Governo vai tentar concluir trecho da ferrovia Norte-Sul

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Trata-se de uma das obras ferroviárias mais carase demoradas do mundo

Nara Faria

Destinada a integrar e ampliar o sistema ferroviário brasileiro e, assim, eliminar o grande volume de caminhões em circulação pelas rodovias do Centro-Oeste rumo aos portos do Sul e do Norte, a ferrovia Norte-Sul é uma das mais antigas no País.

Governo promete trecho entre Açailândia (MA) e Estrela d’Oeste (SP) até 2014

Depois de duas décadas de abandono, em 2007 o projeto foi retomado pelo presidente Lula, como parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A obra foi orçada em US$ 6,7 bilhões.

Hoje, o governo quer concluir um trecho com 2.255 km de extensão entre Açailândia (MA) e Estrela d’Oeste (SP) até dezembro de 2014.

Em complemento, serão leiloados, no segundo semestre de 2013, por meio do PIL (Programa de Investimentos em Logística) a concessão para construção e operação dos segmentos entre Açailândia (MA) e Vila do Conde (PA), fazendo a ligação da ferrovia ao Norte para o Porto de Vila do Conde (PA); e entre Estrela d´Oeste (SP) – Panorama (SP) – Maracaju/Dourados (MS), complementando a ligação da ferrovia com portos do Sul do País.

A ferrovia Norte-Sul, entre Vila do Conde e Rio Grande (RS), com 4.206 km de extensão, se encontra em seis diferentes estágios. O trecho entre a Vila do Conde e Açailândia, de 480 km, foi concluído, assim como o trecho entre Açailândia (MA) e Palmas (TO), de 719 km, que também está em operação e foi subconcedido à mineradora Vale em 2007. O estágio somou investimento de R$ 1,65 bilhão.

O trecho entre Palmas e Anápolis, de 855 km, depois de ter os antigos contratos cancelados sem que as obras fossem finalizadas, está em fase de conclusão, somando 90% de execução. Nesta etapa da obra foram investidos, até 2010, R$ 3,16 bilhões e, até 2011, outros R$ 3,86 bilhões.

Entre os anos de 2011 e 2014, estão previstos ainda investimentos de R$ 66 milhões, divididos R$ 42 milhões entre 2012 e 2013.

O consórcio Torque/Azvi ficará responsável pelos trabalhos de execução de obras e serviços remanescentes no trecho de 575 km entre Palmas (TO) e Uruaçu (GO), após ter sido vencedor de duas licitações realizadas por Regime Diferenciado de Contratação, que foram publicadas no Diário Oficial da União em março deste ano.

O valor contratado pelo RDC é de R$ 27 milhões para os lotes 12, 13 e 14, referentes ao trecho entre Palmas (TO) e o Córrego Chicote (TO), na divisa com Goiás. O valor contratado pelo RDC para os lotes 10, 11, 15 e 16, referentes ao trecho entre o Córrego Chicote (TO) e o Pátio de Uruaçu (GO), é de R$120 milhões.

O trecho licitado está praticamente concluído, restando obras de complementação e manutenção para possibilitar a sua operação e exploração comercial até o final no ano.

No entanto, obras remanescentes foram consideradas necessárias pela Valec durante estudo realizado no ano passado. A empresa identificou a necessidade de obras e serviços, como a eliminação de erosões, a recuperação de aterros, a contenção de taludes e a instalação de dispositivos de drenagem.

A Valec também pretende iniciar as obras remanescentes do trecho da ferrovia Norte-Sul entre o Pátio de Uruaçu e o Porto Seco de Anápolis e realizar a construção do Pátio Intermodal de Anápolis nos próximos meses. As duas estão em processo de licitação.

Esses RDCs somam R$ 400 milhões. Dois desses contratos estão assinados e outros dois em fase final de licitação. Esses 10% restantes de obras serão realizados até o final de 2013 e o segmento entrará em operação em 2014. Para a Valec, o prazo para entrar em operação será suficiente, por se tratar apenas de obras de acabamento.

Extensão Sul – trecho Ouro Verde

As obras na extensão sul, entre os trechos de Ouro Verde (GO) e Estrela d’Oeste (SP), estão divididas em cinco lotes. Com 681 km, a obra registrou conclusão de 35% de execução até dezembro de 2012. O projeto somou R$ 1,04 bilhão em investimentos e a obra tem previsão de ser concluída até junho de 2014.

O trecho entre Ouro Verde (GO) e a GO-156 está sendo executado pela construtora Aterpa/Ebate e possui uma extensão de 111,72 km. Até março de 2013, a obra possuía 30,7% de execução. No trecho Rio Verde (GO)/GO-156, que está sendo executado pela construtora Pavotec Ourivio e que possui uma extensão de 135,36 km, a obra possuía 27,4% de execução até março de 2013.

Já no trecho Rio Verde (GO)/Córrego Cachoeirinha (GO), que está sendo realizado pela construtora Queiroz Galvão/Camargo Corrêa e que possui uma extensão de 144,23 km, a obra possuía 42,5% de execução no mesmo período.

Já no trecho entre o Córrego Cachoeirinha (GO) e Rio Amarantes (MG), a obra está sendo executada pela construtora Egesa e possui uma extensão de 148,3 km. Até março de 2013, possuía 13,7% de execução.

O trecho entre Rio Amarantes (MG) e Estrela do Norte (SP) está sendo executado pela construtora TIISA e possui uma extensão de 141,95 km. Até março de 2013, a obra possuía 44,6% de execução. O trecho Estrela d’Oeste – Panorama, de 264 km, está concluído. O trecho Panorama – Chapecó- Rio Grande, de 1.200 km, teve o estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA) contratado em dezembro de 2012 e está previsto para ser concluído em maio de 2014.

Fonte: Revista O Empreiteiro


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