Ferrovia Oeste-Leste ainda depende de licenças para avançar

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Trecho de 537 km entre Ilhéus e Caetité,na Bahia, deve sair até 2014

Nara Faria

Aconstrução da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) é considerada um eixo ferroviário que dinamizará o escoamento da produção do estado da Bahia e servirá de elo entre a região e outros polos do centro do País. Com 1.527 km de extensão, a ferrovia estabelecerá comunicação entre as cidades baianas de Ilhéus, Caetité e Barreiras a Figueirópolis, no Tocantins, ponto de sua interligação com a Ferrovia Norte-Sul (FNS).

Contudo o traçado, que foi idealizado no final da década de 1950 por Vasco Azevedo Neto, e teve o resultado da licitação da via férrea divulgada no dia 2 de outubro de 2010 – mesmo dia em que seu idealizador falecia com 94 anos -, vê o seu prazo de conclusão se arrastando no decorrer dos anos.

Iniciada em 2011, depois de estagnada por anos, a obra tinha previsão inicial de conclusão para o fim de 2012.
Agora, o governo pretende finalizar até o final de 2014 o trecho da ferrovia entre Ilhéus e Caetité, que possui 537 km e engloba os lotes 1 a 4. Atualmente, o avanço físico da obra é de 13,5% e de acordo com recente pronunciamento do presidente da Valec, Josias Cavalcante, 84,3% das desapropriações necessárias para a continuidade do processo estão finalizadas.

A Valec – estatal que administra as obras da Fiol – informou, em nota à revista O Empreiteiro, que as questões ambientais e os projetos básicos e executivos impedem que as obras deslanchem para que seja avistado um horizonte para a sua conclusão.

O lote 1, entre o Terminal Ilhéus (BA) e o Rio Preguiça (BA), está sendo executado pelo consórcio SPA/Delta/Convap e possui uma extensão de 125 km. Até abril de 2013, a obra possuía 7,7% de execução.

O lote 2, no trecho entre o Rio Preguiça (BA) e o Riacho Jacaré (BA), está sendo executado pelo consórcio Galvão/OAS e possui uma extensão de 119 km. Até abril de 2013, a obra possuía 12,64% de execução.

O lote 3, no trecho Riacho Jacaré (BA) e Rio de Contas (BA), está sendo executado pelo consórcio Torc/Ivai/Cavan e possui uma extensão de 115 km. Até abril de 2013, a obra possuía 36,77% de execução.

O lote 4, no trecho Rio de Contas (BA) e Riacho Barroca (BA), está sendo executado pelo consórcio Andrade Gutierrez/Barcosa Mello/Serveng e possui uma extensão de 178 km. Até abril de 2013, a obra possuía 13,51%.

De Caetité a Barreiras, que possui uma extensão de 485 km, as obras foram interrompidas para adequação dos projetos às solicitações do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O tribunal suspendeu os contratos dos lotes 5, 5A, 6 e 7.

A Valec informou que atendeu solicitação do Ibama no dia 18 de março de 2013, mas o órgão solicitou informações complementares no dia 21 de abril de 2013. Quatro consórcios diferentes estão responsáveis pela execução, por enquanto, paralisada. A previsão da Valec é que as obras sejam retomadas em agosto de 2013.

A estatal está refazendo o traçado da linha férrea do Ibama, uma vez que o original passa por cavernas nos municípios baianos de Barreiras, São Félix do Coribe, Santa Maria da Vitória e São Desidério. Por conta da alteração, a previsão é que esse trecho fique pronto no final de 2015.

Já o trecho Barreiras (BA) – Figueirópolis (TO), de 505 km, ainda está em estudo pela Valec, por isso foi colocado como segunda fase do projeto da Fiol.

Segundo estimativas da Valec e do Ministério dos Transportes, a partir de 2018, 45 milhões de t de minério de ferro e 7,1 milhões de t de outros produtos, como soja e álcool, poderão ser escoados pela ferrovia anualmente.

Fonte: Revista O Empreiteiro


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