Com três mil projetos em execução, e investimentos de US$ 224,7 bilhões para os próximos cinco anos,a Petrobras é apontada como a empresapetrolífera que detém, hoje, as maiores chances de crescimento global no período, desde que consiga resolver seu fluxo de funding
*Programa de investimentos estimulaa cadeia produtiva da construção eda engenharia ampliando os quadrostécnicos internos e qualificando a redede fornecedores de serviços e materiais
Oplanejamento da Petrobras prevê que, daquele total de investimentos, 95% serão aplicados em projetos no Brasil. Isso significa que, na moeda local, mais de R$ 80 bilhões anuais serão injetados na indústria de bens e serviços, no comércio e nas atividades decorrentes da cadeia de consumo do País.
A geração de empregos, de 2012 a 2016, resultante do volume de negócios previstos, deverá ser superior a um milhão. A média anual de investimento da empresa, nesse quinquênio, será de US$ 47,3 bilhões. Esse plano de investimentos foi aprovado pelo conselho de administração da estatal, presidido pelo ministro Guido Mantega, da Fazenda, dia 13 de junho último.
A direção da empresa informa que o programa de investimentos, que ela considera bastante consistente, vai expandir a cadeia de fornecedores nacionais, estimular a Engenharia em suas várias modalidades e incentivar a entrada de empresas estrangeiras no mercado nacional, principalmente para parcerias tecnológicas e transferência de tecnologia. Como suporte desta cadeia, a Petrobras está consolidando suas demandas de bens e serviços em contratações de longo prazo com conteúdo mínimo nacional crescente.
A revisão do planejamento estratégico da Petrobras, que abrange aquele programa de investimentos, começou em janeiro deste ano. O plano atual (2011-2015) prevê investimentos totais de R$ 400 bilhões, o que representa uma média de R$ 80 bilhões por ano. Em 2011 foram investidos pela empresa, em todas as suas atividades, no Brasil e no exterior, R$ 72,546 bilhões. O Plano Anual de Negócios para 2012 prevê aplicações totais de R$ 87,545 bilhões.
Entre os três mil projetos da empresa em execução destacam-se a construção simultânea de 20 plataformas de produção, 30 sondas de perfuração, 49 navios-tanque, quatro refinarias de grande porte, uma fábrica de fertilizantes, centenas de quilômetros de dutos terrestres e marítimos, plantas de processamento de gás e uma infinidade de obras de menor porte.
Programa de investimentos de 2012
Do total de investimentos previstos para 2012, R$ 83 bilhões serão investidos no País e R$ 4,161 bilhões em atividades no exterior, onde a empresa atua nas áreas de exploração e produção, refino, geração de energia elétrica e comercialização. O plano prevê a colocação de encomendas no mercado fornecedor de serviços, matérias e equipamentos com uma taxa de conteúdo local de 67%, o que significa um nível de contratação no País em torno de R$ 50 bilhões anuais, conforme demonstrativo abaixo.
Segmentos |
Investimentos R$ |
% |
Exploração e Produção |
41,838 bilhões |
47,8% |
Abastecimento |
33,01 bilhões |
38% |
Gás & Energia |
4,4 bilhões |
5% |
Internacional |
4,161 bilhões |
4,8% |
Distribuição |
1,361 bilhão |
1,6% |
Biocombustível |
1,339 bilhão |
1,5% |
Corporativo |
1,436 bilhão |
1,6% |
TOTAL |
87,545 bilhões |
100% |
Prioridade para área de refino
Dos R$ 400 bilhões previstos no Plano de Negócios no período 2011-2015, R$ 229 bilhões se destinam às atividades de exploração e produção envolvendo a construção de dezenas de sistemas de produção submarina, sondas de perfuração para águas profundas e atividades exploratórias nos 198 blocos que a companhia tem sob contrato com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), totalizando 130 mil km².
*Em terra e no mar, os avanços dos vários níveisde conhecimento tecnol&
oacute;gico
A área de abastecimento, que compreende refino, transporte, petroquímica e comercialização de petróleo e derivados, está recebendo, segundo a empresa, o maior valor já atribuído a estas atividades na história da empresa. São R$ 133 bilhões, dos quais a construção de novas refinarias e modernização das atuais deverão receber 74%, para atender ao programa de aumento da capacidade de processamento de petróleo. Das quatro grandes refinarias em construção, três estão sendo implantadas na região Nordeste e uma no estado do Rio de Janeiro.
Por que novas refinarias
As refinarias da Petrobras foram originalmente projetadas para petróleo leve importado e produzido na Bahia e focadas no mercado que era majoritário para óleo combustível e gasolina. O diesel não era o carro-chefe. Posteriormente, o consumo de diesel começou a subir. Entrou o gás para substituir o óleo combustível e o álcool para substituir a gasolina, quando ainda não existiam os carros flex.
A empresa começou, então, a investir nas refinarias existentes (exemplo mais recente é o da Repar, em Araucária, PR, edição 509 de O Empreiteiro) para adaptá-las ao novo mercado focado em diesel, nas preocupações ambientais e nas grandes perspectivas de produção crescente de petróleo pesado. Primeiro foram modernizadas e ampliadas as refinarias existentes, posteriormente, já na segunda metade da década passada, a empresa começou a pensar em novas unidades de refino, principalmente ao considerar que a última refinaria construída no Brasil foi inaugurada em 1980, em São José dos Campos, no Vale do Rio Paraíba do Sul (SP).
Uma das lógicas que a Petrobras vem seguindo, em sua atuação, sustenta que a melhor forma de valorizar a produção de uma empresa de petróleo é ter uma capacidade de refino suficiente para processar todo o petróleo que produz. A escolha do Nordeste para sediar quatro novas refinarias tem, segundo essa linha de raciocínio, uma motivação principal: tanto o Nordeste quanto a região Norte do País são deficitários em derivados de petróleo. Transportar petróleo cru é mais barato do que transportar os diversos derivados para consumo em determinada região, que não conta com refinaria. “Por isso, as unidades de refino são construídas em pontos estratégicos, para facilitar a logística do abastecimento nacional”, informa a estatal.
Refinaria Abreu e Lima
A Refinaria Abreu e Lima, em construção em Pernambuco, no Polo Industrial de Suape, terá lugar especial no parque de refino do País. É uma refinaria preferencialmente voltada para a produção de óleo diesel. Segundo o cronograma de obras, ela deverá começar a operar em 2013. Dos 230 mil barris diários a serem processados sairão 70% de diesel padrão europeu. O restante serão gás liquefeito de petróleo (GLP), nafta petroquímica, óleo combustível e coque. Em recente visita a esta obra, a presidente Dilma Rousseff disse que, se os trabalhos continuarem dentro do prazo, conforme vem ocorrendo, o Brasil estará menos vulnerável às alterações de preços no mercado internacional.
Com a operação desta unidade, a Petrobras pretende atender ao aumento da demanda de diesel, o combustível de maior valor na cadeia do petróleo e que ainda é, em parte, importado. A instalação da refinaria em Pernambuco visa a suprir o mercado do Nordeste e a eliminar a importação. Nesse caso, o Brasil tornar-se-á autossuficiente nos principais derivados, além de propiciar ganhos logísticos para o sistema Petrobras, conforme espera a presidente.
Por que em Suape
O Polo Suape, em Pernambuco, mostra, por outro lado, o avançado processo de industrialização que vem sendo implantado nacionalmente, na medida em que concentra cerca de 100 empresas, com grande variedade de segmentos, que envolvem desde a produção de alimentos, bebidas, tecidos, minérios, construção civil, máquinas e equipamentos até a construção de grandes navios e plataformas de petróleo.
Esta vocação industrial do Polo de Suape foi prioritária nos estudos da Petrobras para recomendar aquele sítio para a construção da refinaria. Também foram decisivas as condições oceanográficas locais que permitem a construção, sem a necessidade de investimentos adicionais para a instalação de um porto na escala exigida para recebimento de petróleo e escoamento de derivados, por navios de grande porte.
Com a construção da refinaria, o Nordeste Nordeste, que responde por 19% da demanda de derivados de petróleo do País e conta apenas com uma refinaria na Bahia, deixará de depender de combustíveis produzidos em outras refinarias do Brasil ou do exterior. Como os fretes para transporte de derivados, como ocorre hoje, são mais elevados que os fretes de petróleo, haverá redução de custos, com reflexos para o consumidor.
Refinarias Premium
Também estão em execução mais dois empreendimentos no Nordeste para aumentar a capacidade nacional de refino e adicionar valor ao petróleo brasileiro: são as refinarias do tipo premium – no Maranhão e no Ceará – projetadas para a produção de derivados de elevada qualidade e baixo teor de enxofre, utilizando petróleo pesado da Bacia de Campos e petróleo leve da camada do pré-sal.
As duas maiores refinarias que serão implantadas naquela região (Premium I e Premium II) vão produzir derivados de petróleo de alta qualidade, para atender os mercados do Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste e poderão também exportar derivados. Hoje, a Petrobras tem apenas duas refinarias no Norte/Nordeste: uma na Bahia, de grande porte (280 mil barris/dia), e outra em Manaus, de pequeno porte (46 mil barris/dia), que não atendem à totalidade do mercado local.
• Premium I. A Refinaria Premium I, a ser implantada no Município de Bacabeira (MA), a 60 km do futuro terminal de São Luís, será uma das quatro novas unidades de refino da Petrobras no Nordeste. O projeto tem em vista aumentar a produção nacional e facilitar a distribuição regional de derivados combustíveis de alta qualidade, como óleo diesel, querosene de aviação (QAV), nafta petroquímica, gás liquefeito de petróleo (GLP), bunker (combustível para navios) e coque.
Com capacid
ade para processar 600 mil barris por dia, a Premium I vai refinar o equivalente a 30% de todo o petróleo nacional atualmente produzido pela Petrobras (dois milhões de barris por dia). A refinaria entrará em operação em duas fases – a primeira, com capacidade para 300 mil barris/dia, está prevista para setembro de 2014, e a segunda, para setembro de 2016. Ela terá faixa de dutos e terminal portuário, para receber petróleo e escoar derivados.
Estima-se que o empreendimento vai gerar, durante a fase de construção, 132 mil postos de trabalho, diretos, indiretos e por efeito renda. Para a operação da refinaria, o efetivo estimado é de aproximadamente 1.500 trabalhadores.
Para atender a demanda de profissionais qualificados, a Petrobras, a ANP e o Programa de Mobilização da Indústria do Petróleo (Promimp) deverão qualificar, no Maranhão, até o ano de 2013, 22.700 profissionais de nível superior, técnico, médio e básico, com cursos gratuitos e bolsa-auxílio aos desempregados. Outros 3.400 profissionais serão qualificados na área da construção civil, por meio de um acordo de cooperação técnica entre o Ministério do Trabalho e Emprego, o Ministério de Minas e Energia e a Petrobras.
A Petrobras, o Prominp e outros parceiros da cadeia produtiva do petróleo e gás, incluindo a Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi), também estão orientando e capacitando os fornecedores locais, para que os empresários da região estejam aptos a suprir as necessidades do empreendimento.
• Premium II. Em dezembro de 2010 começou a ser colocada em prática a ideia para a construção da Refinaria Premium II no estado do Ceará. A Universidade Federal do Ceará foi contratada para realizar o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto ao Meio Ambiente. A área de implantação fica no Complexo Industrial do Porto de Pecém (CIPP), no município de Caucaia (CE). A refinaria deverá operar a partir de 2017, com produção de 300 mil barris/dia. Prevê-se que a implantação do projeto vai gerar 90 mil postos de trabalho diretos, indiretos e por efeito renda.
A Petrobras assinou com a empresa norte-americana UOP, tradicional fornecedora de tecnologia na área de refino de petróleo, contrato para elaboração dos projetos básicos e de pré-detalhamento da refinaria Premium I. Estão em estudo processos de refino iguais, proporcionando uma redução de custos de projeto e de instalação, além de diminuir os prazos de execução dos projetos. A UOP foi selecionada, segundo a empresa, em uma emulação entre projetistas internacionais. O principal critério de escolha considerou o resultado econômico global das refinarias, custos de instalação, operação e receita a ser proporcionada pelos derivados que deverão ser produzidos.
O início da produção da refinaria está previsto para setembro de 2015 (Fase I – 150 mil barris/dia). A segunda fase, também para a produção de 150 mil barris/dia, será em setembro de 2018. A refinaria produzirá, principalmente, óleo diesel tipo EURO V (< 10 ppm de enxofre) para exportação, e QAV, nafta e GLP para o mercado interno. A produção de diesel será em torno de 50% de toda a produção da refinaria.
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro
Outro projeto, já em fase adiantada de obras, é o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – Comperj, em construção em Itaboraí (RJ). Além de maior empreendimento industrial da história da Petrobras, o complexo marca a retomada dos investimentos no setor petroquímico. Será a primeira unidade petroquímica básica do mundo a utilizar petróleo pesado como matéria-prima. Sobre isso é importante lembrar que 60% dos 14 bilhões das reservas atuais de petróleo da Petrobras são de petróleo pesado.
O Comperj está sendo construído em uma área de 45 milhões de m². O município de Itaboraí é estratégico: localiza-se perto dos portos de Itaguaí (103 km) e Rio de Janeiro, dos terminais de Angra dos Reis (157 km), Ilhas d’Água e Redonda (30 km) e é atendido por rodovias e ferrovias, além das sinergias com a Reduc (50 km), com as plantas petroquímicas da Rio Polímeros e da Suzano (50 km) e com o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello – Cenpes (38 km).
O Comperj tornará ainda mais completo o ciclo da transformação industrial do petróleo ao permitir a produção, diretamente e em um único local, de combustíveis, resinas plásticas e outros produtos de uso variado e de grande utilidade, que tornam a vida mais confortável e prática.
No local onde está sendo construído o complexo estarão funcionando uma unidade de refino e 1ª geração para a produção de petroquímicos básicos, denominada UPB, que irá refinar petróleo pesado e produzir eteno, benzeno, p-xileno e propeno; e um conjunto de unidades de 2ª geração que irá transformar estes petroquímicos básicos em produtos petroquímicos, como estireno, etileno-glicol, polietileno, polipropileno e PTA/PET.
As indústrias de 3ª geração, que provavelmente irão se instalar nos municípios vizinhos e ao longo do Arco Rodoviário do Rio de Janeiro, deverão transformar aqueles produtos em bens de consumo.
Além daquelas unidades, o complexo contará com uma Central de Utilidades, que disponibilizará água, vapor e energia elétrica. Serão construídas também facilidades de infraestrutura como estradas, emissário, adutora, dutos e linhas de transmissão.
A Refinaria do Comperj vai começar a operar, em sua primeira fase, em fins de 2013, com capacidade de processamento de 165 mil barris de petróleo/dia. Na segunda fase, prevista para 2018, será atingida capacidade total de 330 mil barris de petróleo/dia. Devido a mudanças no projeto, ainda não é possível afirmar se o óleo a ser processado é leve ou pesado.
As unidades petroquímicas começarão a operar em 2017 e produzirão produtos petroquímicos básicos (eteno, propeno, benzeno, p-xileno e butadieno) e produtos petroquímicos associados (estireno, etilenoglicol, polietilenos, polipropileno entre outros). O empreendimento prevê a geração de 212 mil empregos diretos, indiretos e por efeito renda durante a sua fase de implantação.
O Comperj tem como meta o plantio de quatro milhões de mudas nativas da Mata Atlântica: 1 milhão em sua área interna e o restante no entorno do empreendimento.
As obras de terraplenagem foram concluídas e as obras de construção e montagem das principais uni
dades de refino foram iniciadas, com destaque para as unidades de Destilação Atmosférica e a Vácuo, Coqueamento Retardado e Hidrocraqueamento.
Obras na área de exploração e produção
O Plano de Negócios 2011–2015 prevê investimentos em exploração e produção de R$ 127,5 bilhões, dos quais US$ 117,7 bilhões em projetos no Brasil e US$ 9,8 bilhões nos países onde a empresa atua na África, América do Norte, América do Sul, Ásia e Oriente Médio. Do total de aplicações em exploração e produção no Brasil, US$ 53,4 bilhões se destinam ao pré-sal e U$ 64,3 bilhões ao pós-sal. A maior parcela de recursos para o pós-sal se deve ao grande número de campos descobertos neste horizonte e que se encontram em fase de desenvolvimento da produção, principalmente na Bacia de Campos, enquanto os campos descobertos no pré-sal estão em fase de avaliação e projetos de produção.
No desenvolvimento da produção, que inclui a construção de dezenas de sistemas submarinos, envolvendo plataformas e dutos marítimos de escoamento, serão investidos US$ 76,5 bilhões, ou 65% do total destinado à exploração e produção. Para a descoberta de novos reservatórios (exploração) estão destinados US$ 21 bilhões.
Plataformas para o pós–sal
Ao longo do ano passado (2011), a Petrobras tinha uma carteira de sete plataformas de produção em construção simultânea no Brasil, todas para o pós-sal. Somadas as capacidades destas sete unidades chegou-se a mais de 1 milhão de barris/dia. Assim, a empresa terá, até 2014, quando aquelas unidades todas estiverem operando, volume que representa 50% da produção nacional hoje.
Duas plataformas foram entregues em 2011 e outras cinco estão em construção para ser instaladas em águas profundas da Bacia de Campos, em campos produtores situados no pós-sal. Para o pré-sal estão em construção oito cascos de plataformas do tipo FPSO (sigla em inglês que significa unidade flutuante de produção, processamento, armazenamento e escoamento de petróleo). O contrato, para essas obras, foi firmado com a Engefix.
As duas plataformas de produção entregues, e já em operação, são a P-57, instalada no Campo de Jubarte, na parte Capixaba da Bacia de Campos, com capacidade para 180 mil barris/dia. A segunda é a P-56, que já está produzindo no Campo de Marlim Sul, em frente ao Litoral Fluminense, com capacidade para 100 mil barris/dia. Estas duas foram construídas no Estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ). Esta é a primeira vez que duas grandes plataformas de tipos diferentes (a P-56 é uma semissubmersível e a P-57 um FPSO) foram montadas simultaneamente em um mesmo estaleiro.
P-61
Também no Estaleiro Brasfels está sendo construída a P-61, com capacidade para 100 mil barris e inicio de produção previsto para 2013, no Campo de Papa Terra, na Bacia de Campos, que tem a participação de 62,5% da Petrobras como operadora e 37,5% em parceria com a empresa americana Chevron. O contrato para esta plataforma foi assinado em fevereiro de 2010 com o consórcio Floatec (KeppelFels e J.Ray MacDemort).
A P-61 será a primeira plataforma do tipo TLWP da Petrobras. Esse tipo de unidade de produção usa tendões verticais para a sua ancoragem, ao invés das linhas de ancoragem padrão. Além disso, pelo baixo nível de movimentos que recebe do mar, as árvores de natal (controle na cabeça dos poços) são secas e instaladas no convés da TLWP, ao invés de submarinas, como nas plataformas dos tipos FPSO e semissubmersíveis.Também para ser instalada no Campo de Papa-Terra foi encomendada ao Estaleiro Rio Grande, na cidade do mesmo nome no Rio Grande do Sul, a P-63, que é do tipo FPSO. Apenas o casco será produzido na China, os demais componentes (módulos) e a montagem final (integração) serão realizados no Brasil. Sua capacidade será de 180 mil barris/dia. O início de operação das duas plataformas está previsto para 2013.
Estas duas unidades de produção vão operar em conjunto, com a produção da TLWP P-61(que não armazena nem processa) sendo toda processada e armazenada no FPSO P-63.O projeto Papa Terra vai utilizar, pela primeira vez no Brasil, conjugado um TLWP (plataforma que produz, mas não armazena petróleo) com um navio plataforma convencional do tipo FPSO, onde será armazenado o óleo produzido nas duas unidades.
No Estaleiro Atlântico Sul (porto de Suape, em Pojuca, Pernambuco) está sendo construída a P-55, que se destina à fase 3 do campo de Roncador, na Bacia de Campos. Com capacidade para produzir 180 mil barris, é uma plataforma do tipo semissubmersível e tem previsão de início de produção no primeiro semestre de 2012. Esta será a segunda deste tipo, inteiramente construída no Brasil. A primeira foi a P-51 que entrou em operação em janeiro de 2009 e está produzindo no campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos.
As outras duas plataformas em construção são a P-58 e a P-62, que terão os cascos convertidos em Cingapura e os diversos módulos e a montagem final realizados no Brasil. A P-58 se destina ao Parque das Baleias, na parte Capixaba da Bacia de Campos e a P-62 será instalada no campo de Roncador, na porção Fluminense da Bacia de Campos. Ambas tem previsão de início de operação em 2014. A P-58 terá capacidade para produzir 180 mil barris/dia e a P-62 para 100 mil barris/dia.
Plataformas para o pré-sal
Para serem instaladas no pré-sal, a Petrobras já encomendou a construção de oito cascos de plataformas com a Engevix Engenharia S.A. São unidades do tipo FPSO. A intenção é que estas unidades sejam instaladas na área do pré-sal da Bacia de Santos, a partir de 2014. Estas plataformas fazem parte de um total de 58 unidades de produção que a Petrobras vai instalar nas bacias de Campos, Santos e Espírito Santo, até 2020.
Estas plataformas estão sendo denominadas replicantes, porque serão construídas em série, com o mesmo projeto e, por isso mesmo, com grande redução de custos. Serão instaladas entre 2015 e 2017. Todas terão capacidade para produzir 150 mil barris de petróleo e 5 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Destas oito unidades, foram encomendadas pelo consórcio Petrobras, BG (Inglaterra) e Petrogal (Portugal) e uma pelo consorcio Petrobras, GB e Repsol (Noruega). A primeira a ser instalada deverá ser a P-66, cuja construção do casco já foi iniciada.
Sondas mar&i
acute;timas de perfuração
Para perfuração em águas mais rasas estão em construção duas sondas marítimas do tipo autoelevatória (Jack-up), denominadas P-59 e P-60. Para águas profundas, especialmente para perfurar na seção pré-sal, a Petrobras está contratando 60 sondas. As sondas estão sendo entregues na medida em são concluídas e a previsão é de que todas estejam prontas até o final de 2012. Para construção no Brasil foram encomendadas 30, com entrega prevista no período de 2013 a 2018. As sondas serão dos tipos navios – sonda e plataformas semissubmersíveis de perfuração.
Fonte: Padrão