Novo gasoduto em Minas tem investimento de R$ 800 milhões e rede de 300 km

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A Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) deu início, no início deste mês, às obras do Gasoduto Centro-Oeste no Estado, que prevê a ampliação do Sistema de Distribuição de Gás Natural (SDGN) em 300 km de extensão em linhas do sistema. O projeto envolve investimento estimado em R$ 800 milhões e representa 23% da malha atual da companhia.

A implantação se dará em duas etapas, com as obras tendo início ainda no 1º semestre deste ano e duração estimada de 24 meses. O Gasoduto Centro Oeste vai passar por oito municípios da região – Betim, Divinópolis, Igarapé, Itaúna, Juatuba, Mateus Leme, São Joaquim de Bicas e Sarzedo – que, juntos, têm aproximadamente 1 milhão de habitantes (5% da população do Estado) e respondem por 10% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial e 7% do PIB total de Minas.

A Gasmig ressalta que além da infraestrutura, o gasoduto representa investimento nas áreas social e sustentabilidade. Além dos cerca de R$ 800 milhões que serão investidos, a companhia calcula que será possível a criação de até 15 mil empregos diretos e indiretos.

“Além de distribuidora de gás, somos uma empresa que investe no desenvolvimento da sociedade, que busca o aumento gradual e contínuo da diversidade da força de trabalho, priorização de programas de saúde, segurança e bem-estar”, informou Gilberto Valle, presidente da Gasmig.

Ele ressalta que na implantação deste SDGN “o meio ambiente será respeitado, pois os eventuais impactos ambientais serão minimizados, com a adoção de medidas mitigadoras eficazes”. A começar pelo o evento de lançamento, no último dia 4, que foi “Carbono Neutro”: todas as emissões de CO2 associadas ao evento, desde a organização até o lançamento oficial, que contou com a participação do governador de Minas, Romeu Zema, foi 100% compensado.

A região Oeste de Minas abriga um importante polo industrial, mas ainda não possuía uma infraestrutura de distribuição de gás natural, combustível conhecido pela baixa emissão de poluentes. “Este projeto contribui enormemente para o desenvolvimento da região, que está crescendo muito,” destacou o governador Romeu Zema.

Com a aprovação do licenciamento ambiental pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), foi possível iniciar as obras já este mês . O projeto validado pelo órgão regulador já constava no plano de investimentos da concessionária para o ciclo tarifário de 2022 a 2026, homologado pelo Estado no contexto da 2ª Revisão Tarifária.

Sobre o gaseoduto

O Gasoduto Centro-Oeste é o maior projeto de expansão no segmento desde 2010. O potencial de consumo do projeto é em torno de 230 mil metros cúbicos por dia, com captação estimada em 1 mil novos clientes industriais e comerciais. Os gasodutos serão testados e gaseificados por etapas, possibilitando que o início dos atendimentos aos municípios aconteça antes da conclusão de 100% das obras. À medida que os trechos forem concluídos, os municípios já poderão se beneficiar do acesso ao insumo.

De acordo com Gilberto Valle, são seis toneladas de gás carbônico compensadas por meio da neutralização de créditos de carbono no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, critério criado pela ONU para auxiliar o processo de redução de emissões de gases do efeito estufa no planeta.

Além das indústrias, o comércio, de modo geral, bem como o segmento veicular – com a captação de novos postos para venda de GNV – e o residencial são outras apostas de grande demanda da Gasmig. Em termos gerais, significa que nas rodovias que compõem esses corredores, existem postos de GNV a uma distância máxima de 400 km, permitindo a movimentação de cargas pelo Estado, transportadas por veículos a GNV.

No caso da Linha Tronco, segmento principal que conectará as demais vias, o material dos fornecedores já foi recebido, quase 90% dos processos de desapropriação de terras estão concluídos e os contratos de uso e ocupação de rodovias foram assinados. As obras da linha têm duração estimada de 18 meses.

Já para as Linhas Laterais, a expectativa é a de que as intervenções se iniciem no segundo semestre deste ano, uma vez que as desapropriações e assinaturas de contratos de uso e ocupação de rodovias se encontram em fase final de processamento. Para essas linhas já foram concluídas: a aquisição de materiais; e a contratação de serviços de empresas terceirizadas. O edital foi publicado em janeiro deste ano.

Atualmente, a Gasmig está presente em 47 municípios mineiros, conta com uma extensão de rede de 1.675 km em operação, sendo 95.887 clientes divididos em: automotivo (66), industrial (105), residencial (94.367), cogeração e climatização (7), comercial e industrial de menor consumo (1.339), industrial em mercado livre (1) e termelétrica em mercado livre (2).

O Governo de Minas já vinha empenhando esforços e recursos no projeto do gasoduto. Até 2023, a Gasmig investiu cerca de R$ 250 milhões na aquisição de materiais como tubos, válvulas e conexões.  Para este ano, ainda é esperada a execução de mais R$ 240 milhões relacionados aos serviços de construção da Linha Tronco, além do início das obras das Linhas Laterais. O restante será utilizado nos anos de 2025 e 2026, de acordo com a evolução das obras.

O montante foi utilizado também na construção do gasoduto, pagamento e indenização do desimpedimento de terrenos impactados pela implantação da faixa de servidão, além da elaboração de projetos de engenharia e estudos ambientais.

O Projeto Centro-Oeste é um sistema de distribuição de gás natural composto por uma linha tronco em aço carbono de diâmetro nominal de 16 polegadas e cerca de 108 km de extensão. Além disso, outros gasodutos denominados linhas laterais serão construídos nas cidades atendidas, sendo que estas linhas laterais terão diâmetros diversos variando entre 2″, 4″, 6″ e 10″ para os gasodutos em aço carbono e diâmetros de 63 mm, 90 mm e 125 mm para os gasodutos em Polietileno de Alta Densidade (PEAD) .


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