Empresa busca ir além do mercado de mineração

Em 2011, já com 24 anos de atividades, em função da estratégia de buscar e consolidar diversificação de atividades e atuação multissetorial, a Progen realizou uma reestruturação organizacional que resultou na criação de quatro unidades de negócio, que são: óleo, gás, química e petroquímica; infraestrutura e energia; mineração, metalurgia e siderurgia; e gerenciamento de construção.

“Cada unidade funciona como se fosse uma empresa independente que detém suas próprias áreas de comercialização, planejamento, projeto, execução e gerenciamento, com conhecimento específico do setor em que atua”, explica o engenheiro químico Rodrigo Moralez, diretor de engenharia da empresa.

Hoje, a Progen tem sua força técnica de trabalho dividida entre engenheiros (44%), projetistas (31%) e desenhistas (7%), e está consolidada como uma companhia de engenharia consultiva, gerenciamento e implantação de projetos industriais.

Moralez destaca que, atualmente, a Progen está envolvida numa grande quantidade de projetos, tanto os de grande como os de pequeno e médio portes: “Essa variedade faz parte da nossa estratégia global que visa atender ao cliente em toda a sua necessidade. As empresas que nos procuram nem sempre têm necessidade de grandes empreendimentos. Elas, muitas vezes, precisam de pequenas intervenções nas suas instalações industriais”.

O diretor de engenharia diz, entretanto, que dois empreendimentos atuais merecem especial destaque, por suas dimensões e importância.

O primeiro diz respeito ao apoio técnico que a empresa vem dando à Vale da Malásia (subsidiária do grupo brasileiro), na implantação de um centro de distribuição de minério de ferro, o CD da Malásia, que está sendo construído nas proximidades de uma cidade chamada Lumut.

O contrato inclui o projeto básico em nível FEL 3 (requisitos para definição do projeto), incluindo elaboração de Capex (despesas de capital ou investimento em bens de capital), com o desenvolvimento de 96 transportadores de correia e 20 casas de transferência. A capacidade dos transportadores varia de 8 mil t/h a 16 mil t/h, incluindo um transportador tubular com capacidade de 3 mil t/h. As correias transportadoras mais longas têm a extensão de 2,5 mil m. Com isso, o CD aumentará sua capacidade de 30 milhões t/ano (1ª fase) para 100 milhões t/ano.

Segundo Moralez, o porto local recebe o minério de ferro e é dotado de uma instalação que faz blend, armazena e despacha o produto para o mercado asiático, em especial para a China. O trajeto que o minério de ferro faz é o seguinte: sai de Carajás, vai por ferrovia até São Luís (MA), onde é embarcado, dá a volta no mundo e chega à Malásia.

“Já executamos a primeira fase e, agora, estamos desenvolvendo a fase dois, que é uma expansão do CD. É um trabalho típico de mineração, com muitos transportadores de correia e casas de transferência, tudo de grande porte. Há dez pilhas de minério, com 1,5 km de extensão cada uma. O projeto está sendo desenvolvido por uma equipe da Progen, aqui em São Paulo, e temos uma equipe de 15 profissionais que presta assistência de engenharia lá no local da obra”, explica Moralez.

Nesse projeto, segundo ele, os desafios são o de gerenciar as interfaces com diversas empresas que atuam no local e o de logística, em função principalmente de ser uma obra que está sendo implantada num lugar tão remoto. Como a primeira fase já foi concluída, ao desenvolver a segunda, ocorrem também muitas interfaces com as áreas já existentes.

Entre outras dificuldades, o diretor da Progen cita as diferenças de 11 horas de fuso horário e de língua. “O nosso pessoal que está lá, por exemplo, tem de ficar acordado às 3h da manhã para poder falar conosco aqui no Brasil. Parecem detalhes, mas a soma de tudo isso pode dificultar o andamento dos trabalhos”, salienta.

O outro projeto de destaque envolve o segmento de gerenciamento de construção. Trata-se de fazer uma grande mobilização para recrutamento de profissionais que vão atuar no projeto Salobo, que a Vale está implantando na província mineral de Carajás, no Pará (as cidades mais próximas são Parauapebas e Marabá).

“Essa equipe da nossa empresa deverá funcionar como um departamento da própria Vale, exercendo as funções de gerenciamento de todas as atividades das construtoras envolvidas na obra. Por ser um empreendimento com dimensões tão fora do comum, só a equipe de gerenciamento da Progen conta com cerca de 200 pessoas. Todas as pessoas selecionadas pela nossa empresa também foram avaliadas sob o rigoroso crivo da mineradora e tiveram de passar por exames e treinamentos específicos”, explica Moralez.

Trata-se de um contrato de gerenciamento pleno, que consiste na implantação de uma nova unidade de beneficiamento de minério de cobre, aumentando assim a capacidade de produção para 24 MTPA. No pico do projeto, a empresa atingirá um efetivo de 220 profissionais. O contrato inicial tem duração de 668 dias, iniciado em julho de 2012 e conclusão prevista para maio de 2014.

Novos mercados

Hoje, a atuação da Progen está predominantemente envolvida com o mercado de mineração, que fica com cerca de 80% das atividades em desenvolvimento da empresa. Mas esse não é o perfil que a empresa quer manter no futuro. A Progen, a despeito disso, se destaca como uma empresa que tem muita experiência multissetorial, com contratos importantes com a Natura, General Electric (GE) e Petrobras, por exemplo. “Do planejamento estratégico da empresa, consta o objetivo de aumentar sua participação em outros segmentos econômicos”, ressalva o diretor de engenharia da Progen.

Por isso, segundo ele, a empresa vem constituindo contatos, parcerias e aquisição de empresas que vão abrir, ainda mais, o leque de oportunidades. Entre elas está a R.Peotta.

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