Pela primeira vez, o metrô de São Paulo sairá da capital e atingirá a região metropolitana, caso o estudo de viabilidade de extensão da Linha 4-Amarela, hoje operada pela concessionária Via Quatro, se mostrar efetivo. Isso é o que pretende o governo de São Paulo que assinou nesta semana aditivo para prolongamento da linha até Taboão da Serra.
Com investimento estimado em R$ 3,4 bilhões, o ramal será ampliado em 3,3 km e terá duas novas estações – Chácara do Jockey, na região do Butantã, zona oeste da capital, e Taboão, próxima à sede da prefeitura da cidade. Segundo o governo paulista, o projeto vai beneficiar cerca de 100 mil passageiros por dia e mais de 3 mil empregos, diretos e indiretos, serão gerados durante a construção. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) inclusive já recebeu pedido de licença prévia para as obras de extensão.
Conforme o governo, a previsão é que as obras comecem ainda neste ano e que toda a operação seja iniciada em 2028. O tempo previsto de viagem será de 55 minutos e haverá integração com os terminais de ônibus nas estações Vila Sônia, São Paulo-Morumbi, Butantã e outros da região. A implementação deve aliviar o trânsito nas rodovias Raposo Tavares e Régis Bittencourt. Atualmente, a Linha 4 possui 12,8 km de extensão e 11 estações. Com a ampliação, serão 16,1 km e 13 estações.
De acordo com dados preliminares, a estação Chácara do Jockey ficará localizada no cruzamento entre as avenidas Francisco Morato e Monsenhor Manfredo Leite, na Vila Sônia, ocupando área de 16 mil metros quadrados. A parte subterrânea da estação será construída com o sistema de vala a céu aberto para assegurar iluminação e ventilação natural. Um bicicletário com 120 lugares também está previsto no projeto.
Já a estação Taboão será subterrânea e construída com a escavação de poços circulares, em modelo semelhante à estação do Brooklin, da Linha 5-Lilás. Ela terá três pisos subterrâneos com plataformas de embarque e mezaninos e dois pisos acima da superfície. No total, a estação ocupará terreno de 30 mil m2 ao lado da rodovia Régis Bittencourt.
A Via Quatro será a responsável por realizar os estudos iniciais e as desapropriações necessárias para a expansão da linha 4 até Taboão da Serra. Devem ser realizados o projeto executivo completo e o estudo de licenciamento ambiental, de demanda e de utilização de áreas públicas e privadas. Conforme assinalou o governo, em nota, “isso trará expressiva redução no tempo necessário para o início da implantação do empreendimento, além da futura alocação mais eficiente dos riscos relacionados à qualidade e ao prazo de execução do projeto”.
Na semana passada, a Secretaria de Parcerias em Investimentos de São Paulo firmou convênio com a prefeitura de Taboão da Serra. A cidade deu permissão de acesso às áreas necessárias para a realização das obras, enquanto para o Estado fica a responsabilidade conduzir, diretamente ou por meio de terceiros, a elaboração de todos os projetos e a execução de todas as obras e ações necessárias à implantação do empreendimento, assim como licenciamento sob o aspecto urbanístico e ambiental.
“O convênio permite a otimização de recursos, expertise e infraestrutura, garantindo a viabilidade técnica, econômica e política para a implantação e execução do projeto”, informou o governo paulista. Segundo a prefeitura de Taboão, as sondagens de solo, fundamentais para os cálculos do projeto, foram iniciadas em terreno da antiga Niasi e no Parque Santos Dumont. Como parte complementar ao projeto, além da estação do metrô, o município deverá ganhar um terminal de ônibus intermunicipal para atender os passageiros das cidades vizinhas.