Histórias das personalidades e das empresas de engenharia

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Estamos dando continuidade à histórica edição 397 desta revista, de março de 2002, “quando enfocamos as obras e os pioneiros que construíram o Brasil moderno”. Na edição deste mês reabrimos a série, preparando as comemorações dos 50 anos de O Empreiteiro, que se completa em 2011

Pioneiros da Engenharia II reabre a série histórica. Diferente da primeira edição, em tom mais coloquial, o conjunto de matéria, embora se apoie em personalidades e valores de um passado anterior aos anos 1970, busca as informações e tomada de decisões da segunda e até da terceira geração das empresas tradicionais da Engenharia brasileira.

Desta vez, o enfoque principal não é o desbravamento. – Aquele período em que, com arrojo desmedido, personalidades da Engenharia se lançavam às vezes por áreas desconhecida, num esforço de afirmação do potencial do trabalho e da criatividade dos engenheiros que iniciavam uma trajetória num país onde tudo era desconhecido ou redescobrimento.

O Brasil engatinhava em seu processo de industrialização; iniciava-se a construção das primeiras refinarias e as plantas siderúrgicas eram poucas. A urbanização ainda não alcançava os patamares de hoje, quando o inchaço metropolitano agrava o caos no transporte público e compromete a rede dos serviços essências. Na época, o Brasil estava sendo criado. As técnicas construtivas a rigor eram rudimentares. A construção de Brasília constituiu o maior exemplo daquela etapa da trajetória rumo a uma tomada de posição para se conhecer o chamado Brasil profundo.

Dos anos 70 para cá as mudanças foram profundas no País, em sua economia, no contexto das liberdades públicas, no entendimento da dimensão dos valores democráticos e na vida das empresas e de suas lideranças. A experiência dos planos econômicos derivou para a estabilidade da moeda – o Real – a abertura do País às correntes modernizadoras do mundo e para o desenvolvimento e absorção de novas tecnologias. Caminhou-se para novos conceitos nas relações capital-trabalho e para as exigências que têm em vista a preservação ambiental. Sustentabilidade é uma palavra que só recentemente entrou para o dicionário da construção.

A abertura da série Pioneiros procura, em escala, mostrar a vida das empresas nesse novo ciclo que o País está vivendo. Algumas passaram dos pais para os filhos e outras já se encontram na terceira geração ou deixaram de vez o viés familiar. São diversas, portando, as dificuldades que os novos empresários estão enfrentado. Não se trata mais de uma eventual quebra de braço nas concorrências com pequenas contratantes, com prefeituras ou administrações estaduais de maior vulto. Ou mesmo, em escala maior, com órgãos federais. Hoje se tem em vista a globalização. E as tecnologias que ontem poderiam ser dissimuladas da concorrência numa caixa preta, hoje (2010) estão escancaradas para os interessados em razão dos modernos mecanismos globais de comunicação. Os desafios, portanto, são distintos.

No microcosmo da série não estão todas as empresas; diríamos que estão algumas, dentre elas, contudo, as mais importantes. Muitas deixaram de responder aos nossos questionários; outras nos encaminharam dados incompletos e outras deixaram para responder mais tarde às indagações que lhe foram feitas. Por isso, há lacunas. E, foi exatamente por considerarmos questões do gênero, que a série continuará aberta, complementado-se edições, num processo de recomposição de dados e de informação para a montagem de um quadro, o mais amplo possível , da Engenharia brasileira, hoje e amanhã.

Nildo Carlos Oliveira


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