Avanços na infraestrutura virão somente após o campeonato mundial
Augusto Diniz
Enquanto Guarulhos, Viracopos e Brasília entregam a primeira etapa dos trabalhos previstos nos aeroportos, a concessionária que responde pelo Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão Antônio Carlos Jobim avalia as condições da instalação e finaliza o projeto de ampliação, manutenção e operação do empreendimento carioca. A previsão é que os avanços da infraestrutura no aeródromo fruto da concessão comecem somente após a Copa do Mundo, quando a concessionária terá iniciado a operação plena do aeródromo.
O consórcio vencedor do leilão (Odebrecht TransPort e Changi Airports International) pagou R$ 19 bilhões de outorga — o contrato tem validade de 25 anos. Posteriormente, uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), a Concessionária Aeroporto Rio de Janeiro, foi constituída pela Odebrecht TransPort (60%) e pela Changi (40%), além da Infraero, que pelo edital do leilão de concessão tem 49% de participação na SPE.
No ano passado, a movimentação do aeroporto alcançou 17,109 milhões de passageiros/ano. Com as obras de ampliação que foram realizadas até o momento, ainda sob a contratação da Infraero exclusivamente, a capacidade passou a ser 30,8 milhões de passageiros/ano, mas com a concessão a proposta é dobrar este número até o fim da outorga.
Serviços em andamento
Enquanto define as intervenções mais severas, a concessionária do Aeroporto do Galeão já realiza serviços emergenciais de melhoria de limpeza e segurança, e iluminação das vias de acesso, terminais e estacionamento do sítio aeroportuário. Trabalhos de revitalização e atualização das sinalizações também estão em progresso nos dois terminais do aeroporto, além da revisão dos elevadores, escadas rolantes e esteiras de bagagem, e a ampliação do número de pontos de energia nas salas de embarque.
É ainda prevista nesse momento inicial a revisão do sistema predial de combate à incêndio; disponibilização de internet wi-fi gratuita de alta velocidade nos dois terminais de passageiros do Galeão; tratamento para recuperação do piso dos terminais; manutenção e eliminação de vazamentos e infiltrações na cobertura dos terminais; correção de fissuras, infiltrações, manchas e desgastes na pintura das paredes, pisos e forros; revisão do sistema de transporte para embarque e desembarque remoto; ampliação de opções de serviços aos passageiros; e melhoria da infraestrutura tecnológica do aeroporto.
O plano até 2016, quando o Rio receberá os Jogos Olímpicos, prevê investimentos de R$ 2 bilhões em intervenções diversas. Neste período, entre as obras mais importantes, estão a instalação de 26 pontes de embarque em uma nova asa a ser construída, que será ligada ao terminal 2 existente. O número de balcões de check in saltará de 227 para 295.
O pátio de aeronaves será ampliado em 80%, ou 500 mil m², e posições de aeronaves chegarão a 97 (mais 47 além do número atual). O estacionamento também será ampliado, aumentando o número de vagas em quase 70% — serão mais 2.640 vagas. Serão ainda instaladas novas câmeras de segurança nos dois terminais do Galeão. Até o fim da concessão, o investimento do consórcio será de R$ 5 bilhões.
Airbus certifica rebocadores de aeronaves Lektro
A norte-americana Lektro foi certificada pela Airbus, em março deste ano, para movimentar os modelos A318, A319 e A320 com um de seus rebocadores de aeronaves movidos a bateria e sem barras de tração (towbarless). A empresa já possuía, desde o ano passado, certificação da Boeing para operar com aeronaves da família 737. Com isso, os rebocadores da Lektro estão aptos a movimentar praticamente 80% da frota mundial de aviões comerciais do tipo corredor único (narrow-body), que, segundo a companhia, ganha cada vez mais a preferência do mercado aeronáutico.
Fundada em 1945, a empresa, sediada em Warrenton, no estado do Oregon, nos Estados Unidos, criou em 1967 o conceito de rebocadores de aeronaves movidos a bateria, sem barras de tração. Entre as vantagens desse tipo de equipamento estão a facilidade operacional, com emissão zero de poluentes. Com isso, os rebocadores podem operar em hangares fechados. Segundo a companhia, o equipamento oferece baixo custo de manutenção, é silencioso e se acopla rapidamente às aeronaves.
Representada no Brasil Fornecedora Industrial Ltda., com sede em São Paulo, a Lektro fornece atualmente seus equipamentos para empresas aéreas comerciais, regionais, bases militares, operadores independentes, entre outros. A empresa já produziu mais de quatro mil rebocadores. Metade da produção é destinada a exportações. Entre as empresas que já certificaram os rebocadores Lektro estão a Embraer, a Bombardier, Cessna, entre outras.
Fonte: Revista O Empreiteiro