Diante da perspectiva de produção de 4,2 milhões de barris/dia de petróleo até 2020, a Petrobras prevê investimentos altos na Bacia de Santos, de onde deverá sair quase metade do volume produtivo estimado para daqui a seis anos. Até 2018, a estatal pretende investir US$ 153,9 bilhões em exploração e produção, sendo, desse total, cerca de US$ 80 bilhões apenas para a área do pré-sal, que engloba a Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, e a própria Bacia de Santos. Vale lembrar que outros US$ 40 bilhões devem ser investidos por parceiros privados da petrolífera nacional nas áreas concedidas pela ANP – Agência Nacional de Petróleo.
Atualmente, os poços de petróleo em operação na província do pré-sal têm produzido, em média, 400 mil barris de óleo bruto ao dia. A Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos (UO-BS), com sede no município de Santos (SP), é hoje responsável por oito plataformas de exploração em áreas do pré-sal e do pós-sal, sendo duas de gás natural – Merluza (que produz nos campos de Merluza e Lagosta) e Mexilhão (em campo homônimo) –, e outras seis de óleo e gás – as unidades de exploração, produção e escoamento Cidade de Santos (campos de Uruguá e Tambaú), Cidade de Paraty (em fase inicial no campo de Lula Nordeste), Cidade de Angra dos Reis (campo de Lula), Cidade de São Paulo (com operação iniciada no campo de Sapinhorá), além da Dynamic Producer e da Cidade de São Vicente (dois navios-plataformas itinerantes, utilizados em projetos de curta duração no pré-sal).
Outras duas novas unidades de exploração devem entrar em operação ainda em 2014: a Cidade de Ilhabela (que atenderá ao campo de Sapinhorá Norte) e a Cidade de Mangaratiba (em Iracema Sul). No ano que vem, há previsão de início de funcionamento da unidade Cidade de Itaguaí (no campo de Iracema Norte). Para atender ao crescimento da companhia na Baixada Santista, a Petrobras terá de ampliar sua mão de obra direta no local, passando dos 1.078 empregados próprios ao final de 2013 para 3.659 em 2018.
Tais investimentos representam oportunidades significativas para a realização de negócios por empresas da região da Baixada Santista. “Sessenta por cento de todos os suprimentos da Petrobras saem do estado de São Paulo”, exemplifica Osvaldo Kawakami, gerente geral da UO-BS. Para estimular a participação de fornecedores locais nos negócios promovidos na Bacia de Santos, a estatal participou da 7ª edição da Santos Offshore, realizada entre 8 e 11 abril na cidade de Santos.
“A Petrobras está a todo o tempo buscando empresas que possam suprir as nossas necessidades”, afirmou durante o evento Gottfried Engelbert Wolgien Júnior, coordenador de Desenvolvimento de Fornecedores para Conteúdo Local da companhia. Desde 2005, a ANP vem exigindo das concessionárias de exploração de petróleo e gás a utilização de conteúdo originário do Brasil, em percentuais que vêm crescendo a cada nova rodada de concessão.
“Na Baixada Santista, por exemplo, há empresas que fornecem para companhias do setor marítimo. Tecnicamente, estão praticamente capacitadas para nos atender”, explica o executivo. Ele lembra, no entanto, que, por ser estatal e estar sujeita a legislação restritiva quanto à contratação de fornecedores, a Petrobras estabelece um nível muito elevado de exigências para consolidar parcerias. “Mas qualquer empresa pode nos atender, já que as plataformas necessitam de mais de 35 mil diferentes itens em sua estrutura”, diz Gottfried.
Além dos investimentos na área de exploração e produção de petróleo e gás, a Petrobras está construindo uma sede própria com três torres no Valongo, bairro histórico da região central de Santos em fase de revitalização. O primeiro edifício do complexo, com capacidade para mais de 2.000 funcionários, será entregue no início do segundo semestre deste ano. A companhia investirá, também, R$ 77 milhões em um novo Centro de Tecnologia de Pesquisa na Baixada Santista, em parceria com as três universidades estaduais de São Paulo: USP, Unesp e Unicamp. (Carlos Brazil – Santos/SP)
Fonte: Revista O Empreiteiro