Mas, nesse período, serão executados apenas R$ 814 milhões.
Por causa de fraudes como sobrepreço, inconsistência nos projetos, falta de planejamento, o que não foi feito em quatro anos de PAC ficará para o próximo governo, faltando pouco tempo para os jogos mundiais de futebol no Brasil.
Os últimos balanços do PAC não permitem identificar o atraso de cada obra. Ali, aparecem apenas o valor total do empreendimento, o que será investido até o fim de 2010, o que fica para depois e a data de conclusão. O relatório interno da Infraero traz o histórico completo da obra, com a data de conclusão inicialmente prevista, a data revisada e o período de atraso. Em alguns casos, a dilatação do prazo chega a dois, três anos, sem contar que novos adiamentos ainda podem ocorrer. O documento também aponta quanto estava previsto para ser investido até o fim do governo Lula e quanto realmente será gasto.
O relatório mostra que, em quatro anos, o governo Lula investiu outros R$ 836 milhões em obras que já foram concluídas ou que estarão prontas até o próximo ano. O valor total dessas obras chega a R$ 1,38 bilhão, mas parte desses recursos foi aplicada antes do início do PAC.
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O orçamento total das obras em andamento atinge R$ 3,69 bilhões. Mas estava previsto que uma pequena parcela disso ficaria para o próximo governo.
Guarulhos, em São Paulo, é um dos aeroportos que teve o montante de recursos revisado e a conclusão das obras adiada.
Entre outros investimentos, estavam previstos R$ 282,4 milhões para melhorias no sistema de pista e pátio, com término previsto para 2008. A conclusão foi adiada para 2011 e a previsão de recursos caiu para R$ 241,2 milhões. No aeroporto de Vitória (ES), a obra no terminal de passageiros só deverá ficar pronta em 2012, três anos depois do previsto. O valor do investimento também caiu, de R$ 300,8 para R$ 57,3 milhões.
Dois turnos
No Seminário das Cidades-Sede da Copa 2014, realizado no mês passado no Rio, a Infraero informou que tem projetos de ampliação e modernização em 10 das 12 capitais eleitas para receber os jogos da Copa. Relatou que possui orçamento de R$ 4,2 bilhões para gastar ao longo de cinco anos e disse quanto será investido em cada aeroporto. Mas não informou as irregularidades encontradas nas obras nem os atrasos que vêm ocorrendo.
Questionada pelo Estado de Minas sobre o atraso nas obras dos aeroportos, a Infraero respondeu que tem 44 projetos no PAC, em 27 aeroportos, seis deles já concluídos. A empresa afirma que, até 2010, está previsto o gasto de R$ 2,83 bilhões. Após 2010, mais R$ 1,14 bilhão. “Não houve comprometimento do plano de obras dos aeroportos das cidades-sede da Copa 2014 por causa dos atrasos que se verificaram em alguns projetos. Em grande parte das obras, serão adotados dois turnos de trabalho para recuperação desses atrasos, além da contratação de contratos básicos e executivos que, em última instância, podem recuperar o tempo, pois serão contratados de uma só vez”, diz a nota da empresa enviada à reportagem. A Infraero acrescentou que cada empreendimento teve seu cronograma revisto por uma situação peculiar e que todos os novos cronogramas estão ajustados para conclusão das obras a tempo da Copa do Mundo de 2014.
Fonte: Estadão