O futuro empolga

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Nascida em plena época do milagre econômico brasileiro, do sonho de um jovem engenheiro que vislumbrava racionalizar custos, fazer obras rápidas e usar sistemas pré-fabricados no canteiro, como havia visto ao visitar a Europa, a Racional Engenharia chega ao 35° aniversário registrando uma história que foi bem- sucedida desde o início e que fez jus ao seu nome. A construtora teve um crescimento rápido logo que se lançou no mercado, que atravessava uma fase rica em oportunidades no setor industrial, em franca expansão. “No entanto, esse crescimento tinha um lado perigoso, pois a Racional ainda não tinha histórico, era pouco estruturada e não contava com uma equipe afinada”, relembra Newton Simões, presidente e fundador. Na década seguinte, o setor industrial perdeu fôlego e a Racional dedicou-se a outros segmentos, como shopping centers e hotéis, sempre seguindo a idéia de racionalizar a construção e oferecer soluções integradas de projetos e engenharia. Nessa época, começou a adquirir consciência de que era fundamental formar um quadro permanente de colaboradores. Para isso, passou a investir na formação de profissionais e executivos e na estabilidade dos vínculos. Ter profissionais alinhados com sua filosofia tornou-se uma obsessão e, dessa forma, foi se formando a história da empresa, confundindo-se com a história de seus colaboradores. Neste ano em que comemora 35 anos, a média de casa dos colaboradores é de 15 anos, mas há alguns com 34, 30, 25, 20 anos. “Integrar a equipe é mais importante do que contar com o estrelismo individual. Cada profissional tem sua capacidade e competência”, afirma Simões. Não é à toa que ao remodelar, há três anos, seu modus operandi, a Racional tenha adotado um programa de avaliação de seus profissionais com foco nas competências e não apenas no conhecimento técnico. Nesse programa, composto por nove pontos, a expertise técnica ocupa o nono lugar, atrás de todas as demais competências: visão estratégica/negócios; inovação e gestão de mudanças; orientação para o cliente; orientação para resultados/qualidade; compartilhamento de informações e teamwork; influência e negociação; liderança e gestão de pessoas; e auto-desenvolvimento. “O desafio da empresa é quanto mais velha, mais permanecer jovem. Nossas ações transpiram uma inquietude por novos conhecimentos. Estamos recomeçando a todo momento, não deixamos o tempo nos desatualizar”, enfatiza. Diante desta postura pró-ativa que permeia as ações da Racional, Newton Simões vislumbra um futuro muito promissor, nos próximos dez anos, para o segmento em que atua. Para ele, o Brasil deve entrar em novo ciclo de desenvolvimento, semelhante ao da década de 1970. Como naquela época, deve receber investimentos e, agora, por meio de uma modalidade mais saudável, através de investimentos essencialmente privados, sem paternalismo estatal. “Ter sobrevivido no Brasil atesta nossa persistência e competência. É empolgante, nos sentimos muito motivados”.

Comparação com a China e a Índia

Na opinião do principal executivo da Racional Engenharia, o Brasil antecipou na década de 1970 o salto que a China e a Índia deram recentemente: “Naquela época, o País cresceu por dez anos a taxas de 7 a 8% ao ano. Quando se está num estágio muito primário, um ciclo de desenvolvimento é explosivo. China e Índia passam agora o que passamos há 30 anos, a China saindo de décadas de comunismo”, diz Simões. Na sua avaliação, ambos os países possuem populações de excluídos muito maior do que a do Brasil. Além disso, a democracia brasileira está consolidada, o País é integrado, fala uma só língua, está à margem de conflitos étnicos. “A Índia investiu de forma inteligente em educação, no que poderíamos no espelhar, mas tem conflitos religiosos e raciais. Nosso desafio não é maior do que o deles. O Brasil precisa de reformas políticas e quebrar as amarras de crescimento”, enfatiza.

Fonte: Estadão


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