Nelson Sperb Neto*
As perspectivas do mercado gaúcho de obras de construção pesada, saneamento e irrigação são animadoras. Embora o encerramento das concessões rodoviárias estaduais esteja previsto para 2013, conforme é anunciado pelo governo, a devolução dos trechos federais das concessões traz a possibilidade de novos investimentos ou de um novo programa de concessões, sem mencionarmos a opção por parcerias público-privadas.
Por outro lado, os investimentos federais no estado, por meio do Departamento Nacional da Infraestrutura de Transportes (Dnit), hoje representados pelas rodovias BR-392, BR-386 e BR-448 – complementadas em seguida pelas obras de duplicação da BR-116, entre Guaíba e Pelotas, e pela BR-392 no contorno de Pelotas – acrescentarão aos recursos atuais cerca de R$ 500 milhões por ano nos próximos três anos.
Já o programa estadual rodoviário, lançado no ano passado, contempla um total de R$ 2,6 bilhões no período 2012-2014, o qual será administrado pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Outro plano de investimento, da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), deverá aplicar quase os mesmos valores, até o final do atual governo, em esgotamento sanitário e água potável.
Também no setor de irrigação, cuja situação foi agravada após a última seca, as perspectivas de investimento, através de projetos existentes e de novos projetos a serem financiados pelo Ministério da Integração, são excelentes.
Finalmente, com a disposição do governo federal de investir em infraestrutura, o Rio Grande do Sul acabou beneficiado com financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de R$ 475 milhões, os quais deverão ser aplicados em duplicações de rodovias estaduais importantes, como RS-324, RS-509, RS-470 e RS-453.
Cabe ao setor apoiar o estado de modo a fornecer projetos e executar as obras de forma célere e com qualidade. Os recursos referidos, se executados devidamente, irão garantir o crescimento das empresas ligadas ao setor no próximo quadriênio, ao mesmo tempo em que reforçam a salutar política de continuidade de obras no estado.
Entretanto, é importante, e nosso setor defende essa bandeira há muito tempo, a manutenção da continuidade dos programas de investimento de infraestrutura, que deve ser feito por meio de um planejamento estatal perene.
Dessa forma, vamos assegurar não somente a diminuição significativa do custo logístico de transporte, mas também a erradicação dos efeitos da seca e o aumento da qualidade da saúde da população, dada a grande demanda reprimida existente na área de saneamento básico.