Opep revisa para baixo demanda de petróleo em 2009 e teme mais quedas.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou hoje ligeiramente para baixo seus cálculos sobre a demanda da commodity em 2009 e teme que, devido ao panorama econômico mundial ruim para este ano, possa haver uma queda do consumo ainda maior do que a prevista.

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Em seu relatório mensal de janeiro, publicado hoje, a Opep revisa para baixo em 30 mil barris diários as previsões de um mês atrás, com uma queda do consumo de 180 mil barris em 2009, para 85,66 milhões de barris diários (mb/d).

“As grandes dúvidas sobre a recuperação (econômica) torna provável que se deteriore ainda mais a demanda mundial de petróleo” em 2009, indicou o relatório.

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Para 2008, calculou uma queda do consumo em 100 mil barris diários a respeito do ano anterior, para 85,84 mb/d, considerando que a demanda de petróleo nunca havia tido crescimento negativo em 25 anos, desde 1983.

Entre as nações desenvolvidas da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), a queda do consumo nos EUA é “o fator-chave” por trás de semelhante queda em 2008, já que, só na América do Norte, a demanda caiu em 1,1 mb/d, quando em toda a OCDE o declive chegou a 1,5 mb/d.

“Em geral, 2008 foi um ano muito decepcionante para o consumo petroleiro na OCDE. Com a crise na nossa frente, o temor de uma maior deterioração da demanda da OCDE pode ser mais evidente”, indicou a Opep.

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Nos países em desenvolvimento, aconteceu um aumento da demanda, mas não foi suficiente para minimizar a queda dos países industrializados, enquanto o arrefecimento das grandes economias asiáticas como Índia e China foi sentido.
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Em dezembro do ano passado, a produção dos membros da Opep chegou a 30,28 mb/d, destacando o ajuste praticado pela Arábia Saudita de 555 mil barris, quando sua extração passou de 8,8 mb/d em novembro para 8,2 mb/d no mês passado.

Sobre a recente alta dos preços do petróleo, “pode não durar muito, porque as perspectivas de recessão da economia mundial prejudicam a demanda”, além de que o consumo do combustível de calefação cairá quando as temperaturas subirem, com a chegada do verão (hemisfério norte).

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A queda de preço do petróleo é explicada pela Opep com “a oscilação de dólar e a expectativa de preços ainda mais baixos, o que impulsionou os fundos a vender para recolher lucro”.

A Opep já anunciou que não duvidará em aplicar um novo corte de sua produção de petróleo se considerar que o mercado está abastecido em excesso, e afirmou que só em meados de fevereiro será possível comprovar o efeito das reduções aplicadas.

Em sua última reunião ministerial, em Oran (Argélia), em 17 de dezembro passado, os ministros do cartel decidiram diminuir a produção em 2,2 mb/d a partir de 1º de janeiro de 2009, e com isso o grupo passa a uma cota de extração total de 24,8 mb/d.

Em menos de seis meses, o preço do petróleo caiu cerca de 70%, ao passar do recorde de US$ 147 em meados de 2008 para aproximadamente US$ 40 por barril.

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Fonte: Estadão

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