Em março de 2006, começou a ser instalado o Parque Tecnológico de São José dos Campos, SP. A Prefeitura comprou por R$ 30 milhões um terreno com 30 mil m2 de área construída às margens da Rodovia Presidente Dutra. Depois, desapropriou áreas no entorno. Hoje, a área total do Parque Tecnológico é de 1,2 milhão de m2, um pouco menor que a do Parque Ibirapuera em São Paulo.
Segundo a International Association of Science Parks (Associação Internacional dos Parques Tecnológicos), para juntar as palavras “parque” e “tecnológico” a entidade deve ter como objetivo principal o aumento da riqueza, através da promoção da cultura da inovação e da competitividade das empresas e universidades associadas.
Com previsão de investimentos de mais de US$ 250 milhões em cinco anos, o Parque de São José dos Campos estimula e gerencia o fluxo de conhecimento e de tecnologias entre universidades, empresas e mercados. Isso facilita a criação de empresas inovadoras através da incubação e de processos de “spin-off” (empresa resultante de pesquisa acadêmica ou industrial). E ainda fornece serviços de valor agregado e espaços para laboratórios e instalações.
Integração entre universidade e mercado
Para promover a integração entre empresas e instituições de ensino e pesquisa, foram criados os Centros de Desenvolvimento Tecnológico (CDT). Dedicados às empresas que investem na pesquisa aplicada à produção de tecnologia, os centros criam condições para a inovação tecnológica, desenvolvimento de produtos e qualificação de mão-de-obra, beneficiando também micro e pequenas empresas.
Há dois CDTs no Parque. O de Desenvolvimento de Tecnologia Aeronáutica (CDTA) busca manter a competitividade da indústria nacional, gerando demandas de produtos e serviços, empregos e receitas de impostos. O de Desenvolvimento Tecnológico em Energia (CDTE) tem atividades nas áreas de gaseificação de carvão térmico e de biomassa, turbinas a gás e motores pesados multicombustíveis.
Os Arranjos Produtivos Locais (APLs) reúnem empresas com especialização produtiva e que mantêm cooperação e aprendizagem entre si e com o governo, associações empresariais e instituições de crédito, ensino e pesquisa.
São dois os APLs implantados no Parque. O Aeroespacial reúne 30 empresas que desenvolvem projetos e produtos como aviões leves, veículos aéreos não tripulados, sistemas para aeronaves, sistemas de observação de recursos naturais, materiais aeronáuticos etc.. O segundo APL atua na área de tecnologia da informação e comunicação e congrega 16 empresas.
R$ 10 milhões por ano
O diferencial da incubadora do Parque está na pré-incubação: não abriga empresas já formadas, mas projetos viáveis. Oferece espaço, consultoria para a criação e funcionamento de empresa, apoio na elaboração do plano de negócios, identificação de fontes de financiamento e apoio em feiras. Além da incubadora do Parque Tecnológico, São José dos Campos tem outras três: uma no Comando-geral de Tecnologia Aeroespacial, outra na Refinaria da Petrobras e a terceira na Universidade do Vale do Paraíba. Todas são articuladas com o Parque, envolvem perto de 120 micro e pequenas empresas, geram 300 empregos e faturam R$ 10 milhões/ano.
Na Faculdade de Tecnologia (Fatec), há cursos de graduação gratuitos de nível superior em logística, com ênfase em transportes (160 vagas/ano); e informática, com ênfase em rede e banco de dados (80 vagas/ano).
A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ainda em local provisório, oferece o curso de Ciências da Computação com ênfase em Saúde. A Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) já possui uma unidade em São José dos Campos, com curso de Odontologia, e terá um novo campus dentro do Parque Tecnológico.
O Cecompi (Centro para a Competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista) possibilita a sinergia entre o poder público, instituições de ensino e pesquisa e iniciativa privada, e intensifica a cooperação com o sistema produtivo, acelerando o processo de inovação e buscando parcerias para o desenvolvimento regional.
Está em estudo uma área para implementação de condomínios industriais para micro e pequenas empresas, com foco no desenvolvimento de tecnologia e inovação. O Parque tem ainda um centro de eventos, com um pavilhão de 5.400 m2, estacionamento para 1.500 veículos e dois auditórios (para 800 e 300 pessoas).
Fonte: Estadão