Paranaguá e Antonina: dragagem é prioridade

Localizado no litoral do Estado do Paraná, o porto de Paranaguá, segundo maior porto brasileiro em movimentação de cargas, forma, juntamente com o porto de Antonina, o maior complexo portuário graneleiro da América Latina. Além de granéis sólidos e líquidos, os dois portos registram forte movimentação de carga geral, fertilizantes, produtos siderúrgicos e florestais, contêineres, veículos e alimentos congelados. Paranaguá conta com 19 berços de atracação e uma área de abrangência de 800 mil m².
É o principal canal de exportação da soja e do milho produzidos no Brasil para o exterior, provenientes do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, São Paulo, Rio Grande do Sul e países como Bolívia, Argentina e Paraguai. Seus principais clientes são os países da Europa, Ásia e Mercosul.

Já o porto de Antonina conta com dois terminais portuários: o Ponta do Félix e o Barão de Teffé. O terminal Barão de Teffé, sob a gerência da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina as (APPA) é composto pelo cais comercial (para navios de até 155 m), com calado de 19 pés (5,79 m), por dois armazéns (2.436m e 1056m), e mais balança (100t), para operação de múltiplo uso em área de 256.622,95m². Juntos, ambos registraram em 2007 a movimentação de 38,2 milhões t, o que representou um crescimento de 17% em relação a 2006. No sentido de exportação, foram 25,9 milhões t (crescimento de 8%) e no fluxo de importação foram 12,24 milhões t (incremento de 44%).

Paranaguá é, atualmente, o maior porto importador de fertilizantes do Brasil e atraiu novas cargas, como a movimentação de veículos, que registrou quase 165 mil unidades em 2007. A estrutura do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) movimenta uma produção importante, com mais de 590 mil TEUs movimentados em dois berços de atracação em 2007.

Desde 2003 extensas obras de infra-estrutura foram realizadas, somando investimentos de mais de R$200 milhões, recursos próprios da APPA. Entre as obras, estão a construção do primeiro terminal público de álcool do Brasil, a concretagem das vias de acesso, recuperação do Pátio de Triagem e do cais comercial.

Passados 73 anos de sua inauguração oficial, o porto de Paranaguá é responsável por mais de 90% da receita cambial gerada no Paraná e é o único no Brasil com um programa de construção de terminais públicos.

Para capacitar o complexo portuário ao crescimento da demanda, novas obras são consideradas prioritárias. Entre elas está um novo pátio público de veículos – cujas obras estão em andamento -, um armazém público de fertilizantes e o novo silo graneleiro, que vai duplicar a capacidade pública de armazenagem de grãos, que atualmente é de 100 mil t.

O porto de Paranaguá também terá um Distrito Industrial Alfandegado, para empresas não poluidoras e um complexo para exportação de carnes congeladas de 16 mil t.

Mas a obras mais importante e necessária é de dragagem para aprofundamento do calado do Canal da Galheta, de 11,3 para 15 m. As obras estavam previstas inicialmente para 2009, com recursos do PAC da ordem de R$60 milhões. Mas a Secretaria Especial de Portos anunciou, no início de junho, que pretende antecipar o cronograma. A idéia é agilizar a liberação dos licenciamentos ambientais para que o trabalho seja executado imediatamente. Estima-se que serão retirados 9 milhões m³ de sedimentos do fundo do mar. De acordo com o engenheiro Pedro Dias, presidente da Câmara Técnica de Dragagem do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), a licença prévia para dragagem e aprofundamento já possibilita ao Governo Federal lançar o edital para a execução do trabalho.

Fonte: Estadão

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