Melhorias urbanas chegam com expansão imobiliária e outros complicadores

O progresso, que chega à Zona Leste com o futebol (o estádio do Corinthians, em Itaquera), não vem acompanhado apenas das benfeitorias urbanas, a promessa do transporte redimensionado do metrô e trens, e espaços para veículos particulares; nem tampouco com as escolas profissionalizantes e oferta de trabalho para possivelmente fixar um pouco a mão de obra local na própria região.

Ele vem acompanhado de outras interfaces que a população repele: a insegurança, a expansão imobiliária, com o preço dos terrenos, casas e apartamentos subindo sem parar e outras inconveniências associadas àquele fenômeno.

A Zona Leste vinha crescendo devagar. Velhos sobrados e espaços anteriormente ocupados por atividades fabris cediam terrenos para futuros lançamentos imobiliários. Mas, aos poucos, e mesmo antes que se pensasse na possibilidade de a região abrigar o estádio que sediaria o jogo de abertura da Copa, as coisas começaram a mudar.

O Tatuapé, por exemplo, vinha apresentando um valor geral de vendas (VGV) semelhante ao do bairro do Morumbi. Com a perspectiva do futebol, a expansão imobiliária acelerou-se. Hoje prosperam edifícios residenciais, com apartamento de três quartos e até 100 m², escolas, shoppings e outros componentes da moderna vida urbana.

Além do Tatuapé, ali está também a Mooca e outros bairros que igualmente vêm apresentando índices de crescimento que, embora ainda não estejam acelerados, não deixam de mostrar que vão crescer mais do que se imaginava.

Diante desse quadro, a população teme o aumento simultâneo das condições de insegurança. E, além do problema da insegurança física, há o problema do trânsito. Recentemente, um jornal paulista salientou que no distrito de São Rafael, naquela região, a preocupação com a insegurança saltou de 5% para 22%. O mesmo aconteceu no Tatuapé, onde o índice, no mesmo item, aumentou de 9% para 20%.

Aparentemente o poder público está de mãos atadas, sem condições para aumentar efetivos naquela área, para reduzir o número de delitos e o medo. O progresso aumentou o medo na Zona Leste. (NCO)

Fonte: Padrão

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