A Petrobras assinou seis contratos com a fornecedora francesa de tecnologia SLB para fornecimento de equipamentos e prestação de serviços em atividades onshore e offshore em suas operações. Outros quatro acordos entre as duas companhias devem ser firmados até o fim do ano.
No total, os contratos assinados com a SLB (ex-Schlumberger) representam US$ 1,1 bilhão (R$ 5,8 bilhões) e envolvem serviços para a construção de poços nos campos de Búzios, Atapu e Sépia, na Bacia de Santos, e no campo de Roncador, na Bacia de Campos. No pacote, está também a implantação de sistema de coleta, armazenamento e monitoramento de dados digitais de instalações produtivas (hub digital) para suporte à tomada de decisões, e a fabricação de mais de 200 bombas artificiais mecânicas para ampliar a produção de campos onshore da Petrobras na Bahia, com duração de dez anos.
O primeiro contrato envolve a aquisição de equipamentos submarinos para viabilizar o início da produção dos projetos de Atapu 2 e Sépia 2, a serem instalados no pré-sal da Bacia de Santos, e para o campo de Roncador. O acordo comercial foi fechado com o grupo SLB OneSubsea – joint venture formada pelas empresas SLB, Aker Solutions e Subsea7 – e os equipamentos começarão a ser construídos ainda neste ano, no Brasil.
Dois dos contratos correspondem a cerca da metade do valor total firmado entre as empresas. São os que tratam da construção de poços e da produção de Arvores de Natal Molhadas (ANM). Eles preveem a entrega de 19 ANM, cinco Unidades de Distribuição Eletro- Hidráulicas (UDEH), seis Pipeline End Manifolds (PLEM) e equipamentos sobressalentes. Já a prestação de serviços envolve assistência técnica, instalação, intervenção, preservação e manutenção dos equipamentos.
Os equipamentos serão utilizados para conectar poços de petróleo submarinos aos sistemas de produção, como as plataformas que serão instaladas nos campos de Sépia e Atapu, além do fornecimento de manifolds (conjunto de válvulas que direcionam a produção de vários poços de petróleo para um duto) e de um sistema de avaliação de reservatórios em águas profundas.
Segundo a Petrobras, os equipamentos submarinos são fundamentais nos projetos de produção de petróleo e gás offshore, pois permitem o controle e a segurança das atividades de produção. O Manifold Submarino de Produção (MSP) concentra a produção de dois ou mais poços antes de direcionar a produção à Unidade Estacionária de Produção (UEP), enquanto a ANM controla a produção do poço. Já as UDEH fornecem o fluido hidráulico necessário para operar a ANM e fazer a conexão dos umbilicais submarinos entre os poços e a UEP. Por fim, o PLEM conecta o pipeline de produção com outros sistemas.
A fabricação dos ANM, UDEH e PLEM será realizada nas unidades da SLB de Taubaté (SP) e Curitiba (PR), com início do processo fabril a curto prazo. Já a demanda de serviços estará concentrada nas fábricas de Macaé (RJ) e Rio das Ostras (RJ). O contrato prevê conteúdo local mínimo de, pelo menos, 55% para a fabricação de equipamentos e de 40% para as demandas de serviços, mas a expectativa da SLB é que se alcance um percentual de 65% durante a vigência do contrato, o que contribui para o fortalecimento da economia nacional.
Um dos contratos envolve a aquisição de equipamentos submarinos para o campo de Roncador, na bacia de Campos. O acordo prevê o fornecimento de dois MSP, uma UDEH e equipamentos sobressalentes incluindo escopo completo de serviços. A fabricação do MSP e UDEH também será realizada nas instalações da SLB em Taubaté e Curitiba, previsto para o primeiro trimestre de 2025.
Segundo a SLB, o serviço de avaliação de poços inclui uma tecnologia digital desenvolvida pela empresa para aprimorar as análises exploratórias após a perfuração, com a verificação de mais amostras em menos tempo. Esse tipo de atividade que utiliza ferramentas digitais abre espaço para que seja utilizado em áreas de novas fronteiras de exploração, como a Bacia de Pelotas e a controversa Margem Equatorial, no Norte do País. No radar da empresa, estão previstos outros quatro contratos com a Petrobras ainda neste ano, tanto para fornecimento de equipamentos quanto prestação de serviços.
Novas plataformas nos campos Atapu e Sépia
As plataformas P-84 (Atapu 2) e P-85 (Sépia 2) são do tipo FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência) e serão instaladas em profundidade de água superior a 2 mil metros. Terão, cada uma, capacidade de produção diária de 225 mil barris de óleo por dia e processamento de 10 milhões de m 3 de gás por dia.
Atualmente, os campos de Atapu e Sépia contam com a produção de duas plataformas, sendo a P-70 no campo de Atapu e a FPSO Carioca no campo de Sépia. P-84 e P-85 serão as segundas unidades em seus respectivos campos. A Petrobras detém 65,7% de participação na jazida compartilhada de Atapu e 55,3% na jazida compartilhada de Sépia. Nas duas jazidas, a Petrobras é a operadora e a PPSA atua como gestora do contrato de partilha.