com a maior extensão de quilômetros administrados no Brasil. São 3.226 km sob gestão de suas nove concessionárias nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina: Autovias, Centrovias, Intervias, Vianorte, Autopista Fernão Dias, Autopista Fluminense, Autopista Litoral Sul, Autopista Planalto Sul e Autopista Régis Bittencourt.
Empresa de capital aberto, a OHL Brasil é subsidiária da OHL Concesiones, que desenvolve e investe em todo tipo de infraestrutura pelo sistema de concessão, com presença no Brasil, Argentina, Chile, Espanha, México e Índia.

Muros verdes de contenção ampliam integração com o meio ambiente

A concessionária Autopista Régis Bittencourt, priorizando a utilização de técnica de contenção de encostas integrada com o meio ambiente, já executou oito muros verdes na região entre o km 337 e o km 343, Serra do Cafezal, no município de Miracatu (SP). 

 

< p>
Segundo a empresa, os muros verdes conjugam técnicas de engenharia tradicional com as potencialidades da vegetação e intervenções de grande resistência, capacidade de suporte e baixo impacto ambiental. É uma alternativa ecológica para substituir os projetos de contenção que utilizam materiais como concreto e cimento. 
Os muros verdes são dispositivos de contenção lateral de aterros, formados por camadas de solo local intercaladas com malha geossintética (geogrelha – telas em formato de grelha de material plástico tipo PVC), que funciona como reforço do maciço. No bordo externo de cada camada são fixadas sacarias preenchidas com solo e sementes, que acabam por germinar e constituem forração vegetal na face do muro.
Na parte frontal, utilizam-se sacos preenchidos com terra, adubo e placas de grama ou outros tipos de plantas. Com o tempo, a grama que cobre a face do muro faz com que a contenção seja incorporada à vegetação local e à paisagem. Outro aspecto relevante é a verticalidade do muro – a cada 4 m de altura, ele avança apenas 1 m na horizontal, minimizando a ocupação de área. 
“Os muros verdes são uma excelente opção para a verticalização de aterro, não só pela resistência, mas por serem também ecologicamente corretos”, comenta o gerente de obras da Paulista Infraestrutura, Wesley Machado. Dependendo dos projetos das obras previstas para a rodovia, mais muros verdes poderão ser implantados ao longo da BR-116 SP/PR.

 

 

Fonte: Padrão

Deixe um comentário