Será difícil, apesar dessa opção preferencial. Como percorrer dezenas de quilômetros, transpondo aclives e declives, eventualmente por ruas com mais buracos do que uma rede de pesca, no lombo desse meio de transporte?
Imagino a bicicleta em manhãs esportivas. Se possível, à margem de lagos e rios. Mas em linha reta e na planície. Jamais subindo a Consolação ou a Rebouças ou ousando galgar as ladeiras do Pacaembu. Nas subidas, o peso da idade deve contar um pouco, apesar da prática contumaz de exercícios diários.
Os executivos irão sem paletó e gravata, deixando para se engalanar com essa indumentária quando chegarem a seus locais de trabalho, nos grandes edifícios corporativos. Alguns seguirão pelas marginais, certamente utilizando máscara contra gases . Terão muito terreno pela frente, caso saiam da Zona Norte ou da Zona Leste para chegar à Zona Sul.
Não, caros amigos, a Pauliceia não foi planejada para as bicicletas, por mais que as amemos e tentemos incorporá-las ao nosso dia a dia. Sempre serão muito úteis, para as delícias de uma vida recreativa. Mas, para o trabalho cotidiano, quem sobreviver, verá.
Gostaria que muitos políticos se inclinassem pelo gosto de utilizá-las no quefazer diário. Talvez para sairem de casa e chegar, enfim, aos seus gabinetes na Assembleia ou na Câmara de Vereadores. Economizariam milhões, em favor da saúde dos trabalhadores da periferia.
Vamos trabalhar para conscientizá-los ao uso das bikes. Eles merecem usar e abusar dessa modalidade de transporte. A cidade agradeceria.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira