Em coerência à previsão dos bancos Itaú BBA, Ativa Investimentos, Goldman Sachs e UBS BB, a Petrobras anunciou que vai investir US$ 102 bilhões (R$ 500 bilhões) em seu plano para 2024-2028. A empresa divulgou seus investimentos para os próximos cinco anos, mostrando uma alta de 31%, comparada aos US$ 78 bilhões (R$ 382,2 bilhões) do plano atual (2023-2027). A notícia foi divulgada no jornal Valor Econômico, na última semana.
No novo plano, a companhia reduziu a participação relativa da exploração e produção de petróleo e gás – principal negócio da estatal -, no investimento total. Os recursos para esta atividade ao longo dos cinco anos correspondem a US$ 73 bilhões ou 72% do total ante 83% do plano anterior. A petroleira também prevê 11,5 bilhões em projetos de baixo carbono, 11,27% do total.
Somente na atividade exploratória de hidrocarbonetos, a projeção é de investimentos da ordem de US$ 7,5 bilhões, sendo US$ 3,1 bilhões na Margem Equatorial, área que vai da costa do Amapá ao Rio Grande do Norte. No plano 2023-2027, a exploração tinha US$ 6 bilhões, sendo US$ 2,9 bilhões na Margem. A empresa estima ainda a entrada em operação de 14 novas plataformas, sendo dez já contratadas, e a produção de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia (boe/dia). Entre janeiro e setembro deste ano, a empresa produziu 2,7 milhões de boe/dia.
Já sobre projetos da transição energética, US$ 3,9 bilhões são para a descarbonização das operações. A empresa prevê aplicar US$ 300 milhões em projetos de hidrogênio verde e de sistemas de captura e armazenamento de carbono (CCUS, na sigla em inglês). Na geração eólica e solar, os recursos para os próximos cinco anos totalizam US$ 5,2 bilhões. “A previsão é que o investimento em baixo carbono ganhe espaço gradualmente no portfólio da empresa ao longo do período, chegando a 16% em 2028”, afirmou a Petrobras.
Refino, transporte e comercialização terão investimento equivalente a 16% do total (US$ 17 bilhões), enquanto a área de gás, energia e baixo carbono terá 9% do total previsto (US$ 9 bilhões). No refino, a petroleira prevê aumento da capacidade de processamento de derivados em 225 mil barris por dia.
No biorrefino, a empresa estima investir US$ 1,5 bilhão no aumento da capacidade de produção de diesel verde (R5) em quatro refinarias e na instalação de usinas de bioquerosene de aviação e de diesel 100% renovável em Cubatão (SP) e no polo Gaslub (RJ), com conclusão para além de 2028.
Para a elaboração do plano, a companhia manteve a dívida bruta limitada a US$ 65 bilhões. Não estão descartadas “potenciais aquisições” de projetos.