Reforma do terminal 1 está na fase de execução final, mas a ampliação da pista de pouso e decolagem ficou para depois da Copa
Guilherme Azevedo
As obras de reforma, modernização e ampliação da estrutura do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (Tancredo Neves), em Confins (MG), incluídas na Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo, serão entregues parcialmente para o Mundial. Entretanto, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que ainda administra o aeroporto e responde pelas obras em andamento, garante que não haverá incômodos ao passageiro.
O principal conjunto concluído é o de obras no terminal de passageiros 1. Segundo a Infraero, a ampliação e reforma do saguão de embarque do terminal estão prontas e as nove novas pontes de embarque previstas foram instaladas (apenas uma aguardava a liberação de obras no pátio para entrar em operação). A ampliação das salas de embarque também estava finalizada e a transferência da Gol e da Azul para o local dependia apenas da concordância das companhias. Porém, a ampliação da sala de desembarque internacional, nem iniciada, ficará para depois do Mundial.
Desembarque doméstico renovado
A Infraero informa também que a área de desembarque doméstico do terminal 1 foi inteiramente renovada (com troca do piso, do forro, substituição das cinco esteiras de bagagens, entre outros serviços) e já está operante. Dos cinco novos acessos de embarque no terminal, três já foram entregues e outros dois devem ser liberados até o fim do mês. O novo acesso viário para o passageiro (a chegada ao terminal, nas vias internas) também foi finalizado, assim como a ampliação do estacionamento de veículos (para 2.560 vagas). Em fevereiro, o novo terraço panorâmico, com praça de alimentação, fora aberto ao público.
Dos oito novos elevadores aguardados, cinco já funcionam (os outros três ficam para depois da Copa, mas, segundo a Infraero, atendem a áreas hoje indisponíveis). As seis novas escadas rolantes previstas já foram colocadas. Os trabalhos no terminal 1 envolvem 450 trabalhadores, em três turnos. O valor contratado pelas obras e serviços no terminal 1 é de R$ 260 milhões.
Outra obra da Matriz de Responsabilidades, a transformação do antigo terminal de aviação geral de Confins em terminal de passageiros está perto do fim e deve se encerrar até o fim do mês, de acordo com a Infraero. A estrutura tem 5,4 mil m², com investimento estimado em R$ 26 milhões.
Ampliação da pista fica para depois
A terceira grande obra incluída no chamado escopo Copa é a de reforma e ampliação da pista de pouso e decolagem e do sistema de pátios. Porém, a ampliação da extensão da pista dos atuais 3 mil m para 3,6 mil m foi transferida pela Infraero para depois do Mundial. A estatal informa ainda que a reforma e ampliação do pátio de aeronaves foi concluída, com o sistema crescendo de 113 mil m2 para 369 mil m2 de área. A execução aguarda agora a homologação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que regula o setor.
O aeroporto de Confins é o quinto aeroporto mais movimentado do Brasil no transporte de passageiros (por ali passaram, no ano passado, 10 milhões de pessoas). Ele será administrado pela concessionária BH Airport, formada pelas empresas CCR (75% de participação) e Flughafen Zürich AG (concessionária que opera o Aeroporto Internacional de Zurique, Suíça) e Flughafen München GmbH (concessionária que administra o Aeroporto Internacional de Munique, Alemanha). A concessionária venceu o leilão do aeroporto no dia 22 de novembro do ano passado, com lance de R$ 1,82 bilhão (ágio de 66% em relação ao valor mínimo previsto, de R$ 1,1 bilhão), e vai administrá-lo por 30 anos. No período, cerca de R$ 3,5 bilhões devem ser investidos pela concessionária na modernização e manutenção de Confins.
O contrato de concessão foi assinado em 7 de abril último. Teve início, então, estágio de preparação, com a elaboração do Plano de Ações Imediatas no aeroporto. Depois virão operações assistida e de transição (sempre com suporte da Infraero). Provavelmente apenas no início do ano que vem a BH Airport assumirá o comando da operação em Confins, com a expectativa de fazer do local uma “cidade aeroportuária”, como também polo de lazer e de serviços.
Testemunho de passageiro frequente
Estivemos em meados deste mês (maio) no Aeroporto de Confins. O barulho das máquinas operando, e a buzina de segurança que elas soam quando dão marcha à ré, são ensurdecedores. Com as frentes de obras se deslocando frequentemente dentro do terminal de passageiros em operação, a orientação aos viajantes que chegam é precária por falta de sinalização atualizada. A única escada rolante que liga o térreo ao segundo piso estava parada. Não conseguimos achar as novas escadas rolantes instaladas e só encontramos o antigo elevador em serviço.
A sala de embarque doméstico era o único espaço no aeroporto isolado da barulheira provocada pelas obras. Mas ela própria tinha espaços demarcados por fitas e que indicavam sinais de serviços em curso.
A locadora Avis, com escritórios instalados em um contêiner, do lado de fora do aeroporto, ainda não sabia qual seria sua nova localização definitiva. Quando as obras terminarem em Confins, efetivamente, os passageiros irão agradecer muito. (Joseph Young)
Fonte: GTA