A política de renúncia de impostos pelo governo (IPI) nos automóveis e eletrodomésticos deu fôlego a mais para o mercado segurador. Diante do estímulo dado, houve a estabilização na demanda pelos seguros de automóveis, prestamista (Casas Bahia, Ponto Frio etc) e na garantia estendida de eletro-eletrônicos.
A análise é do especialista no setor, Luiz Roberto Castiglione, membro da ANSP e do Instituto Roncarati de Seguros. Na sua avaliação, caso a renúncia fiscal do governo não seja mantida, é provável que esses produtos venham a sofrer redução de vendas.
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O desempenho do mercado de seguros também depende da manutenção do plano de governo para estímulo do mercado imobiliário e infraestrutura (PAC). “Com o PAC e o novo PAC, o setor imobiliário poderá manter crescimentos significativos nos produtos de garantia (em especial a de obras públicas, privadas e concessões), riscos de engenharia, habitacional, empresarial e no prestamista de financiamento de imóveis”, afirma Castiglione.
Crescimento
Entre janeiro e abril deste ano, o mercado cresceu 15% sem considerar o Vida Geração de Benefícios Livres (VGBL), plano de previdência complementar. “Considerando que os seguros de pessoas manterão no mínimo a inflação, os PAC”s serão mantidos e o IPI deixará de existir, podemos aferir um crescimento global para o mercado ficará entre 8% e 10% neste ano, em relação a 2008”, diz o especialista.
Castiglione lembra ainda que o aumento do subsídio ao seguro agrícola vem proporcionando crescimentos importantes nos seguros para o agronegócio. Além disso, há o incremento do microsseguro vem aumentando as vendas no residencial.
Redução da Selic
Outro fator que vem impactando a indústria seguradora é a redução da taxa básica de juros (Selic), que atualmente encontra-se em 9,25% ao ano. “A queda dos juros irá influenciar o resultado financeiro das seguradoras, que ao mesmo tempo, estão mantendo rígidos programas de redução de custos”, ressalta Castiglione.
Para o especialista, o aumento da eficiência operacional (políticas de aceitação, liquidação de sinistros e comercial) conduzirá o mercado a taxas de rentabilidade superiores a inflação e a taxa básica de juros. De qualquer forma, a expectativa é de que, os ganhos fiquem abaixo dos resultados obtidos no ano passado. “O mercado segurador vem mantendo taxas de rentabilidade interessantes, apesar de inferiores as registradas em 2008”, ressalta o especialista.
Nos quatro primeiros meses de 2009, o mercado segurador brasileiro encerrou com um lucro líquido não consolidado tecnicamente de R$ 3,5 bilhões, idêntico ao registrado no ano passado. De fato esse desempenho somente foi possível em função do Resultado na Venda de Imóveis num montante de R$ 600 milhões. Sem esse fato o lucro registrado teria sido inferior ao do ano passado em quase 10%. Os dados são da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Castiglione pondera que há distorção nos dados em termos de avaliação global, uma vez que é difícil realizar uma consolidação técnica dos resultados.
Resultado industrial
Já o resultado industrial ficou aquém do contabilizado em 2008 em 2%. A retração está relacionada ao desempenho do resultado financeiro, já que o resultado operacional apresentou um crescimento nominal de 3%. A rentabilidade sobre os prêmios ganhos declinou de 22% para 20% em 2009. A queda do resultado financeiro deve-se à queda da taxa básica de juros.
O resultado do patrimônio apresentou uma queda nominal de 15% devido à queda do resultado de coligadas e controladas, que passou de R$ 1,8 bilhão para R$ 1,5 bilhão em 2009, um declínio de 13%. A taxa média de rentabilidade do patrimônio líquido, sem considerar as coligadas e controladas foi equivalente a uma aplicação financeira com remuneração anual de 17,39% contra 25,71% de 2008.
“Essa rentabilidade foi afetada por movimentações positivas no patrimônio em 2009 (aportes de capital ou outros ajustes) contra reduções no ano passado (dividendos ou outros ajustes)”, explica Castiglione. Houve uma ligeira aceleração da sinistralidade retida (um aumento de 0,78 ponto percentual em relação a 2008), manutenção das despesas com comercialização.
Fonte: Estadão