Fábrica da Comil adota modalidade built-to-suit

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Construção de pits no prédio industrialexigiu precisão nas execuções

Augusto Diniz – Lorena (SP)

Uma moderna planta da gaúcha Comil Ônibus entrará em testes em outubro deste ano. Com isso, as obras civis do empreendimento têm que terminar em setembro. Do início das obras civis até a entrega do trabalho serão 286 dias de rápidas atividades. Em janeiro de 2014 começa a operação comercial da planta.

Localizada em Lorena, às margens da Rodovia Dutra, no interior de São Paulo, a fábrica terá uma área construída de 32,7 mil m², em área total de cerca de 200 mil m². O empreendimento pertence ao fundo de investimento imobiliário RB Capital, que arrendou por 15 anos à empresa de ônibus no modelobuilt-to-suit(edificação projetada de acordo com as necessidades do locatário). O custo para pôr o projeto de pé é de aproximadamente R$ 150 milhões.

As obras civis e instalações elétricas e hidráulicas da planta estão a cargo da Pinese Vieira Engenharia e Construção, que também ficou responsável pelos projetos de fundação. No total, 350 operários trabalham na obra. A área foi entregue à construtora com a terraplenagem parcialmente pronta. A Comil já iniciou a montagem das instalações industriais.

As fundações foram executadas com estacas hélice contínua. De acordo com o diretor da Pinese Vieira responsável pela obra, engenheiro Renato Paiva, fez-se um estudo na ocasião para diminuir a quantidade de estacas a serem cravadas aumentando-se o diâmetro de cada uma delas, para ganhar tempo nesta etapa.

O galpão industrial, que abrigará a área de pintura e montagem dos veículos, tem 19,5 mil m², incluindo os pits (fossos, túneis e trilhos construídos para abrigar cabines de pintura, transportadores e equipamentos de montagem). Os ônibus chegarão na fábrica com motor e chassi. No local, serão montados as carrocerias dos veículos.

Foram construídos 2 mil m² de pits, perfazendo um total de 8 pits. Quatro deles atendem somente a área de pintura, com um total de 1 mil m², que serão utilizados para equipamentos de preparação, pintura robotizada e pintura personalizada.

“A execução desses pits foi uma etapa complexa. É preciso ter precisão. É tudo muito cheio de detalhes, com modulação, caimento, lajes, túneis e trilhos, concretadosin loco,o que dificulta ainda mais os trabalhos”, conta Renato Paiva.

Renato Paiva

A edificação principal do empreendimento tem 342 m de extensão. Há três linhas de transportador ao longo desse prédio para que a linha de montagem do ônibus funcione de forma coordenada.

Uma das três linhas para posicionamento Pit da área de pintura: precisão
do transportador da linha de montagem na hora das execuções

Um piso especial com capacidade média de 6 t foi construído – algumas partes dele são de concreto com fibras; em outras esse concreto recebeu ainda armação de aço.

O prédio principal foi construído com pilares pré-fabricados de concreto, cobertura metálica com perfis de alma senoidal (estrutura leve e capaz de vencer grandes vãos) e fechamento lateral metálico a partir de 2 m.

As telhas de cobertura e as fachadas voltadas à rodovia são zipadas e termoacústicas com lã de rocha, gerando um maior conforto no ambiente. A fachada é completada por alvenaria e venezianas industriais, a fim de que o sistema de exaustão natural existente no telhado realize as trocas de ar. O prédio possui uma altura útil média de 9 m.

Cobertura metálica em fase final de montagem

Outros prédios industriais de menor porte incluem o almoxarifado, com 2.700 m² e a liberação de veículos prontos com 1.530 m². Os prédios auxiliares envolvem a administração, refeitório, vestiário, portaria, central de tintas e central de resíduos, além de um reservatório de água e uma balança rodoviária. As vias internas e o estacionamento de veículos estão sendo pavimentados.

As instalações industriais em fase de montagem incluem elétrica, combate a incêndio, ar comprimido, água fria, esgoto, telefonia e dados. O acesso à fábrica deverá ainda ser construído pelo Governo do Estado de São Paulo.

A Comil é uma das principais montadoras de ônibus do Brasil, incluindo veículos rodoviários, urbanos, micro-ônibus e especiais. A empresa possui uma planta industrial em Erechim (RS). A proposta da empresa é transferir a produção de ônibus urbanos da unidade do Sul para Lorena, aumentando em 100% sua capacidade produtiva para este tipo de veículo. A nova planta deve gerar 500 empregos diretos e 1 mil indiretos e terá capacidade de produção de 20 ônibus urbanos/dia.

Ficha Técnica – Fábrica Comil Ônibus

Localização: Lorena (SP)
Projeto de arquitetura: HS Arquitetos
Projeto executivo e construção: Pinese Vieira
Fiscalização da obra: Engineering
Pré-moldados: Premovale
Cobertura metálica: Codeme
Terraplenagem e pavimentação: Lopes Maço
Montagem industrial: GKW, Tecnoterm e ABB
Dados técnicos (estimativa)
Área total construída: 32,7 mil m²
Área pavimentada: 82,4 mil m²
Volume de aterro: 504 mil m³
Área do terreno: 194 mil m²
Volume de concreto: 10,5 mil m³
Volume de aço: 750 mil kg

Fonte: Revista O Empreiteiro


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