Empresa se consolida em obra de restauração

Os trabalhos de restauro, modernização (retrofit) e recuperação estrutural nunca tiveram grande atenção no Brasil, embora o potencial de crescimento fosse imenso. Mas é nesse ambiente desfavorável que há 35 anos a Concrejato cresceu, se desenvolveu e passou a ocupar papel de destaque no segmento.

“O País não tem hábito de fazer conservação”, resume Ronaldo Ritt, diretor da empresa, sobre o descuido com as construções, sejam elas muito antigas ou novas. A falta de conservação é, em geral, levada ao limite, o que faz com que as intervenções para conter os problemas sejam sempre extremas. Mas talvez seja por isso que a Concrejato ganhou grande experiência nessa área.

Ronaldo explica que dos cerca de 2 mil funcionários da empresa, 40% – incluindo engenheiros, arquitetos e operários – estão envolvidos no segmento que eles chamam de patrimônio, especializada em restauro e modernização. Um projeto de restauração de um monumento envolve mais etapas de projeto do que uma construção nova. “A gente trabalha desde o início. É preciso entender o que ele é”, conta o executivo.

O trabalho começa com a prospecção histórica, consultando historiadores e restauradores e, dependendo, até faz-se audiência pública. Há às vezes a necessidade de se fazer também a prospecção arqueológica. “É necessário ver o contexto, o tipo de arquitetura, ir lá nos registros, juntar o acervo”, relaciona.

De acordo com engenheiro, depois de realizado isso, é necessário levantar a técnica empregada, o projeto arquitetônico, o material utilizado, um mapeamento dos danos, avaliar a estrutura, o que pode ser substituído, estudar a parte elétrica e hidráulica. “Só depois é que podemos fazer o orçamento detalhado”, afirma Ronaldo.

Trata-se de tarefas que fogem do dia a dia de uma obra convencional, com a utilização de materiais específicos. “O trabalho é muito artesanal. A execução conta com imprevistos. Dependendo do que for feito, não adianta colocar 100 pessoas para apressar a obra porque não vai adiantar. Cada obra é uma obra diferente”, ressalta.

Construções de restauração envolvem não somente órgãos regulares, mas também instituições oficiais de conservação para obter as licenças. Além disso, os cronogramas costumam ser bem mais dilatados.

É nesse meticuloso passo que a Concrejato realizou o restauro da Catedral da Sé (SP), Mosteiro de São Bento (RJ), Catedral Metropolitana de Brasília, Theatro Municipal de São Paulo, Museu da Língua Portuguesa (SP), dentre outros monumentos, além de trabalhos de modernização, recuperação e reforço estrutural e obras especiais pelo Brasil afora – alguns dos mais importantes deles relacionados no livro que comemora os 35 anos da empresa.

(Augusto Diniz)

Fonte: Revista O Empreiteiro

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