Obviamente que respeitaremos qualquer decisão do governo equatoriano.
Podemos não concordar, mas a respeitaremos – disse.
Mameri contestou também a versão dada pelo governo de Rafael Correa para justificar a decisão de rescindir todos os contratos de obras da empresa brasileira no país. Segundo essa versão, as propostas apresentadas pela Odebrecht para reparar os prejuízos com o defeito que levou à paralisação das operações da usina San Francisco, a segunda maior do país, teriam ficado aquém do esperado.
Colocado dessa forma, fica parecendo que não havíamos negociado essas exigências – disse, continuando: – Nós tivemos de duas a três semanas de conversas com o governo e aceitamos as condições impostas pelo presidente Correa.
Apesar disso, soubemos que não aceitaram – disse.
Segundo informações vindas de Quito, o governo equatoriano deve estabelecer um prazo de 30 dias para negociar com a Odebrecht o fim dos quatro contratos de obras que a empresa tem no país: duas usinas hidrelétricas, um aeroporto e um projeto de irrigação, orçados em US$ 650 milhões.
Nesse período, ou as partes chegam a um “acordo mútuo” sobre os termos de rescisão, ou ela se dará unilateralmente.
Nossos contratos têm cláusulas que contemplam essas duas possibilidades – informou Mameri. O executivo não soube informar sobre compensações, ou penalidades financeiras, previstas nos contratos. Em condições normais, a empresa teria de ser ressarcida pelos serviços já executados até agora em cada projeto, junto com uma análise dos investimentos feitos pela empresa, em máquinas e equipamentos, por exemplo.
Isso tudo deve ser objeto de negociação. Mas temos de esperar para saber o teor do decreto presidencial, para nos sentarmos e ver como tratar desses detalhes.
Segundo o executivo, ainda, há grande preocupação com seus dois funcionários, o engenheiro Fernando Bessa e o advogados Eduardo Gedeon, que tiveram os direitos constitucionais cassados e estão “exilados” na embaixada brasileiras em Quito desde o final de setembro.
Existe uma pressão psicológica muito forte com o impedimento de deixar o país. Um deles, Gedeon, nem tem envolvimento direto com nossas operações no Equador – disse Mameri.
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Fonte: Estadão